segunda-feira, 29 de fevereiro de 2016

D.017.Desculpa-me - Nin@ Lisboa


Desculpa-me..
Não devia ter descido... não devia ter-te amado... ter-te querido.
Não devia ter ouvido as batidas do coração que o teu nome ecoava... repetido...
Mas era música que me chamava, me indicava o sentido...
De um tempo a recuperar...outrora inacabado, perdido.

Desculpa-me...
Anjo também vê, olha, sente, recorda e crê.
Crê que amar não pode ser algo errado, nem triste, nem pecado.
De onde eu venho é assim... ama-se. Ama-se! Simplesmente...
Não há barreiras, fronteiras, o amor flui dos olhos docemente.

Desculpa-me...
Não te queria perturbar... nem dividir... somente amar.
As escadas por onde para ti corri... estão aí...
Descer foi fácil... encontrar-te foi o melhor voo de asas que senti...
Subir vai custar... não prometo para trás não olhar...
Talvez me sente um pouco... para a imagem da tua aura em mim guardar.

Desculpa-me...
Eu sou assim... pequenina... aprendiz...
Por instantes os teus murmúrios de amor fizeram-me feliz.
Dancei descalça, comi cerejas, fiz poemas...
Afinal... ofereci-te dilemas... penas... que destoam das tuas asas serenas.

Desculpa-me...
Não pensei desordenar o teu mundo interior...
Afinal... que mal te poderia fazer o meu amor?
Mas anjo aprende a renunciar, a sublimar... e anjo também pode chorar...
São dessas lágrimas que é feito o mar...

Mas se me estenderes a mão e me pedires para ficar...
Só de longe te querer, mesmo sem nunca te ter...
Eu voltarei a dançar... abraçarei o luar...
Porque mais importante do que contigo estar é sentir...
Que almas afins, asas separadas, se voltaram a reunir!

Nenhum comentário:

Postar um comentário