quinta-feira, 28 de outubro de 2021

O.088.Oh Céus - Angela Bretas


- Rondel -
Oh céus! Onde estás?- Exclamo aos mares e ventos.
Sem resposta, sem volta, sem entender permaneço...
Esqueci de rasgar do calendário os momentos.
E indagando eu vago, eu rogo. Incerta, padeço.
Onde errei? Não encontro respostas, de ti não esqueço.
Como fui mergulhar nestes rasos tormentos?
Oh céus! Onde estás?- Exclamo aos mares e ventos.
Sem resposta, sem volta, sem entender permaneço...
Será que pequei, que magoei, que feri: Julgamentos?
Quem és tu que me assombra. Ao recordar-te emudeço...
O que faço, o que digo? - Não sei, me perdi em lamentos...
Não temas, não fujas, não negue! - Será que não te mereço?
Oh céus! Onde estás?- Exclamo aos mares e ventos.
O que é um Rondel? É um tipo de poema de forma invariável, pois é composto, necessariamente, com dois quartetos e uma quintilha. Uma característica do Rondel (que é de origem francesa), é que os dois primeiros versos do primeiro quarteto serão os dois últimos versos do segundo quarteto. O último verso da quintilha, e do poema, será sempre o primeiro verso do primeiro quarteto. O Rondel, devido à sua estrutura, trabalha somente com duas rimas: ABAB - BAAB - ABABA, conforme se vê acima.

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