segunda-feira, 30 de julho de 2018
S.074.Soneto da surpresa - Oliveiros Litrento
Antes de eu te amar havia o nada
e o mês de abril chorava como um pranto.
Era o teu rosto à noite um doce espanto,
sortilégio sem par da namorada.
De teu sexo a noite se esvaia
e eu via o mar à luz de alguma estrela.
E as águas murmuravam e era bela
a canção de amor que eu então ouvia .
Em teus olhos de sonho uma surpresa :
a praia enluarada e os promontórios
de teus seios de brisa desvendados.
Os sinos repicavam. Indefesa
tu sonhavas despida. Migratórios
só os pássaros fugindo, deslumbrados.
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