terça-feira, 30 de maio de 2017
T.038.Tú és - Thais Arrighi
Tu és...Meu sol
A fonte que alimenta
As raízes do meu eu
Com você...Sonho
O cantar do alvorecer
A alegria do meu entardecer
Os sonhos das minhas noites
Vazias e sem estrelas
Mas...Tu és
A flor mais bela do meu jardim
A criança que existe em mim
O meu ocaso num acaso
Meu oásis no deserto do meu coração
Porque tu és...
A água cristalina que purifica
As raízes do meu eu
Nos meus dias...Nos amanhãs
Porque tu és...O meu tudo...
Ou... Será o meu...Nada
Porque...Tu és...
T.037.Teu nome - Thais Arrighi
Nem sei ainda
Sonho sem saber...
E entre braços e...Enlaço de prazer
Vou sonhando sem querer...
Ando cantando...
Soletrando um nome!
Que nem sei ao menos dizer
Mas que faz parte integrante
Do meu ser...
Dia esperado...Noite agitada...
E na descoberta
Sonho mais uma vez!
E ao acordar... A tristeza
De não saber
Teu nome ainda dizer!
Vem a saudade do carinho
Você a me contar...
Te amo... Te adoro...Te quero
Mas como vou saber...
Se ainda...
O teu nome
Nem mesmo sei escrever
Fico então a imaginar...
Se ao te encontrar um dia
O teu nome irei chamar
Num abraço apertado
Num beijo selado
O teu nome então...
Será que eu poderei gritar?
T.036.Teclado - Um elo virtual - Thais Arrighi
Você e eu
Em sintonia
Sideral
Neste mundo de fantasia
Entre meu ser irreal
Vai me ditando normas
Que insisto em não querer
Pois o que sinto é mais forte
Entre o eu e o você!
Meu espaço coração
Não demonstra
Coragem bastante
Para o eu suplicante
Sintonizar a emoção
De viver sem alma
Corpo e coração
Do ficar só com você
Nesta noite inerte...Frio
Sem emoção!
Você que aprendeu
A linguagem dos poetas
Onde o sol e a lua
Perdidos entre amores
Espelha-se nos mares
Suplicantes de emoção
Vamos levando e
Buscando a saudade
De amores perdidos
Entre o tempo e o espaço
Deste mundo virtual
Ficando somente um abraço
Aquele que nunca existiu...
Vá então teclando...Teclando
Levando nossas poesias
E um dia com certeza
Encontraremos
Um novo amor virtual
Enquanto este dia não chega
Vou dizendo com carinho...E num afago
Amo você meu teclado!
Crônica - Q.002 - Quem morre - Pablo Neruda
Quem Morre?
Morre lentamente que não viaja,
Quem não lê,
Quem não ouve música,
Quem não encontra graça em si mesmo.
Morre lentamente quem destrói o seu amor próprio,
Quem não se deixa ajudar.
Morre lentamente quem se transforma em escravo do hábito,
repetindo todos os dias os mesmos trajetos,
quem não muda de marca,
não se arrisca a vestir uma nova cor,
ou não conversa com quem não conhece.
Morre lentamente quem faz da televisão o seu guru.
Morre lentamente quem evita uma paixão,
Quem prefere o negro sobre o branco
E os pontos sobre os “is”
Em detrimento de um redemoinho de emoções
justamente as que resgatam o brilho nos olhos, sorrisos
dos bocejos, corações aos tropeços e sentimentos.
Morre lentamente quem não vira a mesa quando está
Infeliz com o seu trabalho
Quem não arrisca o certo pelo incerto para ir atrás de um sonho,
Quem não se permite pelo menos uma vez na vida fugir
dos conselhos sensatos .
Morre lentamente quem passa os dias queixando-se
Da sua má sorte ou da chuva incessante.
Morre lentamente quem abandona um projeto
antes de inicia-lo
quem não pergunta sobre um assunto que desconhece
ou não responde quando lhe indagam sobre algo que sabe.
Evitemos a morte em doses suaves,
Recordando sempre que estar vivo exige um esforço muito
maior que o simples fato de respirar.
Somente a perseverança fará com que conquistemos um
estágio esplêndido de felicidade.
Crônica - Q.001 - Quase - Luis Fernando Veríssimo
Ainda pior que a convicção do não, a incerteza do talvez é a desilusão de um "quase".
É o quase que me incomoda, que me entristece, que me mata trazendo tudo que poderia ter sido e não foi.
Quem quase ganhou ainda joga, quem quase passou ainda estuda, quem quase morreu está vivo, quem quase amou não amou.
Basta pensar nas oportunidades que escaparam pelos dedos, nas chances que se perdem por medo, nas idéias que nunca sairão do papel por essa bendita mania de viver no outono.
Pergunto-me, às vezes, o que nos leva a escolher uma vida morna; ou melhor, não me pergunto, contesto. A resposta eu sei de cor, está estampada na distância e frieza dos sorrisos, na frouxidão dos abraços, na indiferença dos "Bom dia", quase que sussurrados.
Sobra covardia e falta coragem até pra ser feliz.
A paixão queima, o amor enlouquece, o desejo trai. Talvez esses fossem bons motivos para decidir entre a alegria e a dor, sentir o nada, mas não são.
Se a virtude estivesse mesmo no meio termo, o mar não teria ondas, os dias seriam nublados e o arco-íris em tons de cinza.
O nada não ilumina, não inspira, não aflige nem acalma, apenas amplia o vazio que cada um traz dentro de si.
Não é que fé mova montanhas, nem que todas as estrelas estejam ao alcance, para as coisas que não podem ser mudadas resta-nos somente paciência, porém, preferir a derrota prévia à dúvida da vitória é desperdiçar a oportunidade de merecer.
Pros erros há perdão; pros fracassos, chance; pros amores impossíveis, tempo.
De nada adianta cercar um coração vazio ou economizar alma.
Um romance cujo fim é instantâneo ou indolor não é romance.
Não deixe que a saudade sufoque, que a rotina acomode, que o medo impeça de tentar.
Desconfie do destino e acredite em você.
Gaste mais horas realizando que sonhando, fazendo que planejando, vivendo que esperando porque, embora quem quase morre esteja vivo, quem quase vive ... já morreu!!
Crônica - H.005 - Homem Maduro - Lisiê Silva
Há uma indisfarçável e sedutora beleza na personalidade de muitos Homens que hoje estão na idade madura.
É claro que toda regra tem suas exceções, e cada idade tem o seu próprio valor.
Porém, com toda a consideração e respeito às demais idades, destacaremos aqui uma classe de Homens que são companhias agradabilíssimas: Os que hoje são quarentões, cinquentões e sessentões.
Percebe-se com uma certa facilidade, a sensibilidade de seus corações, a devoção que eles tem pelo que há de mais belo: O sentimentalismo. Eles são mais inteligentes, vividos, charmosos, eloqüentes. Sabem o que falam, e sabem falar na hora certa. São cativantes, sabem se fazer presentes, sem incomodar. sabem conquistar uma boa amizade.
Em termos de relacionamentos, trocam a quantidade pela qualidade, visão aguçada sobre os valores da vida, sabem tratar uma mulher com respeito e carinho. São Homens especiais, românticos, interessantes e atraentes pelo que possuem na sua forma de ser, de pensar, e de viver. Na forma de encarar a vida, são mais poéticos, mais sentimentais, mais emocionais e mais emocionantes.
Homens mais amadurecidos têm maior desenvoltura no trato com as mulheres, sabem reconhecer suas qualidades, são mais espirituosos, discretos, compreensivos e mais educados.
A razão pela qual muitos Homens maduros possuem estas qualidades maravilhosas se deve a vários fatores: a opção de ser e de viver de cada um, suas personalidades, formação própria e familiar, suas raízes, sabedoria, gostos individuais, etc... mas eu creio que em parte, há uma boa parcela de influencia nos modos de viver de uma época, filmes e músicas ouvidas e curtidas deixaram boas recordações de sua juventude, um tempo não tão remoto, mas que com certeza, não volta mais.
Viveram sua mocidade (época que marca a vida de todos nós) em um dos melhores períodos do nosso tempo: Os anos 60/70. Considerados as "décadas de ouro" da juventude, quando o romantismo foi vivido e cantado em verso e prosa.
A saudável influência de uma época, provocada por tantos acontecimentos importantes, que hoje permanecem na memória e que mudaram a vida de muitos.
Uma época em que o melhor da festa era dançar coladinho e namorar ao ritmo suave das baladas românticas. O luar era inspirador, os domingos de sol eram só alegrias.
Ouviam Beatles, Johnny Mathis, Roberto Carlos, Antônio Marcos, The Fevers, Golden Boys, Bossa Nova, Morris Albert, Jovem guarda e muitos outros que embalaram suas "Jovens tardes de domingo, quantas alegrias! Velhos tempos, belos dias."
Foram e ainda são os Homens que mais souberam namorar:
Namoro no portão, aperto de mão, abraços apertadinhos, com respeito e com carinho, olhos nos olhos tinham mais valor...
A moda era amar ou sofrer de amor.
Muitos viveram de amor... Outros morreram de amor...
Estes Homens maduros de hoje, nunca foram Homens de "ficar".
Ou eles estavam namorando firme, ou estavam na "fossa", ou estavam sozinhos.
Se eles "ficassem", ficariam para sempre... ao trocar alianças com suas amadas.
Junto com Benito de Paula, eles cantaram a "Mulher Brasileira, em primeiro lugar!"
A paixão pelo nosso país, era evidente quando cantavam:
" As praias do Brasil, ensolaradas, no céu do meu Brasil, mais esplendor... A mão de Deus, abençoou,
Mulher que nasce aqui, tem muito mais Amor...
Eu te amo, meu Brasil, Eu te amo...
Ninguém segura a juventude do Brasil... sil... sil... sil..."
A juventude passou, mas deixou "gravado" neles, a forma mais sublime e romântica de viver.
Hoje eles possuem uma "bagagem" de conhecimentos, experiências, maturidade e inteligência que foram acumulando com o passar dos anos. O tempo se encarregou de distingui-los dos demais: Deixando os seus cabelos cor-de-prata, os movimentos mais suaves, a voz pausada, porém mais sonora, hoje eles são Homens que marcaram uma época.
Eu tenho a felicidade de ter alguns deles como amigos virtuais, mesmo não os vendo pessoalmente, percebo estas características através de suas palavras e gestos.
Muitos deles hoje "dominam" com habilidade e destreza essas máquinas virtuais, comprovando que nem o avanço da tecnologia lhes esfriou os sentimentos pois ainda se encantam com versos, rimas, músicas e palavras de amor, nem lhes diminuiu a grande capacidade de amar, sentir e expressar seus sentimentos. Muitos tornaram-se poetas, outros amam a poesia.
Por que o mais importante não é a idade denunciada nos detalhes de suas fisionomias e sim os raros valores de suas personalidades.
O importante é perceber que seus corações permanecem jovens...
São homens maduros, e que nós, mulheres de hoje, temos o privilégio de poder admirá-los.
Crônica - H.004 - Houve um tempo - Ana Clara Osório
Houve um tempo... (!!!???) Houve um tempo que eu queria ser beijada. Houve um tempo que eu queria estar sozinha. Houve momentos em que esperei um beijo e esperei a solidão, e houve tantos momentos que permaneci sozinha. Nem um som... Apenas eu, lá parada... Só tão só que nem a solidão me fazia companhia. E ai houve um tempo que eu quis chorar, quis correr e mostrar para o mundo como doía. Houve um tempo que eu o fiz, e me decepcionei... E como me decepcionei... Estúpida eu por acreditar no amor... Estúpida eu por acreditar na solidão... Estúpida eu por me decepcionar... Houve um tempo que eu esperei algo mais das pessoas, e sim houve um tempo que elas não me decepcionaram. Quando era esse eu não me recordo muito bem, talvez um tempo em que minha inocência ainda não era perdida. Houve tantos momentos... De solidão, de carência, de tudo... E não houve um sequer momento em que eu tenha conseguido saciá-los. O beijo não era o certo. A solidão era só de mais. As lágrimas não expressavam mais dor, apenas algo reprimido. E a decepção ainda estava ao meu lado, como sempre. Minha fiel e eterna companhia, talvez tenha sido ela que tenha feito de tudo um pouco vazio... Talvez fosse dela o gosto azedo dos beijos... Talvez fosse ela que espantasse a solidão, que por muitas vezes achei estar sempre ao meu lado, mas agora percebo que por mais uma vez estive errada... Estúpida eu por acreditar... Estúpida... Houve momentos que eu quis fugir, mas não tive coragem... Houve um tempo que eu acreditava que havia para onde fugir... Houve um tempo que ela não tocava a tudo... E há um tempo que me consome, não toca, me leva... Há um tempo em que não há beijos, não há lágrimas e nem solidão... Há um tempo que eu já não corro, estou cansada demais... Há um tempo que mais nada espero, apenas sou levada...
E há um tempo que ela toca tudo, cada beijo inexistente, cada companhia imaginária. Estúpida eu por deixar ela me tomar. Estúpida eu por ter deixado de acreditar no amor. Estúpida eu por deixar de acreditar na solidão.
E estúpida, eternamente estúpida por me decepcionar. Por não ter feito daquele beijo o certo e daquela solidão minha companhia. De não ter saciado cada momento, não ter lutado até o fim. Mas agora, bem, já é tarde, a noite corre solta e a lua ilumina meu rosto. Um sentimento um tanto agradável já toma conta de mim, acho que já sou dela... Há um tempo que mais nada importa, nada se espera... Mas sim houve um tempo em que tudo era melhor, havia esperança. Apenas algo para que se despedir...
Crônica - H.003 - Homem gosta de Homem - Mario Prata
- Homem gosta de homem!- disse, corajosamente, o cartunista Miguel Paiva (Radical Chic) na semana passada no gostoso (e gostosa) Marilia Gabi Gabriela. É preciso ter peito para fazer-se uma declaração dessa em público. E, quem tem peito, geralmente, são as mulheres. Escrevi e montei uma peça há uns anos atrás, chamada Besame Mucho. Esta peça tratava justamente deste assunto. A relação de ternura entre dois homens. Da infância até a maturidade. Antes que alguém viesse dizer que era coisa de viado, tive que inventar uma palavra para explicar a relação entre os dois personagens masculinos. A palavra era "homoternurismo" e, para minha infelicidade, até hoje não se incorporou ao Aurélio. Mulher é bom, é ótimo, nem se discute. Mas que os homens preferem os homens, também não se discute. Desde a infância, menino gosta de brincar com menino. Clube do Bolinha. Menina não entra! Na adolescência, é a mesma coisa. Temos olhos para os seios e os bumbuns da meninas, mas no meu time de futebol elas não entravam. Era rapaz de um lado e as meninas do outro. A gente casa, ama a esposa da gente, tem filhos, mas não vê a hora de ir para o botequim tomar umas e outras com os amigos. Os amigos do peito. Já notaram que os homens não têm amigas do peito? Tem amigas com peito. Na hora da confidência mais confidencial, na hora do aperto, do ombro amigo, e o amigo do peito (para se chorar) que está ali. Favor não confundirem, jamais, homoternurismo com homossexualismo. E a gente vai crescendo e vai formando o nosso time de amigos eternos, confiáveis, pau (ops!) pra toda obra. O domingo, por exemplo, foi feito para se passar com os amigos. O jogo de futebol, os gols na televisão, a cervejinha gelada. Mas qual é a mulher que não quer ir a "um cineminha" no domingo? Devia ser proibido mulheres aos domingos, dizia um meu amigo do peito, casado. Tudo isso que eu escrevi aí em cima, se for mesmo válido, só é válido até uma certa idade. A idade que eu estou agora. Quase cinqüenta anos, cheio de amigos e sem nenhuma mulher.
Talvez por pensar assim. "Um misógino!", diriam elas. Mas o mesmo Aurélio, que não consolidou o homoternurismo, diz que misógina é uma "repulsa mórbida do homem ao contato sexual com as mulheres". Não é o caso. E, outro dia, discutia isso com um velho amigo velho de 84 anos. Ele concordou, em termos, do alto de sua sabedoria de ancião.
Mas fez uma ressalva. Jogou na minha cara: - Daqui para a frente, é melhor começar a convidar mulheres para ir ao jogo de futebol. É melhor ir aprendendo a tomar caipirinha com mulheres no sábado antes da feijoada. Já está na hora de parar de reparar apenas nos seios e nas bundinhas das mulheres. As mulheres tem mais alma que os homens!
Crônica - H.002 - Homem Macaco - Heber Salvado de Lima
Eu estava de passagem pela Universidade de Fordhan, Nova York. Meu colega, Jesuíta americano, ao saber que eu gostava de escrever historinhas leves para jovens, propôs um passeio a Long Island, onde veria alguma coisa sensacional, inesperada e até nunca sonhada por ninguém... Fez-me entrar no carro e saímos... De fato, o que vi neste passeio é um caso único. Uma fábrica de sapatos projetada só para deficientes físicos. Todas as máquinas foram desenvolvidas pelo proprietário da empresa, Mister Henry Viscardi. vv Lá se viam máquinas acionadas só por um toco de braço, outras só pelos pés ou alguma perna atrofiada. Havia uma, a que mais me comoveu, manipulada pela boca de um operário tetraplégico! Henry Viscardi, o dono e criador dessa maravilha de amor, era também deficiente físico. Nascera com as pernas atrofiadas do joelho para baixo e tinha apenas um esboço de pés. Quando criança, andava com as mãos, segurando dois tocos de madeira, calçados com borracha de pneu. Esse seu modo de andar lhe valeu o apelido de "homem-macaco", dado pelos meninos da escola. Cada vez que o chamavam assim, ele saía, pulando com seus tocos de madeira, para ir chorar junto da professora. Um dia, esta resolveu dar-lhe uma sacudidela moral, dizendo: - Você pode pôr um fim a tudo isso se quiser! É um garoto muito inteligente e pode ser o primeiro da classe. Quando tal acontecer, todos irão respeitá-lo. Foi dito e feito. Passou a enfrentar aquela situação (ver-se chamado de "homem- macaco") sem lágrimas nem agressividade. Mas, sobretudo, começou a caprichar nos estudos, em pouco tempo estava em primeiro lugar! Acabou-se a zombaria. Ele terminou o primário e o colegial. Entrou para a faculdade e formou-se em engenharia. Casou-se e teve quatro filhas! Abriu uma indústria de sapatos e, em poucos anos, acumulou uma imensa fortuna!
Um dia, no seu carrão milionário, adaptado por ele próprio para ser controlado inteiramente com as mãos, viu um deficiente físico arrastando-se pelas ruas de Nova York.
Aquilo doeu-lhe e lhe sugeriu uma grande idéia. Começou a planejar máquinas especiais para deficientes. Foram meses e meses de trabalho, debruçado sobre as pranchetas... E a fábrica saiu do papel. Lá estava eu percorrendo seus pavilhões, saudado por dezenas e dezenas de sorrisos de deficientes... mas não havia deficiência alguma naqueles sorrisos, porque vinham de homens e mulheres muito felizes. Henry Viscardi é um grande católico, mas sua fábrica, que leva o nome tão bem empregado de "Abilities" (Habilidade), tem emprego para todas as religiões e todos se amam com o mesmo sorriso de felicidade! - Eu que conheci bem o sofrimento aprendi a socorrer os que sofrem. Há muitas pessoas sofredoras que, talvez, encontrassem paz e felicidade se procurassem ajudar alguém que sofre tanto ou mais do que elas. Esta é a lição maravilhosa, inesquecível, do milionário deficiente físico que, do alto dos seus milhões de dólares, debruçou-se sobre outros deficientes e os ajudou a encontrar o seu lugar na vida. A Lição do " Homem-macaco"!
Crônica - H.001 - Homens que odeiam demais - Silvane Sabóia
Ontem na mesa do barzinho
um homem falava que as mulheres
complicam a vida.
Ele falava o tempo todo sem parar
sobre as supostas bobagens das mulheres.
Ele, esse conhecedor de mulheres
falava visivelmente alterado e eu pensei:
*Esse ai foi corno.
No transcorrer da noite ele me assustou
com as bobagens que falou.
Que Mulheres eram idiotas, burras, e todas
estavam aquém dos homens.
E eu me contendo...
Quando o pobre infeliz teve o azar de
sentar ao meu lado, e eu o olhei discretamente,
era barrigudo, não usava perfume e
estava de bermuda, não suporto homens que
saem de bermuda a noite.
Me deu vontade de perguntar: Meu filho atual-
mente você transa com que tipo de gente?
Mulheres você odeia!?
Ele foi bebendo, bebendo e falou:
As mulheres e os gays querem comandar o mundo!
Eu pensei: Além de corno, tem um lado bicha.
Aposto que fantasia coisas com eles.
No fim da noite ele arriscou a me dar um sorriso...
E falou: O que você faz?
Eu respondi: Sou poeta meu amigo, não vivo
disso, mas é o que sou.
Ele disse: Você escreve sobre o que?
Eu tasquei a vingança respondendo:
Escrevo sobre a alma das pessoas, sua solidão,
sua necessidade de auto estima, seus amores,
dores, temores e principalmente sobre homens
que são eternos meninos, homens que odeiam
a si mesmos por sua incapacidade de amar e
que desabafam o seu fracasso nas mulheres.
E escrevo sobre conversas de bares, o que eles
expõem nas mesas e sua infantilidade em tentar
serem machões disfarçando assim sua
fragilidade e ignorância.
Sobre essas coisas....
E você faz o quê?
Ele disse branco e todo errado.
Sou dentista...
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