terça-feira, 31 de outubro de 2017
Crônica.S.002.Sua Amizade - Renata Guimarães
Não me interessa como e por que chegaste à minha vida,
quero apenas saber se podes sentar ao meu lado em frente ao fogo.
Não me interessa de onde vieste,
mas se por onde passaste viste coisas boas,
aprendeste e cresceste o suficiente para ter algo de bom para me passar...
Não me importa a cor dos teus olhos,
importa-me se eles aprenderam a ver o bem que ainda há na vida
e escondido no coração das pessoas.
Importa se sabem tornar o feio em belo, o mal em bem...
E se mesmo numa paisagem de dor e desolação
Conseguem enxergar as boas raízes
que estão para crescer...!!!
Não me interessa no que crês,
na fé que carregas,
mas se és fiel ao Deus que te criou e que de ti cuida.
Aos princípios que aprendeste, se vives o amor
e se sabes que fé e lealdade andam juntas.
Não me interessa se tens muitos ou poucos amigos,
mas se aos que tens, sabes tratar com respeito e dignidade.
Se cuidas daqueles que te amam, te admiram e estão ao teu lado,
aceitando suas diferenças, até como forma de te complementar,
e não tentas fazer deles um como ti mesmo.
Se tu respeitas seus segredos, e se, nas vezes que dividiram a alma contigo, não espalhaste aos quatro ventos.
Aquilo que eles te entregaram no secreto,
Entre quatro paredes do teu coração...
Se disseres sim ao amor, à liberdade...
Se amas e buscas a bondade, a verdade e o bem que há em cada um,
se sabes dividir o que tens sem exigir retornos,
se respeitas as falhas do teu amigo,
Se sabes ver o lado bom de tudo...
Se aprendeste a sorrir entre as lágrimas
(porque estas são sempre passageiras.)
Então:
Vem, e senta-te ao meu lado,
vamos fazer festa,
divida da minha ceia, toma do meu cálice...
Vamos olhar para o céu da noite que nos envolve,
vamos escolher uma estrela e vamos sonhar com o que fazer com ela.
Quando estivermos distantes, mas olhando-a,
sentiremo-nos aproximados,
pelo mesmo sentimento e pensamento...
Senta comigo e vamos sonhar o mundo bonito
que cada um carrega em si,
vamos acreditar que ele ainda tem jeito,
que viver é bom,
que sonhar é maravilhoso,
e que sonhos se realizam porque corações se encontram,
se abraçam, se unem batendo numa mesma sintonia,
e um e um quando querem, fazem mais que dois.
Então o sonho em comum, de ambos
Se torna real, sendo dois para construir!
Vem,
meu amigo ou amiga,
vem e senta comigo,
vamos celebrar a vida,
que nasce do encontro e revigora a alma.
Vamos então agradecer à Deus o milagre da amizade sincera,
que Ele compara ao tesouro!
Obrigado por tua amizade...
Obrigado por teu amor...
Obrigado por tuas orações...
Obrigado por seres real em minha vida...
Obrigado por me aceitar e respeitar como sou...
Obrigado por acalentar minha alma dolorida...
Obrigado por ouvir minha dor...
Obrigado por sustentar meu choro...
Obrigado por enxugar minhas lágrimas...
Obrigado por ter guardado só para ti...
Obrigado pela lealdade...
Obrigado pelo bem que vês em mim...
Obrigado por dividir alegrias...
Obrigado por tudo!
Crônica.S.001.SILENCIO - ALDO NOVAK
Pense em alguém que seja poderoso.
Essa pessoa briga e grita como uma galinha, ou olha e silencia, como um lobo?
Lobos não gritam. Eles têm uma aura de força e poder. Observam em silêncio.
Somente os poderosos, sejam lobos, homens ou mulheres, respondem a um ataque verbal com o silêncio. Além disso, quem evita dizer tudo o que tem vontade, raramente se arrepende por magoar alguém com palavras ásperas e impensadas.
Exatamente por isso, o primeiro e mais óbvio sinal de poder sobre si mesmo é o silêncio em momentos críticos.
Se você está em silêncio, olhando para o problema, mostra que está pensando, sem tempo para debates fúteis.
Se for uma discussão que já deixou o terreno da razão, quem silencia e continua a trabalhar mostra que já venceu, mesmo quando o outro lado insiste em gritar a sua derrota.
Olhe.
Sorria.
Silencie.
Vá em frente.
Lembre-se de que há momentos de falar e há momentos de silenciar. Escolha qual desses momentos é o correto, mesmo que tenha que se esforçar para isso.
Por alguma razão, provavelmente cultural, somos treinados para a (falsa) idéia de que somos obrigados a responder a todas as perguntas e reagir a todos os ataques. Não é verdade. Você responde somente ao que quer responder e reage somente ao que quer reagir. Você nem mesmo é obrigado a atender seu telefone pessoal. Falar é uma escolha, não uma exigência, por mais que assim o pareça.
Você pode escolher o silêncio.
Além disso, você não terá que se arrepender por coisas ditas em momentos impensados, como defendeu Xenocrates, mais de trezentos anos antes de Cristo, ao afirmar: "me arrependo de coisas que disse, mas jamais de meu silêncio".
Durante os próximos sete dias, responda com o silêncio, quando for necessário.
Use sorrisos, não sorrisos sarcásticos, mas reais.
Use o olhar, use um abraço ou use qualquer outra coisa para não ter que responder em alguns momentos.
Você verá que o silêncio pode ser a mais poderosa das respostas.
E, no momento certo, a mais compreensiva e real delas.
Crônica.M.005.Mudar ou continuar? - Paulo Roberto Gaefke
Existem momentos em nossa vida
em que não conseguimos achar uma saída.
Parece que tudo se volta contra nós, dívidas, inimizades,
relacionamento que começa a naufragar, desemprego, doenças, etc.
Tudo começa a ficar estranhamente sem sentido,
então nós nos perguntamos: por quê tudo isso?
Olha, poderia te apresentar uma dezena de respostas,
desde as mais científicas e exatas que
poderiam apontar para um descaso de sua parte,
até as mais esotéricas que apontariam a inveja,
o olho gordo e outros sortilégios.
Mas, o que interessa para você nesse momento de dor:
saber o porquê ou resolver o problema?
A minha inteligência insiste em dizer que você vai optar pela solução do problema,
e a solução do problema passa pela disposição de fazer mudanças,
as vezes radicais, na sua maneira de agir e viver até agora.
Acredite, toda dor é causada em grande parte por nossos próprios atos,
seja pela invigilância, pelo descuido, pela boa fé,
e as vezes até para tirar partido de uma situação,
aquela em que você acredita piamente
que está levando vantagem e vai ser depenado.
Pare tudo.
Pare as queixas, as lamentações e veja onde você anda pisando.
Nos relacionamentos, por exemplo, você acredita em tudo que te dizem?
Acredita em amor virtual?
Acredita em alma gêmea e amor único?
Abre mão da sua vida para atender os caprichos dos outros?
Anda se preocupando mais com os outros que com a sua própria vida?
Faça a listinha do que você anda fazendo de errado e prometa uma mudança
e esforce-se para mudar esses pontos que só trazem desgosto.
No campo financeiro, será que você não anda gastando além dos limites?
Será que você não anda comprando pela empolgação?
Faça a lista de quantos aparelhos você comprou e nunca usou.
Quantos CD's que você mal ouviu?
Quantos sapatos que já saíram de moda e eram somente para uma estação?
Quantos arrependimentos você já contou esse mês?
No campo espiritual, e esse é o mais importante de todos, me conta:
quanto tempo você tem dedicado à Deus?
Quanto tempo você se envolve com a sua religiosidade?
Você tem freqüentado a sua Igreja com regularidade,
ou você nem sabe o que é uma igreja há muitos anos?
Sua conversa com Deus tem sido um eterno pedir, pedir e pedir?
Faça essa análise e você terá a resposta para
a maioria das dores que você vem enfrentando na sua vida.
Você tem coragem para tantas coisas,
você quer tantas coisas então não tenha
vergonha de admitir que tem errado
tantos fatos na sua vida e que você precisa de uma ajuda
"acima dos homens", "acima da vida".
Peça sinceramente, com o seu coração,
uma oportunidade para "renascer com Jesus",
para ter um "encontro verdadeiro com Ele".
Você vigia os seus erros, apóia-se em Jesus e nada, nada te faltará.
Faça as contas, verifique os erros e mude.
Mude tudo o que for necessário.
Não importa a dor que vai causar no seu orgulho,
importa sim a sua libertação para uma vida plena e cheia de abundância.
Crônica.M.004.Maneira de amar - Carlos Drumont de Andrade
O jardineiro conversava com as flores e elas se habituaram ao diálogo. Passava manhãs contando coisas a uma cravina ou escutando o que lhes confiava um gerânio. O girassol não ia muito com sua cara, ou porque não fosse homem bonito, ou porque os girassóis são orgulhosos de natureza. Em vão o jardineiro tentava captar-lhes as graças, pois o girassol chegava a voltar-se contra a luz para não ver o rosto que lhe sorria. Nunca, entretanto, o jardineiro deixou de regar o pé de girassol e de renovar-lhe a terra, na ocasião devida. O dono do jardim achou que seu jardineiro perdia muito tempo parado diante dos canteiros, aparentemente não fazendo coisa alguma. E mandou-o embora, depois de assinar a carteira de trabalho. Depois que o jardineiro saiu, as flores ficaram tristes e censuravam-se porque não tinham induzido o girassol a mudar de atitude. A mais triste de todas era o girassol, que não se conformava com a ausência do homem. - Você o tratava mal, agora está arrependido? - Não, - respondeu - estou triste porque agora não posso tratá-lo mal. É a minha maneira de amar, ele sabia disso.
Crônica.M.003.Meu amigo, meu grão de areia - Lyrio do Valle
Será você, jovem, tão poderoso e forte, que independa
da inocência das crianças, o inconformismo dos adolescentes,
da ousadias dos próprios jovens, da intolerância dos adultos
e sabedoria dos idosos?
Não.......
Vou lhe contar uma história, que por sua vez, me foi contada
por um triste grão de areia, que felizmente, encontrei em
uma das muitas praias de minha vida.
Disse-me o grão de areia, que morava tranqüilo em uma
linda montanha, a mais bela entre todas.
Cheia de vida. Muitas vidas. Muito verde.
Animais e plantas de todas as espécies, água em abundância.
Um paraíso.
Porém, um dia, esta montanha, cheia de orgulho e se
sentindo toda poderosa, falou para que todos a ouvissem:
- Eu sou a mais linda das montanhas, a rainha e nada
poderá me destruir, me remover.
- Sou mais poderosa que o vento, o sol, a chuva e o frio, juntos.
O vento, que por ali passava, ouvindo isso,
triste e ofendido, procurou o sol, a chuva e o frio,
para contar o que havia sucedido.
O sol, com todo o brilho e calor, falou humildemente:
- Sim, ela é mais poderosa do que todos nós, juntos.
- Juntos, lhe damos calor, alimentamos as suas fontes,
lhe damos o que beber, permitimos que se refresque
e alisamos suavemente a sua face, com carinho e amor.
- E ela, sabe muito bem disso.
- Vamos então, um a um, aparentemente fracos, enfrentá-la.
Todos se indignaram, porém resolveram aceitar a
sugestão do sol; e assim, o vento, a chuva e o frio,
se afastaram e deixaram ao sol, a primeira batalha.
Ele brilhou constante e fortemente por muito tempo.
Sozinho. E deste modo, as matas quase desapareceram,
os rios secaram e os animais buscaram outras áreas onde viver.
A seguir, o sol se recolheu e deixou ao frio, a segunda batalha.
" Pouca coisa resistiu ao frio intenso, a vegetação que pouco Restava, morreu; as poucas águas aos lagos se congelaram e a vida começou a morrer nesta montanha."
O frio, tendo cumprido a sua tarefa, deu lugar ao vento,
que despiu essa montanha de tudo quanto a protegia,
e a cada dia, se tornava mais fraca.
Vulnerável. Desnuda, e sem qualquer resistência,
esta montanha orgulhosa teve que enfrentar a chuva,
que veio intensa e corajosa, pronta a retirar,
grão a grão, a terra que a natureza, com suas leis
havia provido de tanta beleza, tanta vida, para reduzi-la
simplesmente em uma planície, e ter, cada uma de
suas partes, seus grãos de areias espalhados pelos rios,
mares e oceanos.
Um pouco dela, para contar à todos os homens,
o destino que orgulhosamente, escolheu para si.
Nós, que nos sentimos tão poderosos e absolutos,
nos esquecemos da dependência que temos de todos
que nos cercam e nos auxiliam, por menos importantes
que possam parecer.
Somente seremos forte, quando estivermos
firmemente unidos.
Fieis aos amigos que nos cercam.
Simples, como um grão de areia
Crônica.M.002.Maria da Paixão - Claudia Villela de Andrade
Se me perguntassem se assinaria esse meu falar, contando de meu sentir, diria que não. Apenas grafaria no papel a frase: "Um Nome. Uma Mulher". Sim, assim mesmo. Apenas uma mulher que conta a história de seu amor para o seu amor e que nela se descortina. Pode parecer um absurdo, mas é o que eu queria fazer, apenas um conto, um lindo conto de amor. Depois... enviá-la-ia anonimamente. Vê-lo-ia atravessar sete mares, vencendo ventos e torceria para que chegasse às suas mãos, pronto para ser devorado e... rasgado. Bom seria se você me adivinhasse. Mas tenho um nome, que é também um estado, um sentimento. Fácil será, para você, adivinhá-lo. Então, deixemos o nome e falemos apenas do sentimento: Estou no alto desse mirante, hipnotizada pela paisagem que se revela, exatamente feito uma janela, criada para que eu possa, enfim, constatar o meu amor. Minúsculos pontos verdes como um tapete, cortado por um longo e poluído rio e meu coração a dizer encantos. Pela primeira vez, pego-me pensando em você com mais intensidade. Mais profundidade. Não um simples lembrar. É um pensar diferente, dessa vez. Um pensar com necessidade, com um sorriso no canto dos lábios. Com tanto afeto, que chega a arrepiar o velho e bom estômago. Exercita-o com aquele frio que desce e sobe, sufocante e revelador de emoções que há muito não aconteciam. Um pensar que busca nos labirintos da vida a imagem bonita, por vezes amarga, cansada, mas que apalpo com gosto. É... Não me importa o cansaço, desde que você descanse, depois, em meus braços. Nesses braços que não sabiam da vontade de dar forte e afetuoso abraço. Gosto tanto, que não tinha dado conta, não sabia que estaria aqui, agora, com vergonha dos meus próprios pensamentos. Sentindo-me uma boba adolescente com fitas no cabelo. Como se não merecesse essa felicidade de sentir. Gosto tanto, que redescubro mais do que deveria, pois na minha idade, essas paixões são perigosas. Quase nunca se concretizam. Guardam apenas sonhos e embalam ilusões que não tomam forma. Isso não é característica da velhice, mas do momento em que a inquietação dá lugar à sobriedade e todos os nossos conflitos estão resolvidos ou calados para sempre. A verdade é que não estou, nem um pouco, me importando se, nesse momento, você está pensando em mim. Ando me bastando para certas felicidades. Depois de tanta solidão, acostumei-me comigo. Só não queria ter perdido o contato com a emoção. E estou feliz, sabendo que não. Não perdi ainda a capacidade de encontrar a flâmula pequenina do amor sinalizado com tanta euforia, a dizer-me que, a qualquer momento, a vitória pode acontecer.
Mas tenho que confessar: se você pensar em mim, pouco que seja, sentir-me-ei adolescida. Quem sabe nossas asas possam voar juntas, daqui de cima, fazendo pouso certeiro na paisagem, lá embaixo? Seria bom terminar o vôo com você ao meu lado. E começar outros! E mais outros...
Espero não ter deixado minha ansiedade transparecer nestas poucas linhas. Não quero criar intimidações e constrangimentos com a revelação. Não é minha intenção. Só escrevo por achar que não tenho mais tempo, nem necessidade de esconder amor no fundo do meu fruto. Seja, então, o que melhor puder ser. Rasgue este conto de minh'alma. Ignore o meu acalentado gesto de paixão. Ou sinalize-me com os olhos, farol que se tornou do meu mirante. Saberei lê-los com sensatez e apreciação. Quero deixar registrada aqui apenas a última verdade: Meu amor é grande, tenha certeza. Respeite-o. Isto, para mim, seria o suficiente...
Com afeto, Maria, (cheia) da Paixão. 1º lugar em conto do Concurso de Contos Especiais do Armazém Literário 2002
Crônica.M.001.Me apaixonei, e agora? - Douglas Lara
Como não consigo convencer minha paixão, pensei em algumas alternativas. Durante as primeiras abordagens ela apenas diz que não é o momento certo, que ela não pode por motivos familiares e por aí afora. Tentei de todas as formas possíveis e imagináveis conseguir a atenção, o afeto, enfim todo o amor dela. Descobri que estava apenas perdendo tempo. Apelei para amigos, na tentativa de conseguir alguns conselhos de como se faz para conquistar uma mulher. Tudo foi em vão. Foi então que resolvi apelar. Fui até uma banca de revistas aqui do bairro e comprei um livrinho de truques e simpatias. Comecei a ler e percebi que o tal guia de conquistas é feito para mulheres, o que não me incomoda em nada. Apenas um fato curioso chamou a minha atenção, que indica que o mesmo foi feito há muitos anos atrás. O guia recomenda: 'magos e feiticeiras', fiquem atentos! É necessário a máxima limpeza física aos que pretendem executar trabalhos de magia. Não será, informa o texto, necessário vestir-se luxuosa ou ricamente, mas é imprescindível a máxima limpeza do corpo e das roupas. O uso de perfume é recomendável, pois a aura do praticante de magia deve ser altamente atraente. O objetivo da simpatia ou da magia deve ser sempre positivo, e não deve jamais, prejudicar alguém. O amor conquistado com a ajuda das forças ocultas não durará para sempre, revela o livreto (não gostei desta parte). Geralmente, o período de duração varia entre 3 e 5 anos, ou no máximo 7 (Ah! Isso me parece bom, pois estou considerando meu último caso de verdadeiro e desinteressado amor). Jamais tente executar qualquer magia ou simpatia antes de transcorrer 24 horas de qualquer relação sexual. Abstenha-se de álcool e sexo por 7 dias após a execução de qualquer simpatia. Nenhuma magia deverá ser executada na fase da Lua Minguante, salvo raras exceções. Não permita a presença de crianças, mulheres grávidas ou em fase menstrual e, principalmente os descrentes. Se é mulher, não faça simpatias grávida ou em fase menstrual. Todo pretendente a mago, magista, bruxa, feiticeira ou simplesmente estudioso(a), deverá contar com um quarto só para si, mesmo que pequeno, onde guardará o material necessário aos trabalhos de magia. Deverá ... e blá blá blá blá blá blá blá.... Pensando melhor, irei voltar a banca para ver se devolvem o dinheiro pago ou trocam por outro livreto, mesmo que seja um de estórias em quadrinhos ...
Crônica.B.003.Belíssima história de amor - Sérgio Barros
Esta é uma história de amor....
Eu retornava pra casa, em um dia muito frio quando tropecei em uma carteira. Procurei por algum meio de identificar o dono, mas a carteira só continha três dólares e uma carta amassada, que parecia ter ficado ali por muitos anos.
No envelope, muito sujo, a única coisa legível era o endereço do remetente. Comecei a ler a carta tentando achar alguma dica. Então eu vi o cabeçalho. A carta tinha sido escrita há quase sessenta anos atrás.
Tinha sido escrita com uma bonita letra feminina em azul claro sobre um papel de carta com uma flor ao canto esquerdo. A carta dizia que sua mãe a havia proibido de se encontrar com Michael mas ela escrevia a carta para dizer que sempre o amaria.
Assinado Hannah.
Era uma carta bonita, mas não havia nenhum modo, com exceção do nome Michael, de identificar o dono.
Entrei em contato com a cia. telefônica, expliquei o problema ao operador e lhe pedi o número do telefone no endereço que havia no envelope.
O operador disse que havia um telefone mas não poderia me dar o número. Por sua própria sugestão, entrou em contato com o número, explicou a situação e fez uma conexão daquele telefone comigo.
Eu perguntei à senhora do outro lado, se ela conhecia alguém chamada Hannah.
Ela ofegou e respondeu:
- "Oh! Nós compramos esta casa de uma família que tinha uma filha chamada Hannah. Mas isto foi há 30 anos!"
- "E você saberia me dizer onde aquela família poderia ser localizada agora?" Eu perguntei.
- "Do que me lembro, aquela Hannah teve que colocar sua mãe em um asilo alguns anos atrás", disse a mulher. "Talvez se você entrar em contato eles possam informar".
Ela me deu o nome do asilo e eu liguei. Eles me contaram que a velha senhora tinha falecido alguns anos atrás mas eles tinham um número de telefone onde acreditavam que a filha poderia estar vivendo.
Eu lhes agradeci e telefonei. A mulher que respondeu explicou que aquela Hannah estava morando agora em um asilo.
A coisa toda começa a parecer estúpida, pensei comigo mesmo. Pra que estava fazendo aquele movimento todo só para achar o dono de uma carteira que tinha apenas três dólares e uma carta com quase 60 anos?
Apesar disto, liguei para o asilo no qual era suposto que Hannah estava vivendo e o homem que atendeu me falou,
- " Sim, a Hannah está morando conosco."
Embora já passasse das 10 da noite, eu perguntei se poderia ir para vê-la.
- "Bem", ele disse hesitante, "se você quiser se arriscar, ela poderá estar na sala assistindo a televisão".
Eu agradeci e corri para o asilo. A enfermeira noturna e um guarda me cumprimentaram à porta. Fomos até o terceiro andar. Na sala, a enfermeira me apresentou a Hannah. Era uma doçura, cabelo prateado com um sorriso
calmo e um brilho no olhar.
Lhe falei sobre a carteira e mostrei a carta. Assim que viu o papel de carta com aquela pequena flor à esquerda, ela respirou fundo e disse:
- "Esta carta foi o último contato que tive com Michael".
Ela pausou um momento em pensamento e então disse suavemente:
- "Eu o amei muito. Mas na ocasião eu tinha 16 anos e minha mãe achava que eu era muito jovem. Oh, ele era tão bonito. Ele se parecia com Sean Connery, o ator".
- "Sim," ela continuou. "Michael Goldstein era uma pessoa maravilhosa. Se você o achar, lhe fale que eu penso freqüentemente nele. É... ela hesitou por um momento, e quase mordendo o lábio, "lhe fale que eu ainda o amo.
Você sabe", ela disse com lágrimas que começaram a rolar em seus olhos, "eu nunca me casei. Eu jamais encontrei alguém que correspondesse ao Michael..."
Eu agradeci a Hannah e disse adeus. Quando passava pela porta da saída, o guarda perguntou:
- "A velha senhora pode lhe ajudar?"
- "Pelo menos agora eu tenho um sobrenome. Mas eu acho que vou deixar isto para depois. Eu passei quase o dia inteiro tentando achar o dono desta carteira".
Quando o guarda viu a carteira, ele disse:
- "Ei, espere um minuto! Isto é a carteira do Sr. Goldstein. Eu a reconheceria em qualquer lugar. Ele está sempre perdendo a carteira. Eu devo tê-la achado pelos corredores ao menos três vezes".
- "Quem é o Sr. Goldstein?" Eu perguntei com minha mão começando a tremer.
- "Ele é um dos idosos do 8º andar. Isso é a carteira de Mike Goldstein sem dúvida. Ele deve ter perdido em um de seus passeios".
Agradeci o guarda e corri ao escritório da enfermeira. Lhe falei sobre o que o guarda tinha dito. Nós voltamos para o elevador e subimos.
No oitavo andar, a enfermeira disse,
- "Acho que ele ainda está acordado. Ele gosta de ler à noite. Ele é um homem bem velho."
Fomos até o único quarto que ainda tinha luz e havia um homem lendo um livro. A enfermeira foi até ele e perguntou se ele tinha perdido a carteira.
Sr. Goldstein olhou com surpresa, pondo a mão no bolso de trás e disse,
- "Oh, sim!"
- "Este amável cavalheiro achou uma carteira e nós queremos saber se é sua?"
Entreguei a carteira ao Sr. Goldstein, ele sorriu com alívio e disse:
- "Sim, é minha! Devo ter derrubado hoje a tarde. Eu quero lhe dar uma recompensa".
- "Não, obrigado", eu disse. "Mas eu tenho que lhe contar algo. Eu li a carta na esperança de descobrir o dono da carteira".
O sorriso em seu rosto desapareceu de repente.
- "Você leu a carta?"
"Não só li, como eu acho que sei onde a Hannah está".
Ele ficou pálido de repente.
- "Hannah? Você sabe onde ela está? Como ela está? É ainda tão bonita quanto era? Por favor, por favor me fale", ele implorou.
- "Ela está bem... E bonita da mesma maneira como quando você a conheceu".
Eu disse suavemente.
O homem sorriu e perguntou,
- "Você pode me falar onde ela está? Ele agarrou minha mão e disse, "Eu estava tão apaixonado por aquela menina que quando aquela carta chegou, minha vida literalmente terminou. Eu nunca me casei. Eu sempre a amei."
- "Sr. Goldstein", eu disse, "Venha comigo".
Fomos de elevador até o terceiro andar. Atravessamos o corredor até a sala onde Hannah estava assistindo televisão. A enfermeira caminhou até ela:
- "Hannah, " ela disse suavemente, enquanto apontava para Michael que estava esperando comigo na entrada. "Você conhece este homem?"
Ela ajeitou os óculos, olhou um momento... e não disse uma palavra...
Michael disse suavemente, quase em um sussurro,
- "Hannah!!!
- "Michael! Eu não acredito nisto! Michael! É você! Meu Michael!"
Ele caminhou lentamente até ela e se abraçaram. A enfermeira e eu partimos com lágrimas rolando em nossas faces.
- "Veja", eu disse. Veja como o bom Deus trabalha!
Aproximadamente três semanas depois eu recebi uma chamada do asilo em meu escritório.
-"Você pode vir no domingo para assistir a um casamento? O Michael e Hannah vão se casar"!
Foi um casamento bonito, com todas as pessoas do asilo devidamente vestidos para a celebração. Hannah usou um vestido bege claro e bonito. Michael usou um terno azul escuro.
O hospital lhes deu o próprio quarto e se você sempre quis ver uma noiva com 76 anos e um noivo com 79 anos agindo como dois adolescentes, você tinha que ver este par.
Um final perfeito para um caso de amor que tinha durado quase 60 anos.
Crônica.B.002.Beleza - Paulo Fuentes
Mulher !!!
Abra o seu sorriso,
Faça com que seus olhos fiquem mais brilhantes.
Tudo isso mostrará a sua beleza.
A verdadeira beleza de uma mulher,
Não está nas roupas que ela usa,
Nem na imagem que ela carrega,
Ou na maneira que ela penteia os cabelos.
A verdadeira beleza de uma mulher,
Tem que ser vista a partir dos seus olhos,
Porque essa é a porta para o seu coração,
O único lugar onde o amor reside.
A beleza de uma mulher,
Não está nas marcas do seu rosto.
Mas a verdadeira beleza numa mulher,
Está refletida na sua alma,
Está no cuidado que ela amorosamente tem (pelos outros), e na paixão que ela demonstra.
E a beleza de uma mulher,
Com o passar dos anos, apenas cresce.
Você MULHER, já notou como está bonita hoje?
Crônica.B.001.Bom dia - Melliss
Eu abri as janelas da alma
e observei as cores do amanhecer ...
Havia tanto azul e tanta paz dentro de mim !
Os pássaros, despertando no arvoredo,
moviam-se como pequeninos brinquedos,
quebrando a quietude das primeiras horas
do dia ...
Lá fora, no varal das estações, as vestes
das minhas alegrias balouçavam ao vento,
celebrando a graça do existir...
Puxei cortinas delicadas, feitas de lembranças,
e vi que, através delas, as cores da manhã
se confundiam, trazendo estrelas que jamais
adormeceram, remanescentes dos sonhos
que enfeitaram o céu noturno deste meu
olhar ...
Voltei a deitar sobre um tapete de
velhas ternuras, ajeitei as almofadas feitas
de esperança, e sorri ..., porque o sorriso
é a bênção de agradecer silenciosamente
todas as graças que recebemos,
é o poder de retribuir a vida que há em mim.
Que todos vocês amanheçam felizes!
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