sexta-feira, 30 de setembro de 2022
B.030.Bóias-frias - Lucelena Maia
Mãos calejadas repousam na enxada,
Suor de bóia-fria é desolação...
Olhos humildes, perdidos na estrada,
Amanhecidos nas ruas da plantação.
Alimentam-se de solidão, dificuldade,
E da marmita que viu o dia nascer;
Banham seus corpos no sol da tarde,
Laboram searas, sem esmorecer.
Adubam, plantam, colhem poeira,
Comandam a vida ensacando grão;
Da boléia do caminhão, recebem areia,
Que lhes cobre a já cansada visão.
Onde houver terra e trabalho
Haverá música instrumental de peão.
A esse trabalhador humilde e dedicado,
Só o solo poderá garantir-lhe o pão.
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