segunda-feira, 8 de abril de 2024
E.119.Eu queria escrever - Lucelena Maia
...Um poema que afrontasse
a minha discrição,
saísse das entranhas
como um filho herege
a devorar a passividade
dessa que o descreve.
...Um poema flecha,
certeiro nos versos
a derrubar alvos.
... Tivesse linhas indecifráveis
ao tirano
e compreenssiveis
ao humano.
... Um poema forte,
direto na boca
da fome,
da tristeza,
da amargura,
da incerteza,
concluindo-se proeza.
...Que fosse sem regras,
versos sem pregas,
solto e real
como eu o pressinto.
...Um desabafo de improviso
sem que para isso
eu perdesse a razão ou o juízo.
Eu queria
ver-me ao avesso
cuspindo o que penso
na cara do mundo
indiferente a opiniões...
...Mas veja o que ocorre,
foge de mim o afronto
por certo este é bronco
ou está ele de porre!
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