segunda-feira, 6 de dezembro de 2021
S.127.Serpentes voadoras - André Motta
Somos serpentes
quando nos enroscamos
nestes frágeis sustentos
de nosso louco amor
Rastejando por entre covas
covís de nossa covardia
diante deste mundo intolerante
Quando como eguias
bailamos hipnóticas
numa profusão de medo e
fascíneo
Perante esta platéia
de circo que ainda nos vê como feras
feríneas
ofídeas assassinas
E nos matam
pobres criaturas
"mas perdoai-os Pai
eles não sabem o que
fazem..."
(E por mim tudo bem
já que ressuscitaremos
no terceiro dia!)
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