segunda-feira, 27 de fevereiro de 2023

R.041.Rei de Roma - Lucas Menezes Maida


Nunca vou decifrar os enigmas do universo
Tudo pode ser uma falácia
Nunca vou saber os motivos que unem versos
Por rimar em apenas uma galáxia

Se o mundo é redondo
O último já está na frente do primeiro
E se o mundo dá voltas
A posição não importa
E não muda o roteiro

Sou a tempestade em copo d’água
Por ser um fenômeno intenso
Em um recipiente pequeno
Sou a hipérbole das minhas mágoas
Por escrever o que penso
E destilar meu veneno

Desconfie de tudo
Até a palavra “oxítona” é proparoxítona
Desconfio de todos
Mesmo que a reverência soe uníssona

“Em cima do muro” já não é mais o termo
Pois não sabem se constroem ou se destroem
Indeciso, sem partido e sem governo
Vendo reinos em ruínas de ratos que se roem

É preciso choro para ter vela
É preciso ter muita boca para ser o rei de Roma
O rei do morro tem todas e não saiu da favela
E o rato roendo a roupa de quem não tem diploma

A carne tem papelão
Mas não é o mesmo do morador de rua
Pois ele dorme no chão
E a verdade nunca foi tão carne crua

Falsos ativistas atravancando caminhos
São cordeiros em pele de lobo
Mostrando ser o que não são para a mídia
Mais falso que carta arrependida de ator da Globo

Passo por passo, marcha a opressão
Eles andarão, nós Andorinha
Adoraria que a minoria fizesse verão
Só para o inverno sair de linha

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