sexta-feira, 23 de maio de 2014

L.006.Loucura - Vilma Galvão


Eu,
folheio o livro do passado, e percebo,
que tudo ficara guardado, espremido,
em uma cabeça que de nada esquece.
Os poemas pensativos, escritos com emoções
de ardentes momentos,
de dias repletos de felicidades...
Agora são poucas linhas escritas por um vento
que por aqui passou, quando a tristeza
foi descansar no canto apertado de um coração.

A fruta de lágrimas,
colhida depois de um temporal de desilusão,
foi posta numa cesta de pensamentos envelhecidos,
onde lá, se apodreceu...
E agora que não há mais lágrimas,
o coração sofre mais ainda...

Loucos desejos de libertar-se da melancolia,
flutua na mente de uma que, desesperada
caminha pra lugar nenhum,
procurando em rastros:
uma resposta,
em copos de fortes bebidas:
esquecer um triste passado,
em velocidades forasteiras:
deixar os pensamentos e o cheiro de derrota

Ainda caminho de cabeça baixa,
endoidecendo-me em ilusões de ainda estar vivendo...
De julgar o meu passado, como apenas uma fase...
Dentro da cabeça,
uma decisão tola,
uma tentativa inútil de por a tristeza de lado.
Uma certeza de que voltará o passado,
a cada objeto,
a cada estrada...

O coração explode!
vem aquela vontade de sair da vida,
de ficar louca...
Um sonho impossível
de me apresentar no palco da vida
e ser aceita por todos.
Não como coitada,
mas sim, como mulher.
Mulher que nasceu novamente,
que cresceu,
que agora entende e aceita a vida.
Mulher que ama e quer ser amada,
por ela mesma
e por todos aqueles que surpresos,
lhe observam...
Que ouvem atentamente as palavras
que lhe saem... de desespero talvez...

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