segunda-feira, 28 de agosto de 2023
M.145.Momento Merchanda - Um Poeta Vagabundo
Acho que perdi meu gravador hoje, não que tenha perdido, mas esquecido, não que tenha esquecido em algum lugar, mas esqueci em um lugar por dois dias...de
chuva e chuvisco e nebulosidade, o clima deste lugar é maluco, mas eu adoro, pois antes um verãozinho em pleno inverno, uma quebrada no frio, depois vem a
primavera e quando começo a ficar contente; enfim teremos dias de sol, o bom calor de racha cuca, o povo com preguiça , enquanto outros fingem não ter
preguiça, pois a sociedade não vê com bons olhos quem não gosta de trabalhar, mas não desviemos do bom e velho calor que vinha dizendo e vinha vindo. Antes
narrarei uma boa notícia, encontrei meu gravador, ele é bem útil, pelo menos eu me adaptei com facilidade ao meu olympus(momento merchanda) daqueles de fita
pequena, e com ele escrevi muitas coisas, ele estava na minha casa , lembrei onde ele estava num momento antes de fazer contato com Jah, lembrei que deixei
ele no jardim suspenso(laje)de minha casa, quando o levei para a mesma ocasião de contato com a divindade jamaicana, hoje é madrugada de quinta feira e o
contato anterior no jardim suspenso fora na Terça, fazia uma noite outonal ; agradável até... depois de tanta chuva e o gravador ali no jardim esperando uma
poesia, uma música ridícula que nunca faria sucesso, uma viagem qualquer, esperando por dois dias na chuva, tomei-o-ô em minha mão , abri o compartimento de
fita e tirei-a pequena fina úmida (para minha surpresa) ,fiz o mesmo com as pilhas, dei uma sacudidela e enfiei no bolso da minha calça fazendo o tecido
absorver o máximo de água possível, tirei o apareinho do bolso e alternando saculejos e enxugadas lembrei das aulas de Maquiavel que estavam gravadas na
fitinha, então me lembrei que eu passei boa parte da minha vida sem gravador, sem celular , sem computador, sem um monte de coisas e descobri que eu não
preciso tanto deles, talvez um pouco, como diria Caetano "ou não?". Só depois de tentar liga-lo que descobrirei se preciso, se não funcionar e eu comprar
outro é porque fiz dele um vicio, se funcionar é a sorte e continuarei usando até outro incidente do cotidiano, e ainda, se não funcionar eu não comprar
outro cabe mais duas alternativas. A primeira é porque não tive cem mangus(unidade monetária universal de toda a história da economia Brazuca) , e a outra é
porque graças a Jah eu consegui me desprender de mais uma desnecessidade que adquiri. E por falar em necessidade, eu tô em dúvida se troco meu celular velho
que comprei no semestre passado pelo modelo novo que tem todos os sem serviços já oferecidos no atual mais os novos que incluem pingado e pão com graxa , ou
churrasco grego com suco de caju Aguarí, ou se pego o mais sofisticado que serve croassant e capuccino , mas para falar verdade, eu fiquei sabendo que já tem
tecnologia pra lançar os modelos étnicos, mas estão esperando esgotar o mercado para esses novos, mas quando sair talvez queira um Bahiano com as opções
Acarajé com cocada boa, (se tiver da preta eu prefiro), ou algum que tenha Yakissoba, mas é sempre bom escolher a opção diet e light, e todos já vem com
gravador, câmera fotográfica, lanterna, sinalizador marítimo,gps, raio paralisante, detector de metal,compartimento secreto, teletransporte...
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