terça-feira, 19 de novembro de 2019

N.022.Não somos livres - Vilma Galvão


Somos vida,
somos amor
ou talvez,
apenas sonhos,
desejos e esperanças...

Um lado de nós,
é medo,
receio,
não se entrega...

O outro lado é maturidade,
fica,
renasce,
atordoa-se na entrega.

Uma parte do nosso amor vive cada minuto,
faz-se presente,
agrada fica,
feliz em estar.

A outra parte,
se nega,
perde juízo,
se elimina,
tenta de qualquer maneira
não acreditar em tudo.

Nos revoltamos às vezes,
por não entender bem o que acontece,
trocamos carinhos
e logo depois nos entristecemos,
nos culpamos...
por não estarmos
completamente livres ainda.

Mas também,
sentimos a felicidade do encontro,
e com pressa, com entusiasmo,
queremos tudo,
fazemos tudo,

e tentamos não pensar em separação,
pensamos apenas na absoluta entrega
aos prazeres que nos chamam.

Há momento em que nos afastamos de tudo,
e nessa busca por outros caminhos,
nos perdemos...

Há momento em que estamos tão juntos,
e tão certos do que sentimos,
que acabamos jurando eternidade,
mesmo sabendo que ela não nos permitirá...

Não somos livres,
não podemos estar em nossos sonhos...

Você busca a sua estrada,
planejada e escrita sem minha presença.

Eu por outro lado,
crio uma paisagem de amor,
que sem maturidade
e sem querer aceitar outros meios,
o coloco como principal imagem
nesta paisagem...

Agora, aqui,
nos abraçamos,
lamentando o que a vida pode nos dar,
além de sonhos impossíveis,
e de um amor que não pode prosseguir...
Além dos momentos que sentimos felicidade
logo depois,
a culpa...

E questionamos o fato,
questionamos a vida,
questionamos a sina de cada um de nós...

Choramos,
abraçamos,
esquecemos de todo o resto,
mesmo que por alguns instantes...

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