sexta-feira, 30 de setembro de 2016
S.038.Solidão - Vilma Galvão
Melancolicamente, a tarde vai se afastando,
a queda da noite traz em tudo o gosto escuro e cansativo,
do dia que se passou mais uma vez...
As luzes dos postes, se acendem,
um rosto na vidraça olha tudo calado...
Tudo é tão triste,
tudo chora.
Nas ruas, os faróis dos carros acendem e se apagam,
seguindo a rua, geralmente sem destinos.
Na vidraça, os olhos tristes de alguém,
que traz no coração muita mágoa.
Neste rosto há toda uma busca,
busca esta que se destina na estrada,
que à nada leva.
Um alguém que partiu,
alguém que deixou no rosto,
o sorriso apagado e a incerteza da felicidade.
Este alguém se foi,
deixando um gosto de nada,
o dia neutro,
o coração sem novidades.
E quando a noite chega, chega junto a ela,
a contagem de mais um dia de solidão,
o aconchego no travesseiro de um rosto que,
banhado em pranto, tem a boca a
sussurrar baixinho o nome de alguém.
Quando a madrugada entra,
em substituição à noite,
ainda há um corpo a rolar sozinho,
ainda choram os olhos que não conseguem fechar,
e ainda há no coração uma esperança:
De reencontrar o amor que se foi...
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