sexta-feira, 31 de maio de 2019

D.026.Deixai-me - Maria Zilda de J. Alão


Deixai-me chorar minha dor...
Deixai que caiam minhas lágrimas,
pois, nesse momento de amargor
nada me pode consolar...

Deixai-me rir sem motivo
e podeis dizer que sou louca,
pois, as lembranças que guardo comigo,
tornaram-me prisioneira...

Deixai-me recordar a doçura
e a beleza do discurso,
que um dia encantada ouvi,
e, mais tarde, desiludida, descobri
que as palavras eram falsos brilhantes...

Deixai-me extravasar a amargura,
que no peito tenho contida porque
perdi a sanidade,e, como opção de vida,
estou presa à loucura...

Deixai-me apagar os momentos de angústia
que vivi, antes que o coração feneça,
mas, por favor,
deixai-me manter acesa,
a chama do amor...

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