segunda-feira, 6 de dezembro de 2021
S.157.Sonhei ser um peixe - Angela Bretas
Sonhei ser um peixe,
Livre, colorido, bonito
Eu não falava de mortes, de fome ou guerra
No silêncio da natureza, no fundo do mar eu vivia.
Por entre algas marinhas, pedras e milhares de peixes eu brincava.
Eu era prateado, uns olhos grandes, esbelto e ágil.
Amava meus amigos e Rei Netuno, com quem conversava muito.
Deslizava rápido por entre a água verde das profundezas do oceano.
Um belo dia de sol, nadando por entre as rochas, algas e ervas do mar,
vi uma apetitosa e linda minhoca,
e foi neste momento que toda a minha vida mudou.
Fui pego e colocado dentro de um aquário, um lugar horrível.
Onde apenas podia dar uma ou duas voltas.
Me senti preso sem poder nadar entre as algas.
Sem poder brincar de esconde-esconde entre as pedras.
Passei a enxergar só uma sala a minha frente.
E um gato que ficava rodeando a mesa prestes a me abocanhar.
Assim são as pessoas...
Na infância tudo é maravilhoso, há liberdade e a vida não pode ser melhor.
Já na adolescência, as pessoas são mais preocupadas com tudo.
Quando finalmente são pegas de surpresa pela fase adulta, elas vêm um mundo repleto de problemas.
Quando chega a velhice as pessoas estão sempre com medo, pois a morte está pronta para pegá-las...
Foi quando um ruído estranho me acordou.
E eu vi que eu não era mais um peixe que vivia no fundo mar, e depois foi pego...
Eu vi que era uma criatura estranha chamada ''ser humano''
Ah! como eu queria ser novamente um peixinho, que nadava por entre as algas e tinha longas conversas com o Rei Netuno!
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