sexta-feira, 16 de dezembro de 2022

U.036.Um "dedo-de-prosa" - Lucelena Maia


Agrada-me dizer do homem do campo
esse simplório contador de "causo"
sob o sol ou ante a um pirilampo,
arrebata de quem o ouve, aplauso...

Observá-lo e aos seus sonhos deitados
na modesta casa de pau-a-pique,
fumando cigarro - fumo picado -
soprando a fumaça para o alambique...

Com palha nos lábios, face sorrindo
ele, que tem vida quase banal
agradece a Deus, pelo dia findo.
Eu! Pela simplicidade rural

Elevadas as mãos com fugacidade
num "dedo-de-prosa" muito tranquilo
carrega na voz arrastada idade
e nos "causos" que conta, rico estilo

Seus olhos, por vezes, pescam do céu
as estrelas mais brilhantes que vêem
direcionando-as com alma fiél
para os amigos que, como ele, crêem...

"...A vida, como presente divino,
e porque é, nós devemos respeitá-la
e ao próximo, também ao destino".
Assim ele encerra sua mansa fala.

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