quarta-feira, 31 de dezembro de 2014
T.004.Tributo a Poesia - Dayse Maria Moraes
Não importa que o tempo passe,
arrastando os meus sonhos,
que em vão flutuam.
Nem que pelo espaço,
formem-se clareiras,
nesta imensidão de minha inquietude.
Não importa se o canto é longe,
nem se o meu cantar, é desafino,
se em tantos versos me desfiz palavras,
fosse em qualquer hora ou infinito.
Fui dona de meus pensamentos,
mais que dona de minhas atitudes...
Vi passar estradas, luas, sóis.
Vi nascer a rosa que plantei.
Pude alimentar envolto nos lençóis,
o amor que por tanto esperei.
Nos meus versos,
nada pode me deter,
nem espada, nem clausura,
nem silêncio, nem tortura...
E por versos pude estender,
toda a existência do meu simples ser,
sem contar no tempo,
antes ou depois,
para deixar marcar,
o que em mim perpetuou.
E por este tempo,
vão das criaturas,
fui criança, anjo,
fui mulher, ternura.
Fui tudo que sonhei e não fiz,
Fui tudo que quis e não realizei.
Sim, eu fui...
Fui a rosa mais perfeita,
e a pétala arrancada.
Fui o canto da sereia,
e o silêncio da alvorada.
Sim, eu fui...
Fui o cume da montanha,
e a raiz de uma árvore.
Fui estrela mais distante,
e a imensidão dos mares...
Sim...
Fui tudo que imaginei,
pelos versos que vivi.
E por eles nascerei,
cada vez que o livro abrir.
Passarei por tempos e jornadas,
sem que minha luz se apague,
pois nos sonhos fiz minhas moradas,
e dos meus versos fiz um estandarte!
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