C.052.Caminhando - Maria Thereza Neves

caminhando encontrei o carinho
entre ondas e sublimes pensares
interiores de grandeza
que tudo transformam em flores
encantam os círculos da vida

sentimentos profundos
em torno a terra ondeando
sonhos rolando
imortais oceanos
almas contemplando
o clamor dos ecos e mistérios

e no silêncio das nebulosas
almas risonhas em vôos infinitos
no caminho
acima de tudo
asas abertas ao doce
suave carinho

C.051.Chega!!! - Maria Thereza Neves

Chega de lágrimas
lamentos
prantos da terra
choros do mar
Chega de frustrações
ilusões
precisamos preservar
nossas ilusões
Chega de misérias, torturas
gente brutal
que nega comida
à boca faminta
Chega de hipocrisia
falsas promessas
cabeças sem tetos
abrigos de vida
Chega de muros
navalhas na carne
almas que gemem
num triste tormento
Chega de lágrimas
lamentos
prantos da terra
choros do mar !!!!

C.050.Corpo Sedutor - Marcial Salaverry

Beijar teu corpo sedutor,
para senti-lo junto de meus lábios...
é algo que faço com muito amor,
muito carinho e sedução.
Transmitindo todo o calor
que me brota n'alma,
Seja do jeito que for,
quero teu corpo todo beijar,
mostrando todo amor
que ainda posso lhe dar.

Nestes beijos vai a sedução,
vai o amor, vai todo meu carinho,
vai toda a ternura do coração...
Quero beijá-la bem devagarinho...
Fazendo teu prazer
Chegar lentamente...
Bem suavemente...
Para quase morrer...

Melhor... para viver...
Viver sempre tendo o prazer
de meus beijos provar...
Com meus carinhos gozar...
Nossas noites de amor,
Sempre cheias de calor...
Dando-lhe aquela quente emoção,
que lhe aquece o coração...

C.049.Como explicar o amor - Marcial Salaverry

Como explicar um sentimento,
que é quase um lamento...
Apenas tangível
por um coração sensível...
Como explicar sua existência,
se não tem aparência...
Nasce no mais fundo interior...
surge... não se sabe como... é o AMOR.
Como dizer o que é, se só existe no sentir...
nunca se sabe quando vai surgir.
Como definir o que é apenas etéreo...
sentimento cheio de mistério...
Nunca se sabe quando nem a quem se vai amar...
Basta um toque... um beijo... um olhar...
por vezes apenas algumas palavras sussurradas,
ou mesmo apenas escritas...
deixam as estruturas abaladas..
prontas para alegrias ou desditas...
Ama-se estando ao lado, abraçado...
ou mesmo estando distante... afastado.
ama-se no beijo dado, colado,
ou mesmo no beijo sugerido, enviado...
felizes estando juntos... e também afastados...
existindo o amor...
sente-se do amado o calor...
Descobri como definir o amor...
O AMOR... É O AMOR...
sempre o amor, seja ele como for...

C.048.Crateras da Lua - Lupércio Mundim

Seguia seus passos
pelas crateras da lua
disformemente refletidas
na cerâmica da varanda.

Mas não ligava para a lua
que pisoteada e desprezada
expremia no doce luar
toda sua mágoa e dor.

Minha atenção se prendia
a seu jovem e belo corpo
que aquele vestido realçava
e que já me enlouquecia.

Logo nos sentamos no jardim

como se no dia seguinte
os amantes fossem proibidos de amar.

C.047.Como me faz feliz - Lupércio Mundim

Quando vou te encontrar
meu coração salta de ansiedade,
querendo pular do meu corpo
para ir de encontro ao seu.

Quando estou ao seu lado
sou um jovem belo e forte
e enfrento qualquer desafio
para poder te fazer feliz.

Quando loucamente nos beijamos
sinto-me em um arco-íris radiante,
colhendo o mel da rosa vermelha
dos seus lábios doces e molhados,

Quando suas mãos me tocam
sinto-me um monge budista

e invadindo os domínios de Deus.

C.046.Coração Desavisado - Lucelena Maia

Ah! Liberdade tão sonhada
Porque teimas em se esconder,
Dia e noite te procuro,
Mas nem sombra de você.

O tempo passa e não descanso
Vida nômade a buscar por ti
Inconseqüente e um tanto insano
É minha obsessão a te perseguir.

Ah! Desavisado coração
Ignoras a mais sensata verdade
Enquanto busca por liberdade
Prendes minha vida a solidão...

Coração, não quero viver assim
Vou conquistar, também me envolver,
E para isso terei que esquecer
Que você mora dentro de mim...

C.045.Consciência - Lucelena Maia

Oh! Consciência
Penetra minh`alma
Planta e fecunda o equilíbrio
Purifica meu interior
Isolando o mal que me domina.

Faz-me imune ao amor vadio,
Cuida para que eu não entre no cio,
Mas, se eu entrar, cuida
Para que não devore o primeiro que encontrar.

Oh! Antídoto que tanto necessita meu corpo,
Suga das minhas veias as impurezas do meu eu,
Livra-me das trevas, domina minha mente,
Faz-me menos volúvel e mais dona de mim.

Consciência,
Depois do meu íntimo descobrir,
Meu sentimento explorar,
Meus olhos direcionar,
Habita meu cérebro e descansa,
Mas vigia sempre
Para eu não vacilar.

C.044.Chega do que Sou - Lucelena Maia

Hoje fugirei da seriedade,
Da alto suficiência,
Dos cuidados exagerados,
Da eterna paciência...

Esquecerei tudo o que aprendi,
Dispensarei quem sou,
Deixarei cair o salto alto,
O vestido de seda,
O coque que já
Não alimenta meu interior.

Tornarei-me simples,
Calça jeans, tênis, camiseta,
Sorriso aberto
Mulher com outra aparência
Livre da cobrança social,
Serei alto astral
Leveza,
Legítima,
Real,
Espontânea,
Autêntica.

C.043.Chega a Madrugada - Lucelena Maia

Mais que cansada, me entrego ao devaneio
Depositando a caneta sobre a mesa
Soltando o corpo exausto, arcado ao meio
Na madrugada sem nome, vagarosa.

As palavras rondam minha cabeça
Mas não se harmonizam em poesia,
Indo e vindo, em lapsos, sem que aconteça
A explosão da inspiração que me alivia.

Sobrevivo a “meia noite vazia”
Olhando para a mão calejada da caneta
Que, sem escrita faz-me sentada, na escada,
“virando a noite”, sem companhia, só fantasia.