quinta-feira, 30 de abril de 2020

P.072.Paisagem - Clevane Pessoa de Araújo Lopes


Sob as montanhas vigilantes
de verdes tons faiscantes.
Há minas de diamantes
há geodis e cristais
dizem até que há duendes e gnomos
e todos elementais.

Ao pé dessas belezas seculares,
cochila um manso lago
sem aves aos bandos, sós ou em pares
que agitem-lhe a superfície.

Diz a saga do lugar
que uma jovem apaixonada
ao saber-se preterida
pelo moço de seus sonhos,
jogou-se intimorata
do alto de uma pedra escarpada,
perfumando o ar
com seu corpo, ao flutuar.

E as águas mansas
abriram uma grande boca de renda
para receber a oferenda.

Nunca mais, no entanto,
nada, nem ninguém
foi capaz de agitá-las.
Viraram sepultura líquida
da juventude sacrificada...

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