quarta-feira, 28 de fevereiro de 2024

M.177.Meu amor já não és - Nathaly Guatura


Meu amor já não és, Acometida farsa minha Deleitoso sonho meu Venenosa esmola divina (Ou que cri, eu, vinda do céus)
Meu amor, já não sou Eu, que não posso mais. Sou outro onde posso Que não sejas jamais Amor.
É preciso somente que Não seja eu para que não Sejas mais amor, amor, Em mim.
Contudo, já não és O cuidado que me deste, O sorriso que fizeste. Mudou-se que saíste, Meu amor.
Já não és, meu amor, A chance que pedi No momento em que perdi As estribeiras, amor Que não, não é meu.
Falho na empreitada Onde far-me-ia teu Amor que pediste Ou que fingiste Procurar, meu amor Que não és.
Meu amor já não és. Foste, mentira linda! Sincero atraso no dia Do dia em que seria O princípio, que não foi.
Não és, brevidade magnífica, Desordeira meticulosa Do alheio coração, meu amor, Que fizeste não mais eu.
Meu amor já não és. E perdoa-me, pois não posso, Não dou verso ao desamor. E bota fé que é com pesar Que procuro o apagar Do que não és, Do que não somos.
Meu amor, já que sim, és Motivo de rima, de rumo De tudo no tanto, no entanto Não és nada.
Meu amor já não és. Se não existes, Não existo eu.
Sem consumir-te, Ausente consumar-te, Ainda sim, meu amor, Permanecerás.

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