quarta-feira, 30 de agosto de 2017
V.035.Velho amante - Clevane Pessoa de Araújo Lopes
O frisson das primeiras descobertas
não se repete, pelo conhecido gosto
da pele, pelo cheiro, pela textura
do contato, é certo, todavia
há sempre uma doce expectativa da calidez
que nos envolve os corpos -hoje mansos
como ovelhas pastando em conhecida
grama...
Mas a perfeita conexão dos encaixes,
a completa falta da ansiedade
que moldaria algo desconhecido,
apazigua nossos corações
e suaviza todos os gestos...
Isso acontece, velho amante,
quando a história comum
se alonga no tempo
qual tecido forte
que não mais se esgarça,
já mais resistente
pelos muitos remendos e cerzidos,
pois o bordado
não se desmanchará
o que acontece quando a brasa antiga
é mantida para gerar a chama
inevitável e necessária-
O que dança conosco a contradança
é antes de amante e de amado
uma pessoa amiga...
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário