quinta-feira, 26 de junho de 2014

R.023.Renúncia - Mélliss


De vez em quando,
quando bate a nostalgia,
decido sentar na varanda à luz do sol poente,
e me deixo ficar, ali, horas sem conta,
sem dar conta do tempo, muito longe do presente ...
A vida parece desfilar sutil ao meu redor,
carregada de fragrâncias, vultos, risos, gostos,sonhos,
e os castelos de nuvens se dissolvem nos meus olhos,
derramando lembranças em meu rosto ...
Relembro a chuva, molhando meus cabelos,
as curvas do arco-íris enfeitando o arco da minha janela,
corro atrás das folhas pequeninas dançando no vento
revivo momentos ao luar,
todos os planos que tracei,
revejo as curvas do caminho,
ganho asas... vou além ...
sinto-me jovem outra vez,
capaz de tentar todas as coisas que deixei,
refazer as promessas que esqueci e,
por um instante,
ainda crer em mim ...
É assim.
De vez em quando, eu me entrego à nostalgia,
lotada de velhas alegrias que me prometi...
Talvez nem tudo tenha sido realidade,
mas sonhar também é uma forma de existir ...

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