O.045.O Prisioneiro - Celito Medeiros

Sei que fui muito errado
e agora estou pagando
o preço do pecado
foi me desafiando.
Parecia fazer fileira
dos prazeres do mundo
hoje vejo a sujeira
deste pobre vagabundo.
Se errei estou padecendo
para pagar a minha culpa
e os erros estou revendo
esperando que vida me indulta.
Não sei mais o que fazer
estou pronto pra liberdade
e esperando ainda ter
o perdão da sociedade.
Então poderei novamente
mostrar que tenho intenção
provando pra toda gente
minha total dedicação.
E aqueles que têm errado
nesta vida passageira
não deixem para o outro lado
ver a lei justiceira.
Portanto já fico alegre
sabendo uma lição
que nesta vida breve
vale muito a intenção!

O.044.O Escritor - Celito Medeiros

Se me perguntarem
O que é um escritor
Digo ser clonagem
De algum sonhador
Na verdade ele é
Aquele que escreve
E coloco minha fé
Mesmo sendo breve
Escritores de todo o tipo
Existem aos milhões
Considerados um mito
Pelas grandes multidões
Certas obras de escritores
Que lotam a livraria
Trazem muito dissabores
Sendo grande judiaria
Não sou nenhum juiz
Apenas dou opinião
Fico muito feliz
Em não ter ilusão
O escritor competente
Não precisa agradar
Mas deve saber que a gente
Pode nele se espelhar
Muitos são os motivos
Que levam à escrita
Não causando prejuízos
Sempre será bendita.

O.043.O Caminho de volta - Celito Medeiros

Não sei ficar sozinho
Incomoda.
Penso que sou feliz
Penso.
Gosto de mim
Amo!
Procuro uma conquista
Procuro?!
Aquele algo que não sei o quê...
Prende, chama.
É algo que proclama
Por ser logo encontrado
Talvez um tesouro!
Não sei ainda.
Frustrado...
Não me dou por vencido
Só depois de ter morrido (o corpo)
Entrego.
Eu, morrer?
Não – sou eterno
Eterno?! {(alma, espírito ou thetano > (do
grego)}
Então é isto que procuro
O eterno e doce eterno! (sou!...)
Por que esqueci
O tempo que vivi
Onde e não sei quando!?
Tem algo errado na história
Algo por ser descoberto (verdade interior
de cada um!)
E parece tão perto
Se liga criatura!
Criador.
O Criador e a criatura
Ligar!
Religar!
(Independente da procura...)

O.042.Os poetas são estrelas - Lisiê Silva

Os poetas são estrelas...
Vivas, brilhantes, ascendentes...
Que vivem como pessoas comuns.
Se revelam ao mundo
através de suas palavras: A Poesia.
São os sábios dos sentimentos.
Doutores nos segredos da alma.
Escultores da grandeza do espírito.
São os mágicos da vida:
Transformam a alegria,
a dor e a tristeza
em arte de rara beleza.
São pensadores que entendem
a maior de todas as ciências:
A do coração!
São loucos de amor,
passivos no seu mundo interior.
Amantes criativos,
Sonhadores perdidos.
“ São apaixonados evoluídos.
Astros viajantes do tempo.
Estrelas vivas que acendem
o universo da paixão.

O.041.O amor te chamou - Lisiê Silva

A vida inteira você esperou,
encontrar o seu amor...
O seu verdadeiro Amor...
o seu amor...
imenso...

Até que um dia,
o seu amor chegou...
Passou por você...
e te acenou...
e te chamou...
e você... nem percebeu...
que aquele era
o seu verdadeiro amor...
Você não acreditou...
e deixou seu amor escapar...

Agora... você continuará...
a esperar...
Mas o seu amor,
ah! o seu amor não voltará...
Porque você,
não o reconheceu...
Porque você,
renunciou...
Antes de começar...
Porque você,
simplesmente desistiu...
Antes de lutar...
Então...
Você perdeu...
A sua tão sonhada... e esperada...
Felicidade...

Porque você,
se esqueceu...
Que o amor
é único...
Que o verdadeiro amor,
é difícil.
Que o verdadeiro amor se apresenta,
Como o impossível...
Como algo inatingível...

Porque o verdadeiro Amor,
não é fácil, não é lógico,
não é comum...
O verdadeiro amor,
tem as suas manhas
e artimanhas,
tem suas armadilhas.
Tem caminhos confusos...
Tem resultados surpreendentes...

O verdadeiro Amor...
Tem medo e tem angústia,
Tem dor e tem prazer.
Tem sonho e tem realidade...
O verdadeiro amor,
não é o que está
mais ao alcance
de suas mãos...
O verdadeiro amor,
tem que ser conquistado, lutado.
O verdadeiro amor,
tem sabor de vitória,
Tem sabor de conquista...

Você se esqueceu,
das palavras de Kalil Gibran:
Quando o amor te chamar, segue-o...
Embora os seus caminhos sejam agrestes e escarpados...
Você desistiu,
por que você só quer
o que é mais fácil,
Você só quer,
o que está mais ao seu alcance.
E você, gentilmente...
Recusou o Amor...
Você virou as costas
para o seu amor...
então o seu amor,
se foi...
voltou para o infinito... E você...
continuará sozinho... A esperar...
mas o seu amor...
ah! o seu amor... Não voltará....
Por que o amor,
o verdadeiro amor... É ÚNICO

O.040.O Nada - Glaucia M. Cunha

Buscamos o NADA
O NADA,
que é criação, profusão,
colore a vida e aquece o coração.
O NADA,
que é infinito e, na infinitude,
efetiva a essência humana,
possibilita os pontos de intersecção,
onde a liberdade se torna real
e se realiza a expansão.
Buscamos o NADA que é TUDO.
Onde erramos?
Que caminhos percorremos?
Teríamos filosofado demais
e agido de menos?
Tentamos driblar os anseios
imitando o real
por medo, covardia ou impotência
e fracassamos
porque o real não tem imitação,
não tem cópia,
não admite faz de conta.
Ele é o que é.
Encontramos o nada vazio.
O nada,
Que definha e angustia,
decresce, retrocede.
Seca a vida, desumaniza.

O.039.O Abraço - Chis Fonte (Pandora)

Tristonhos e intermináveis são teus olhos
Delicados e lavados em lágrimas de lama
És um espírito encoberto por um tênue véu
Levas consigo uma névoa de curiosa mistura

Gótica e ornada de malícia e demência
És como imponente edifício de estuque
Estás a flutuar num céu escuro e pesado
Dançando entre mundos estranhos

Tua boca temível e faminta, teus cabelos
Breves toques de morte trazes em tuas mãos
Perseverança em profundos olhos ocres
Caçando, levando, me matando a golpes

Para um tom de vinho teus olhos mudam
É a hora de teu espetáculo apavorante
Tua boca a tocar minha vida, sugando meus dias
Tórrida e faminta, além de toda órbita mentias

Com profunda alegria tomava minha vida
Levaste-me ao altar de teus desejos de tua fome
E lá eu só via a chuva de teus olhos intranqüilos
Teu rosto branco reluzia de uma lenta razão

Então num esplendor de imagens hediondas
Conduzias a lama minha alma que enfim abatias
Eu já podia ver a luz bruxulenta de uma nova dinastia
O que seria então a vida depois daquele abraço...

Me olhou com ternura mui fria, como uma pedra de jaspe
Presenteando-me com uma cripta de mármore branco
Com encanto abriu a tão doce, e molhada boca
Consolou meu ser inquieto dizendo: "Bem vindo a tua nova vida"

O.038.O nosso jogo - Daniel Matoso

Eu sei que não sou o que mereces
Tens por mim o que pode dar a poucos
Mas farei de seu amor meu vício
A grande rainha de ouros
A rara carta do meu jogo
E nunca mais lhe perderei.

E num rico mistério indesejável
Onde se blefa sem querer
Logo lhe ganho sem poder
Mas minha vitória só se sente
Porque roubei seu coração.

Seu às de trunfo sempre tive
E nem viu que meus carinhos
Só eram cartas do baralho
Mas agora,minha dama de copas,
Lhe digo que foi parte do meu jogo
E isso não faz mais sentido.

Sei como bom jogador
Que se eu perco
Você me ganha
Se eu me perco
Você pode se perder
Mas se você se perde de mim
Estou mais que perdido
Por isso,
Seja perdida por mim.

O.037.O amor que eu quero - Inez Valeria Heberle

O amor que eu quero
não precisa ter potes de ouro
nem vir num belo cavalo branco.

O amor que eu quero
não precisa ser um belo príncipe - príncipes
às vezes viram sapos!

O amor que eu quero
só precisa saber amar.

O amor que eu quero
deve saber desfrutar a delícia
de um momento,
de um olhar,
de um beijo,
de uma mão entre a outra,
de um sorriso,
da incomparável troca de uma entrega.

O amor que eu quero
só precisa saber amar.

O.036.O espetáculo dos encontros - Gleuter Guimarães

Assim como as águas se encontram
para juntas formarem oceanos
como a melodia dos pássaros
rompe em coro o silencio da madrugada
os montes e planícies se unem ao sol
tornando a despedida do dia um espetáculo
a cortina da noite traz a união de brilhos
lua e estrelas, inspiração de poetas;
a beleza destes encontros
suas luzes e imagens
em nada superam
a beleza de encontros
recheados de emoção e sentimentos:
a amizade
união de seres humanos em busca de sonhos
amizade
oceano onde se juntam doces e amargos momentos
amizade
melodia de sorrisos que quebram o silêncio de nossas rotinas
amizade
é o momento em que mãos secam lágrimas do rosto amigo
momento em que as mãos se enlaçam em busca
da construção do cenário do maior e mais belo espetáculo:
a vida
e que as mãos que apenas aplaudem
também se unam com outras
mãos amigas para abrir as cortinas
e viverem este grande momento do espetáculo:
a amizade.