segunda-feira, 11 de dezembro de 2017

M.030.Morri por amor - Vilma Galvão


Na necessidade dos seus carinhos
me humilhei,
esqueci da minha vida
para viver somente o seu mundo.

No desespero de estar te perdendo,
cruzei caminhos difíceis para te encontrar,
não tive medo de nada
queria ter você a qualquer custo.

Na incerteza do seu amor,
arrisquei as mais ousadas conquistas,
me transformei em outra pessoa
quis te impressionar
perdi minha identidade.

No distanciar dos seus olhos,
chorei as lágrimas mais doloridas.
escrevi os poemas mais tristes,
destruí meu coração
quase enlouqueci.

Na esperança de ter você sempre junto a mim,
te sufoquei com a minha companhia,
quis estar presente o tempo todo
e quanto mais estava junto de você,
mais te perdia...

No limite de tudo,
quando já não era mais possível
nenhuma tentativa,
me joguei as seus pés,
e aceitei viver a sua maneira,
e prometi nada reclamar...

Me anulei,
dei todo amor que alguém pode dar,
gastei dos os meus sentimentos
me esvaziei
morri ali lutando por seu amor...

M.029.Momento de certeza - Vilma Galvão


Agora,
a descoberta da razão,
o porque de todo o passado.

Agora,
a luz de toda uma vida,
o esplendor de cada ato.

Agora,
a revelação dos momentos de trevas,
de todas as amarguras
em tempos de solidão.

Agora,
meu próprio tempo,
insuficiente para suportar tanta felicidade,
o raciocínio sensato pelas coisas,
o analisar atentamente
todas as passagens pelo tempo.

Agora,
a consciência de um sentimento verdadeiro,
uma organização dentro da minha mente
que antes estava tão amedrontada e confusa.

Agora,
uma nova esperança de alcançar o esperado...
O distante ponto de chegada, chegou...

Agora,
o certo,
o conceito exato,
o pensamento positivo
de que encontrei a VIDA!

M.028.Minha Vida - Vilma Galvão


Penso que a vida é um segredo completo,
penso assim quando me deparo
com as estranhezas no meu caminho.
Quando tudo parece ser o fim,
surge novas expectativas,
surge uma luz,
surgem os amigos.
Amigos escondidos, amigos ocultos,
amigos que eu nem imaginava existir...
A esses amigos,
separo um pedaço do meu coração
e guardo-os com carinho...
Peço a Deus que proteja estas pessoas,
agradeço por permitir que esses amigos
façam parte da minha vida.
A esses amigos,
o meu respeito,
a minha eterna admiração...
Penso que a vida
me guarda mais surpresas,
que está a caminho muitos acontecimentos,
coisas boas que estão para acontecer,
e esta nova vida,
pretendo poder dividir com todos
que comigo lutam de alguma forma...
No momento, carrego uma dor,
atravesso um caminho difícil, mas
em meio de tantos obstáculos,
encontro esses amigos que
me surpreendem com palavras lindas...
Pessoas a me desejar coisas boas,
algumas,
na forma humilde mas com grande sabedoria...
Sou uma pessoa abençoada por Deus,
tenho estas pessoas a pensar em mim,
e tenho Deus,
a me presentear com estas amizades...
Obrigado a você,
obrigado por existir,
tentando me ajudar,
você que mesmo sem saber, me dá forças...
Beijos no seu coração.
Fique sempre com DEUS!!!

M.027.Meu coração procura - Vilma Galvão


Meu coração está em busca de outro coração...
Pode ser um coração já com feridas,
mas que possa curar as minhas.
Não precisa ser muito grande,
mas que eu possa me aconchegar
e estar sempre presente.
Que seja bondoso e me ensine a sorrir.
Que esteja pronto para o amor,
um amor verdadeiro sem limites.
Que finja não se abater com as amarguras da vida
e apenas saiba amar ainda mais.

Meu coração,
sofrido e medroso,
quer agora encontrar um coração forte,
que preencha com ternura e transmita segurança.
Um coração sem culpas e sem tempo,
que se permita doar-se inteiro,
que bata em uma só velocidade
com o meu coração.
Que simplesmente esteja procurando o amor.
que esteja disposto a viver muito tempo,
tempo ainda insuficiente para tão grande amor.

Meu coração não se cansa de procurar por outro coração.
Não desiste nunca, apesar das decepções.
É um coração teimoso e triste,
que só quer encontrar outro para amar...

M.026.Me olhe - Vilma Galvão


Me olhe,
não se envergonhe de dizer deste amor,
que sinto queimar aí no seu coração.
Me olhe e me conte os seus pensamentos,
neles eu sei que estou,
mas que você teima em esconder,
em fugir...

Me olhe atentamente,
vai ver estampado em meus olhos
o mesmo amor,
a mesma vontade,
o mesmo sonho.

Me olhe,
não se envergonhe
em dizer que me ama,
esperei este amor por tanto tempo...
Não se pode desperdiçar um amor assim,
um amor correspondido,
um amor com promessa de felicidade,
um amor que quase não se conta por aí...

Me olhe,
seus olhos não sabe mentir,
não esconderá todo desejo que existe em você,
e eles reconhecerão nos meus a cumplicidade,
me olhe agora
me mostre o brilho que tanto preciso,
me transmita a paz que tanto busco,
me ame com a ternura que tanto necessito!

Me olhe,
e deixe que nossos olhos falem
o que não conseguimos contar...

quarta-feira, 6 de dezembro de 2017

M.025.Meu amigo internauta - Vilma Galvão


Você que é meu amigo,
você que sempre me socorre quando preciso,
você que fala de assuntos interessantes
às vezes coisas banais que para mim
são tão importantes!
Você, que às vezes tão longe,
mas que sinto tão perto em meu coração...

Você meu amigo,
que não vejo os olhos,
mas sinto a alma,
está sempre próximo,
bem mais perto do que a própria tela,
está mais próximo do que imagina...

Você meu amigo,
que invadiu minha vida,
fez-me gostar-te muito,
que não veio apenas através
de um cabo telefônico,
mas veio do vento,
vento que nos leva para o encontro
das nossas alegrias
para a proximidade dos nossos sonhos.

Você me é especial,
e tudo o que se refere a você.
É-me tão importante:
as suas alegrias,
as suas mágoas,
as suas histórias
e suas aventuras,
quero-te sempre próximo de mim!

Você meu amigo,
que é muito mais que um encontro virtual,
é a realidade dos meus dias!

Por você eu navego,
por você eu crio,
por você eu tenho suportado
tantas coisas, com tanta força...

A você meu amigo,
gostaria de fazer alguns pedidos:
Que você sempre permaneça,
em minha vida,
em meu coração.
Que seja meu eterno amigo;
além da tela,
além do tempo,
aqui dentro do meu coração...

Amigo,
AMO MUITO VOCÊ!

S.050.Sentimento....Amor!!! - Gilsa Pedro


Amar é um sentimento
Que invade nossos corações
Em um sentir profundo sem explicação
Ele vem do fundo do nosso ser
Esse maravilhoso acolhimento

Amar, não é só sentimento por um amor
Aquele Amor Especial, Ideal
Que sentimos pelo nosso companheiro amor
Aquele que sempre está ao nosso lado
Invadindo todo nosso coração

Amar, é um sentimento profundo
Que sentimos por nossos filhos,
Querida Mãe e por que não?
Por nossos amigos.

Amar é sentir amor, apoio
De uma amigo distante
Que com muito carinho e amor
Nos ama, mesmo sem conhecer-nos

Carinho de irmã nos invade
Que apesar de distante
Sentimos tão perto uma da outra
Através dos nossos corações

Aquele Amor que invade nossas vidas
Em todas as horas, minutos, segundos
Do caminhar das nosso de cada dia
Nas chegadas ou despedidas...

Amor, palavra sentida
Amor, sentimento belo
Que invade nossas vidas
Seja ele de que forma for

Amar aquele amor verdadeiro
Que não teme dizer ao amado
Ao filho, a mãe, ao seu amigo
Que ama sem barreiras
Amar é um sentir, maravilhoso

Amar é aquele amor sem medo,
Que vem do fundo do coração
E são apenas três palavras
Que sentidas são totalmente emoção
Eu Te Amo!

S.049.Solidão Interior - Lisiê Silva/Vilma Galvão


Solidão interior,
É quando você sente que este não é o teu lugar.
Não é o teu tempo... Não é o teu mundo.
É sentir saudades de alguém
que você não conhece.
É quando mesmo acompanhado,
você se sente sozinho.

Solidão interior,
É sorrir e sentir-se triste.
É quando os teus dias passam devagar.
É quando você se encontra na
escuridão das noites, sem ninguém.
É quando você desabafa ao vento
e ele desmancha tuas palavras no ar.

Solidão interior.
É quando você tem milhões de sentimentos,
mas se encontra no vazio.
É quando você sente a dor de não
viver um amor e o teu coração grita.
É quando você quer amar,
mas não encontra a outra metade da tua alma.

Solidão interior,
é quando você começa a acreditar
que o amor é apenas uma fuga...
para quem não sabe viver só...
Autoria: Lisiê Silva



Solidão interior,
© Texto de Vilma Galvão.
é o coração apertado
esperando por alguém que nunca vem...
É a busca do irreal,
seja em loucura ou em pensamentos...
É a soma de todas as saudades
de amores passados...

Solidão interior,
é a pressa em ver o dia acabar,
para se chegar mais uma vez em "mais um dia",
apenas por não ter a certeza
de que amanhã será melhor...

Solidão interior,
é quando você sabe o que sente,
mas não consegue se expressar,
mas se identifica quando vê algo
que outras pessoas escreveram,
e acham que foi escrito por você...

Solidão interior,
é estar bem aos olhos de todos,
enquanto o coração sofre quebrado
por falta de algo que não se compreende...

S.048.Seria tão diferente - Lisiê Silva


Seria tão diferente...
se os sonhos que a gente gosta
não terminassem tão de repente.
Seria tão diferente...
se os bons momentos da vida
durassem eternamente.
Seria tão diferente..
se a gente que a gente gosta
gostasse um pouco da gente.
Seria tão diferente...
se quando a gente chorasse,
fosse só de contente.
Seria tão diferente...
se a gente que a gente ama
sentisse o que a gente sente.
Mas, é tudo tão diferente!
Os sonhos que a gente gosta
terminam tão de repente!
A gente que a gente gosta
nem sempre gosta da gente!
E das vezes que a gente chora,
poucas vezes são de contente!
E a gente que a gente ama
não sente o mesmo que a gente!
Mas...poderia ser tão diferente!

S.047.Seu Olhar - Francisco Guedes


Parece uma ilusão de otica,
mas seu olhar me complementa...
O brilho de seus olhos tocam a minha alma,
como se você pudesse ler e entender
o que minha alma sente...

Sinto o brilho dos teus olhos
que percorrem as prufundezas do meu ser...
da minha alma...
não sei a dimensão com que olhas para mim,
se vês só o lado físico...material...
ou procura interferir direto na minha alma,
nos meus sentimentos,
nas minhas emoções,
no meu âmago...

Queria entender sua luz,
seu brilho,
sua ternura em olhar com profundeza
para descobrir minhas fraquezas e minhas virtudes...

Você me descobre todo,
me sinto um menino
em busca de um mundo não conhecido...
De onde tira essa força???
Quem te mandou a mim
para me conheceres tão profundamente
através do teu olhar???

Não sei ao certo qual o sentimento
que seu olhar transmite...
Qual a força que ele busca e encontra...

Como me traduz essa paz,
que só o mar e o brilho dos teus olhos
me permitem sentir...
Me permitem enxergar que a paz,
e que o amor e a compreensão existem.

S.046.Sonho de Amor - Marici Bross/Marcial Salaverry


amar é sonhar...
sonhar é amar...
sonhamos que amamos...
amamos quando sonhamos...
o amor é um sonho...
gostoso... risonho...
Beijos poeticos,
(Marcial)

Amar é Bom
Faz bem a alma
Aquece o coração
Amar é vida
A vida do sonhar
E do querer bem
Beijos ciganos
(Marici)

Amar é sentir prazer,
no simples ato de ver...
Com um simples olhar,
um ligeiro tocar...
pronto, estamos a amar...
Beijos poeticos,
(Marcial)

Sim estamos a amar
Pois se amamos,
Nós completamos
Neste gostoso jogo
Que é nosso amar.
Beijos ciganos
(Marici)

Crônica.V.004.Viagem no Tempo - Danuza

Houve um tempo em que se namorava muito e se pensava que se sofria muito - por amor, claro. As paixões se acendiam, embaladas pelas músicas do momento, que faziam parte integrante de nossas vidas. Quando, numa reunião - havia muitas reuniões nessa época -, os olhares se cruzavam, enquanto se ouvia "se você quer ser minha namorada, ai que linda namorada você poderia ser", o coração se derretia e era hora de ir ao banheiro com uma amiga, só para contar. Uma bebidinha daqui, muitos sorrisinhos dali, e, na décima vez que o disco tocava e chegava no trecho "mas se em vez de minha namorada você quer ser minha amada, minha amada, mais amada pra valer", e ele olhava de longe, desta vez sério, o coração só faltava sair pela boca. Muitos anos e muitos amores depois, foi a vez de Roberto Carlos participar de todos os romances: "Você foi o maior dos meus casos, de todos os abraços, o que eu nunca esqueci" - ah, uma boa dor-de-cotovelo ouvindo Roberto. Quem nunca passou por isso não sabe o que é viver... Num início de caso - em altíssima voltagem! - entrava Chico com "quero ficar no teu corpo como tatuagem" - e quem não queria? E, no fim do caso, dava para agüentar "as marcas de amor dos nossos lençóis"? Se ouvia muita música e, à noite, se ia sempre ao mesmo bar, onde um pianista tocava o que se tinha ouvido a tarde inteira; como todos se conheciam e sabiam das vidas uns dos outros,o pianista - Vinhas, quase sempre - atacava a "nossa" música... aquela! A noite prosseguia com os olhos grudados na porta, para ver se ele entrava. Se entrasse sozinho, era hora de ir ao toalete, não para retocar a maquiagem, mas para respirar fundo e jurar, mas jurar de pés juntos que não ia nem olhar para o lado dele. A madrugada se encarregava de mudar os planos. Depois, veio "Deixa em paz meu coração, que ele é um pote até aqui de mágoa". As músicas diziam tudo o que não se tinha coragem de dizer, e era como se falassem por nós. Que mulher não cantou baixinho, depois que ele foi embora, "quando você me deixou, meu bem, me disse pra ser feliz e passar bem", e não fantasiou que quando ele ouvisse "e tantas águas rolaram, tantos homens me amaram, bem mais e melhor que você" ia imediatamente pensar nela, quem sabe sofreria, quem sabe teria uma crise de ciúmes e pegaria o telefone de madrugada? Quem sabe... quem sabe? E quando ela se "enrolou" toda com a chegada de um namorado que não esperava e ficou repetindo o disco, no trecho que dizia "se na bagunça do teu coração", para ver se ele entendia que o coração, às vezes, vira mesmo uma verdadeira bagunça, como o dela, naquele momento? Ah, Chico, ah, Roberto; vocês algum dia souberam que tinham sido tão importantes na nossa vida? Pois fiquem sabendo: foram. Nesse tempo as moças não levavam os namorados para dormir em casa, ou porque tinham pais ou porque tinham filhos; para isso havia os motéis. E do primeiro a gente nunca esquece... A cama redonda com cabeceira de curvin, a piscina - uma banheira de 2 X 2 -, o som embutido na cabeceira e, sobretudo, o clima, um clima de pecado que as moças da zona sul adoravam. Quando Roberto cantava "Amanhã de manhã vou pedir um café pra nós dois, te fazer um carinho e depois te envolver nos meus braços" e ele deixava "o café esfriando na mesa, esquecemos de tudo" e vinha o "pensando bem, amanhã eu não vou trabalhar, e além do mais, temos tantas razões pra ficar", não era preciso dizer nada: era a hora do telefonema para a empregada às 6 da manhã para que ela desmanchasse a cama e dissesse que você saiu cedo para buscar uma amiga no aeroporto, lembra? Grandes tempos. Hoje a gente olha para trás e pensa: mas essas paixões existiram mesmo? Sem Chico e sem Roberto teriam havido tantas, tão intensas e tão arrebatadoras? Delas a gente até esqueceu, mas não do que se sentia ao ouvir "mas eu estou aqui vivendo este momento lindo". E dá para viver momentos lindos hoje, ouvindo os Racionais MC? Pensando bem, o grande combustível de nossos corações foram as canções de Chico e Roberto. E, olhando para trás, é bem possível que a certeza de que "se chorei ou se sofri, o importante é que emoções eu vivi" não existiria sem a música de Roberto. Foi bom demais ter vivido esse tempo.

Crônica.V.003.Vozes do Subsolo - Fiodor Dostoievski

"Todos nós estamos desacostumados da vida, todos capengamos, uns mais outros menos. Desacostumamo-nos mesmo a tal ponto que sentimos por vezes certa repulsa pela 'vida viva', e achamos intolerável que alguém a lembre a nós. Chegamos a tal ponto que a 'vida viva' autêntica é considerada por nós quase um trabalho, um emprego, e todos concordamos no íntimo que seguir os livros é melhor. (...) Bem, experimentai, por exemplo, dar-nos mais independência, desamarrai a qualquer de nós as mãos, alargai o nosso círculo de atividade, enfraquecei a tutela e nós... eu vos asseguro, no mesmo instante pediremos que se estenda novamente sobre nós a tutela. (...) E no que se refere a mim, apenas levei até o extremo, em minha vida, aquilo que não ousaste levar até a metade sequer, e ainda tomaste a vossa covardia por sensatez e assim vos consolastes, enganando-vos a vós mesmos. Olhai melhor! Nem mesmo sabemos onde habita agora o que é vivo, o que ele é, como se chama. (...) Para nós é pesado até ser gente, gente com corpo e sangue autênticos, próprios; temos vergonha disso, consideramos tal fato um opróbrio e procuramos ser uns homens gerais que nunca existiram. Somos natimortos, já que não nascemos de pais vivos, e isto nos agrada cada vez mais. Em breve, inventaremos algum modo de nascer de uma idéia. Mas chega, não quero mais escrever do subsolo”.

Crônica.V.002.Vocé é Especial 1.- Paulo Roberto Gaefke

Alguém te disse que você é especial? Mas, disseram isso hoje? Se não disseram, eu estou afirmando agora, com todas as letras: V-O-C-Ê - É - E-S-P-E-C-I-A-L!!!. Prá dizer a verdade, eu acho que você tem aquela força interior que ainda está guardada, e a hora que você resolver colocar de vez para fora, ninguém, ouça bem, ninguém vai te segurar. Sabe aquela pessoa que tem tudo para ser a mais feliz do mundo? Pois é, essa pessoa é você. Você tá perguntando por quê? Ora, primeiro, porque você é único, não existem duas pessoas com as suas características, sua digitais e mapa genético, só por isso, você já é especial, e além de tudo é Filho de Deus, e Deus é poderoso, logo, você também tem poder. Sabe o que anda estragando um pouquinho, e as vezes, até demais, o seu sucesso? Não, não é a inveja e nem o olho gordo dos outros, é o seu medo, a sua insegurança. Você anda colocando muitos "se" na sua vida. Você anda duvidando demais das coisas e quem duvida, não alcança, aliás, quem duvida, nem sai do lugar. Pare de perguntar o porquê disso, o porquê daquilo, e parta para a ignorância, ou seja, para a ação. As dificuldades vão aparecer, isso é lógico, mas com a sua força, com as suas qualidades e com a sua determinação quem vai te segurar? Para com essa história de idade, de rosto, de corpo, de saúde e outras besteiras que você fica colocando como empecilho para a sua felicidade Você é você e pronto! Ninguém pode decidir nada por você. É você quem deve satisfações para você. E, por favor, vou falar bem alto para você não esquecer jamais: NÃO ABRA MÃO DOS SEUS SONHOS EM FAVOR DE NINGUÉM. NINGUÉM, entende isso? Se alguém te pedir para abrir mão de alguma coisa que você deseja e precisa fazer, em nome de um capricho disfarçado de amor, não faça! Não faça porquê você vai se arrepender e vai cobrar isso no futuro e essa dor eu não desejo para ninguém. Viva os seus sonhos, e se alguém resolver entrar na sua frente para atrapalhar, ligue a quinta marcha e vá embora. A condução que leva a felicidade, não aceita passageiros medrosos ou inseguros. Pense nisso, por amor à você, que é tão especial. Eu acredito em você.

Crônica.V.001 - Virar a mesa - Sonia Blota Belotti


Eu não sei se há anos atrás era mais natural falar sobre isso, se era mais fácil saber o que fazer com a situação, o fato é que parecia mais tranqüilo ouvir sobre a passagem da vida adulta para a velhice. Conheço mulheres hoje que batem na madeira, se protegendo só de ouvir a palavra! Velhice hoje é quase um palavrão. Tem até apelidos: maturidade, maioridade, terceira idade, melhoridade... Há um pré-conceito que define o velho como aquele estado que ninguém pode se deixar chegar, o trágico final, o resultado de alguém que desistiu, não se alimentou com vitaminas mágicas, não fez ginástica suficiente contra a flacidez, não fez aplicações, plásticas e preenchimentos! Todo mundo fica velho. (se não morrer antes, o que é pior...) A velhice é uma passagem que mesmo que não se queira comprar, chega em nossas mãos. Não adianta ficar na estação, olhando pra cima e assobiando, fingindo que pode embarcar no próximo trem porque aparenta ter 10 anos a menos que sua idade. Você já viu um teste que separa a idade cronológica da idade biológica? Eu gostaria de ver as pessoas querendo saber se tem idade psicológica saudável, porque nessa, quanto mais velha, melhor! Nada contra se cuidar, sou totalmente a favor de nos gostarmos, nos honrarmos cada vez mais! Mas se cuidar para estar neste embarque para a etapa final da vida da melhor forma possível e não por medo de entrar. Cuidar da mente e do espírito também: ampliar horizontes, arejar as idéias, aprender mais, lembrar de rir (e muito), brincar, ousar e, principalmente, se conhecer profundamente para poder compartilhar sabedoria e experiência com as pessoas ao redor!
Jung falava de um modo lírico sobre este momento em que subitamente percebemos a passagem do Tempo. Tomamos consciência que estamos na metade da vida, como se ouvíssemos badaladas do meio-dia no nosso tempo interno. Sabemos neste instante que a manhã do nosso existir já se foi, com a ingenuidade e o frescor que a manhã sempre traz. Irreversivelmente. O vigor e a potência estão em nós como o sol forte desta hora. Dali para frente teremos a tarde da nossa existência: mais tranqüila, menos ansiosa, mas não menos bela - só é diferente da manhã. E depois de uns anos a noite: misteriosa, profunda e transformadora. Até este momento da vida usamos a energia para subir a montanha, conquistar nosso lugar no mundo, fazer vínculos, constituir família. A partir dele começamos a descer a montanha, pois o por deste sol será visto com tranqüilidade lá embaixo. A descida não é pior que a subida, só é diferente. A energia não é a mesma: não se precisa mais de tanto ardor, tanto custo para se conseguir as coisas; há uma nova sabedoria no seu uso.
Imagine quanto desperdício de energia há em alguém que tenta se manter em cima do cume da montanha, quando todo o objetivo naquele momento é de começar a descer. Você já viu alguém tentando subir uma escada rolante que desce? Não seria melhor aprender com que forças a descida é mais rica? Não seria melhor olhar e perceber que um novo ciclo se inicia e que se deixar contagiar por este ritmo novo é a maior prova que você é uma pessoa adulta, amadurecida? E então, você vai ser daquelas que fica esperneando na estação, reclamando de uma viagem que ainda nem começou? Que tal ter a coragem de embarcar com um sorriso e maravilhar-se com a paisagem do entardecer?

quinta-feira, 30 de novembro de 2017

Crônica.P.005.PAIS E FILHOS COMPANHEIROS DE VIAGEM - ROBERTO SHINYASHIKI

Às vezes, imagino a vida como uma viagem de trem, feita com companheiros que a compartilham em determinados trechos, Quando nasci, entrei no trem em que estavam meus pais; eles já conheciam algumas coisas sobre a viagem e sobre o trem. Certamente parte de seus conhecimentos correspondia à verdade e outra parte não passava de ilusões. No meio da minha viagem nasceram meus filhos. A esta altura eu também já conhecia algumas coisas a respeito da viagem e do trem; igualmente, parte era verdadeira e parte não. Há pouco tempo meu pai deixou o trem e, com sua partida, a dor mudou a maneira de fazermos a viagem. Mas o trem continuou... Quando juntos, cada um dos companheiros de viagem faz suas descobertas e procura passá-las para os outros, sabendo que a riqueza da luz se amplia quando é compartilhada. Pais e filhos, somente companheiros. Nem guias, nem professores, muito menos proprietários... Pais e filhos, o maior e mais belo encontro da vida, cúmplices no aprender a desvendar os mistérios de cada um; amigos nas transformações, pois este é um dos grandes segredos da vida: quase tudo é provisório! O que hoje nos sacia, amanhã pode não mais faze-lo. De definitivo, somente os filhos e, por conseqüência, os pais: definitivo e eterno amor. No meio das ondas do ato de se viver e dos percursos das nuvens em se buscar definitivos e eternos simplesmente Companheiros de Viagem Texto retirado do livro : PAIS E FILHOS-COMPANHEIROS DE VIAGEM

Crônica.P.004.PEDIDO DE DEMISSÃO - MARIA CLARA ISOLDI WHYTE

Venho por meio desta, apresentar oficialmente meu pedido de demissão da categoria dos adultos. Resolvi que quero voltar a ter as responsabilidades e as idéias de uma criança de 8 anos no máximo. Quero acreditar que o mundo é justo e que todas as pessoas são honestas e boas. Quero acreditar que tudo é possível. Quero que as complexidades da vida passem desapercebidas por mim e quero ficar encantada com as pequenas maravilhas deste mundo. Quero de volta uma vida simples e sem complicações. Cansei dos dias cheios de computadores que falham, montanha de papeladas, notícias deprimentes, contas a pagar, fofocas, doenças e necessidade de atribuir um valor monetário a tudo o que existe. Não quero mais ter que inventar jeitos para fazer o dinheiro chegar até o dia do próximo pagamento. Não quero mais ser obrigado a dizer adeus a pessoas queridas e, com elas, a uma parte da minha vida. Quero ter a certeza de que Deus está no céu, e de que por isso, tudo está direitinho nesse mundo. Quero viajar ao redor do mundo no barquinho de papel que vou navegar numa poça deixada pela chuva. Quero jogar pedrinhas na água e ter tempo para olhar as ondas que elas formam. Quero achar que as moedas de chocolate são melhores do que as de verdade, porque podemos comê-las e ficar com a cara toda lambuzada. Quero ficar feliz quando amadurecer o primeiro caju, a primeira manga ou quando a jabuticabeira ficar pretinha de frutas. Quero poder passar as tardes de verão à sombra de uma árvore, construindo castelos no ar e dividindo-os com meus amigos. Quero voltar a achar que chicletes e picolés são as melhores coisas da vida. Quero que as maiores competições em que eu tenha de entrar sejam um jogo de bola de gude ou uma pelada. Quero voltar ao tempo em que tudo o que eu sabia era o nome das cores, a tabuada, as cantigas de roda, a "Batatinha quando nasce..." e a "Ave Maria" e que isso não me incomodava nadinha, porque eu não tinha a menor idéia de quantas coisas eu ainda não sabia. Quero voltar ao tempo em que se é feliz, simplesmente porque se vive na bendita ignorância da existência de coisas que podem nos preocupar ou aborrecer. Quero acreditar no poder dos sorrisos, dos abraços, dos agrados, das palavras gentis, da verdade, da justiça, da paz, dos sonhos, da imaginação, dos castelos no ar e na areia. Quero estar convencido de que tudo isso... vale muito mais do que o dinheiro! A partir de hoje, isso é com vocês, porque eu estou me demitindo da vida de adulto. Agora, se você quiser discutir a questão, vai ter de me pegar... PORQUE O PEGADOR ESTÁ COM VOCÊ!!! E para sair do pegador, só tem um jeito: Demita-se você também dessa sua vida chata de adulto, mandando esta mensagem para todos os seus amigos, principalmente os mais sérios e preocupados. NÃO TENHA MEDO DE SER FELIZ!!!

Crônica.P.003.Pai - Samelly Xavier

Campina Grande, 04 de abril de 2002. Pai: Hoje tenho uma difícil missão, transformar este aglomerado de sentimentos em uma carta para o senhor. Ela deve falar de saudade, sabe, pai ? Lembrei que a língua portuguesa tem em seu contexto uma única e imperativa palavra para falar desse sentimento: SAUDADE. Imagine se não fôssemos brasileiros? Como expressaria este meu sentimento? Pensando nisso, procurei no dicionário o significado aparente: Saudade s.f. (Do lat. solitas, solitatis, solidão, soledade) - 1. Recordação suave e melancólica de pessoa ausente ou coisa distante que se deseja voltar a ver ou possuir. - 2. Nostalgia. - 3. Pesar, mais pela ausência de alguém que nos é querido. Das três, gostei mais da última, porém não concordei inteiramente com nenhuma. O senhor acha possível sentir saudade de algo que nunca se teve? Pois é isso que acontece comigo... Sinto saudade das conversas que não tivemos, das permissões que nunca pedi, dos olhares que nunca trocamos,! dos filmes a que nunca assistimos, das atividades de casa que o senhor poderia ter me ensinado, de atrapalhar seu sono à noite por estar com medo de um pesadelo, do seu colo que poderia ter me acalentado enquanto eu chorava, do seu abraço que poderia ter me envolvido quando eu estava feliz. Sinto saudade das trocas de sonhos, até dos possíveis "sermões" eu sinto saudade, acredita? Sabemos que não houve culpado na nossa separação, certo? Uma doença não é motivo de alegria, também não deve ser alicerce para lágrimas e dores. Os médicos disseram que a doença se manifesta com grandes emoções, e foi no casamento com minha mãe que ela surgiu. Passaram-se 14 anos até que quase "milagrosamente" eu nasci. Disseram que o senhor teria uma probabilidade de melhorar ou de piorar, mainha me falou que durante um ano tudo ficou bem, porém depois o senhor ficou mais agressivo e teve que ir morar no hospital. Fui crescendo e ouvindo falar do senhor de duas formas: por minha mãe que sempre me mostrou o grande caráter que tem, pelas pessoas que parecem não entender minha falta de traumas. Uma coisa que me deixava com raiva eram os comentários dos colegas escolares, quando eu passava e ouvia "Essa menina é filha de um doido". Eu tinha vontade de responder: "Meu pai não é doido, é esquizofrênico, uma doença genética. Louco é um cara saudável que não se merece, se maltrata, se humilha". Na verdade nunca respondi nada. (Não ria de mim, viu?). Eu não sabia pronunciar direito a palavra esquizofrênico (tinha uns 7 anos), e para não me atrapalhar saía andando, fingindo que não ouvia. Sabe outra coisa muito engraçada? O modo como as pessoas falavam do senhor. As frases sempre começavam com "apesar de tudo, ele era ...", apesar de tudo o quê, meu Deus?. Diziam para eu não ter traumas, ao mesmo tempo que informavam ótimos psicólogos infantis para mainha. Eu pensava: "Mente de adulto não entende realmente nada de mente de criança"... Sabe por que eu era tranqüila, pai? Porque tive uma mãe maravilhosa que me falava do senhor apenas como era. Graças a ela sempre encarei a vida de frente. Não tinha um pai alcoólatra, drogado, ladrão ou que traíra minha mãe. Apenas tinha um pai doente, preso em seu inconsciente, alguém que tinha muitas virtudes. Por isso fico feliz quando falam que nos parecemos. Nos vimos poucas vezes, não foi? Para ser exata, quatro. Espero que o senhor entenda. Eu não me sentia bem naquele hospital (muito sofrimento...), e em outro lugar não poderíamos nos ver. Toda noite eu orava pelo senhor, algumas vezes pensando nessa saudade. Saudade tranqüila que não me arranca turbilhões de lágrimas ou arrependimento. O que sinto está liberto de imposições sociais. Transcende a matéria, acho que é saudade espiritual. O poeta Caetano Veloso disse que "de perto ninguém é normal". Compreendo quea doença cerebral o impedia de lidar com algumas coisas, porém seu espírito é esvoaçante. Hoje acredito que está muito melhor do que quando carregava um corpo. Poderão dizer que a louca agora sou eu... Escrever para alguém que já saiu deste mundo, mesmo assim sei que está lendo tudo que eu escrevo. Ao começar esta carta tive dois objetivos: O primeiro era homenageá-lo. O segundo diz respeito à frase que li no cartaz deste concurso: "Já imaginou o mundo todo lendo sua redação?". Pensei: "Isso é bom! Poderei finalmente expressar o que sinto, e o que realmente sinto é que nunca me senti a criança sem pai, traumatizada, problemática". Tento passar com isso que devemos sempre sorrir para a vida, já que ela não nos dá mais do que precisamos, nem menos do que merecemos. Obrigado, pai! Pelas lições de vida que me deu através do que minha mãe conta do senhor. É um grande exemplo, e, por mais que eu escreva, uma vida não cabe em palavras. Enfim, acabo de deduzir meu conceito de saudade, bem diferente do que o dicionário trouxe: Saudade (s. s. g. - substantivo sem gênero.) - 1. Ansiedade calma pelo dia do reencontro que com certeza acontecerá. Querido pai, até lá! !!! De sua continuação terrestre: SAMELLY XAVIER

Crônica.P.002.PARA QUE SERVEM AS MÃOS - MICHEL DE MONTAIGNE

As mãos servem para pedir, prometer, chamar, conceder, ameaçar, suplicar, exigir, acariciar, recusar, interrogar, admirar, confessar, calcular, comandar, injuriar, incitar, teimar, encorajar, acusar, condenar, absolver, perdoar, desprezar, desafiar, aplaudir, reger, benzer, humilhar, reconciliar, exaltar, construir, trabalhar, escrever... As mãos de Maria Antonieta, ao receberem o beijo de Mirabeau, salvaram o trono da França e apagaram a auréola do famoso revolucionário; Múcio Cévola queimou a mão que, por engano não matou Porcena; Foi com as mãos que Jesus amparou Madalena; Com as mãos David agitou a funda que matou Golias; As mãos dos Césares romanos decidiam a sorte dos gladiadores vencidos na arena; Pilatos lavou as mãos para limpar a consciência; Os anti-semitas marcavam a porta dos judeus com as mãos vermelhas como signo de morte! Foi com as mãos que Judas pôs ao pescoço o laço que os outros Judas não encontram. A mão serve para o herói empunhar a espada e o carrasco, a corda; o operário construir e o burguês destruir; o bom amparar e o justo punir; o amante acariciar e o ladrão roubar; o honesto trabalhar e o viciado jogar. Com as mãos atira-se um beijo ou uma pedra, uma flor ou uma granada, uma esmola ou uma bomba! Com as mãos o agricultor semeia e o anarquista incendeia! As mãos fazem os salva-vidas e os canhões; os remédios e os venenos; os bálsamos e os instrumentos de tortura, a arma que fere e o bisturi que salva. Com as mãos tapamos os olhos para não ver, e com elas protegemos a vista para ver melhor. Os olhos dos cegos são as mãos. As mãos na agulheta do submarino levam o homem para o fundo como os peixes; no volante da aeronave atiram-nos para as alturas como os pássaros. O autor do «Homo Rebus» lembra que a mão foi o primeiro prato para o alimento e o primeiro copo para a bebida; a primeira almofada para repousar a cabeça, a primeira arma e a primeira linguagem. Esfregando dois ramos, conseguiram-se as chamas. A mão aberta, acariciando, mostra a bondade; fechada e levantada mostra a força e o poder; empunha a espada a pena e a cruz! Modela os mármores e os bronzes; dá cor às telas e concretiza os sonhos do pensamento e da fantasia nas formas eternas da beleza. Humilde e poderosa no trabalho, cria a riqueza; doce e piedosa nos afetos medica as chagas, conforta os aflitos e protege os fracos. O aperto de duas mãos pode ser a mais sincera confissão de amor, o melhor pacto de amizade ou um juramento de felicidade. O noivo para casar-se pede a mão de sua amada; Jesus abençoava com as mãos; As mães protegem os filhos cobrindo-lhes com as mãos as cabeças inocentes. Nas despedidas, a gente parte, mas a mão fica, ainda por muito tempo agitando o lenço no ar. Com as mãos limpamos as nossas lágrimas e as lágrimas alheias. E nos dois extremos da vida, Quando abrimos os olhos para o mundo e quando os fechamos para sempre ainda as mãos prevalecem. Quando nascemos, para nos levar a carícia do primeiro beijo, são as mãos maternas que nos seguram o corpo pequenino. E no fim da vida, quando os olhos fecham e o coração pára, o corpo gela e os sentidos desaparecem, são as mãos, ainda brancas de cera que continuam na morte as funções da vida. E as mãos dos amigos nos conduzem... E as mãos dos coveiros nos enterram!

Crônica.P.001.PEDAÇOS - VANESSA J. TORRES DE MELLO

Quando menos esperamos a vida nos demonstra o quão pequenos somos diante de todo o seu poder. Sem que possamos ter a chance ao menos de implorar, ela nos tira pedaços, pedaços tão grandes que a vida vai se tornando vazia e sem sentido. O que nos dá a força de continuar são os pedaços que ficam e que são tão importantes quanto os que partiram. Mas somos humanos e por mais força que façamos é grande a dor dentro do coração, tão grande que algumas vezes parece que não conseguiremos suportar. Tudo isso nos leva a crer que se mais alguns pedaços nos forem tirados não seremos mais nada. Nós não somos nada mais que pedaços de muito amor, amor esse que não acaba nunca. E assim, a lei da vida segue, nos arrancando pedaços, até o dia em que tudo acaba e nada mais seremos que um pedaço de alguém.

Crônica.C.005.Carta a minha mãe - Edna Feitosa



Na verdade, mãe, li não sei onde, que mãe é esse ser sagrado, abençoado, protegido em especial pelos anjos. Deve ser. Mãe é pra cedo, à tarde, à noite, sem descanso. Mesmo que ela tenha rosto jovem ainda e esse cheiro de talco e sabonete que você deve ter ainda e me dá tanta saudade. Mãe é pedra por fora, trasgos dessa vida e doce de leite por dentro, vontade de Deus. E a nossa mãe, é sempre a mais bonita, a mais inteligente, a mais-mais.. E você pra mim, é a mais importante de todas as mães juntas: é a minha mãe! E não é só por isso que é especial não. É porque você me ensinou coisas que talvez não estejam em nenhum manual das mães dos outros: confiar no mundo, acreditar na vida e nas pessoas, respeitar e gostar de literatura, café com leite e... tentar sempre! Me ensinou a fazer da experiência do fracasso, uma lição para o futuro. E mais: ensinou que o amor é a coisa mais importante que existe nesse mundo e que a liberdade total que se dá aos filhos nem sempre é amor, é rendição, irresponsabilidade, descompromisso para com a vida deles. E foi por isso mesmo que você me bateu muitas vezes, mas me abraçou muito, compreendeu , perdoou e ensinou milhares de vezes mais... Sei que se pudesse ler isso, você que é puro doce de leite, iria chorar feito eu no seu colo quando menina. E, então, aproveito pra dizer que até chorar você me ensinou. Que é bom, alivia... Que depois do choro, tudo vira arco-íris. E é um arco-íris que eu te mando agora, pra você por em sua testa ao redor dos cabelos. Pra que quando os anjos a virem passando, fiquem sabendo que você sempre foi a mãe mais amada do mundo! ...Nós estamos longe agora, de novo, como tantas vezes. E a saudade chega doendo mais que as chineladas que levei. Receba meu beijo estalado como aqueles beijos tão gostosos que te dei quando menina! Nota da autora: trasgos: termo regional, uma espécie de aparição, lado ruim e duro da vida (na concepção da palavra, seria uma espécie de assombração (algo que incomoda a alma)
" "

Crônicas.C.004.Cadeira de Balanço - Ercília Ferraz de Arruda


"Será que foi tudo assim tão de repente, que não nos demos conta ? Puxa vida, quando penso, sobre tudo o que nos tem acontecido, sobre todas as incertezas que nos afligem a alma, começo a ter saudades de mim mesma ,e de um lugar no passado, onde todos se entendiam e onde a vida era leve, e o balançar da cadeira de balanço era uma música aos nossos ouvidos e um aconchego ao nosso coração ! Não me pergunte o porquê, desta afirmação, acho que simboliza um desejo íntimo de sossego e confiança absoluta, gerando uma tranqüilidade há muito perdida por todos nós !Estou continuamente me lembrando com saudades , de tempos passados onde , ainda menina, tinha uma cadeirinha de balanço em vime, e balançando cantava horas a fio, cantigas que as meninas da minha infância, ou quem sabe de minha família, aprendiam a cantar. Nada de pagode, nem reggae, nem punk, apenas cantigas ingênuas e alegres! Depois meu pai, comigo no colo, balançava, até que eu dormisse , e me carregava pra cama com carinho. Anos mais tarde, eu fazia o mesmo com meus filhotes... e cantava músicas gostosas, até que eles dormissem. Digam-me, havia casas sem cadeira de balanço? Hoje as coisas estão tão mudadas, ninguém mais tem tempo pra se balançar em cadeiras, e muito menos de cantar para que os filhos durmam... As crianças adormecem ao som da TV, ouvindo sobre guerras, vendo cenas de novelas para as quais suas cabecinhas não estão amadurecidas, e assistindo do sofá, a violência do mundo moderno, que desencanta até a nós adultos, que já vimos muito desta vida. Cá, com meus botões, me pego a pensar, como foi, quando foi, onde foi que o mundo passou a ser essa confusão geral e absoluta? Quando foi que a vida humana passou a ter tão pouco valor. Essa tal modernidade, a nos roubar a esperança, a nos minar os sonhos, a nos privar de ternura ! Haverá perdão a todos nós, que lavando as mãos como Pilatos, ou enterrando a cabeça na areia como avestruz, fingimos não perceber as mudanças que estavam ocorrendo sob nossos olhos, senão cúmplices, pelo menos fechados ?! E, assim sendo,continuando a levar nossas vidas com o egoísmo e a individualidade próprios desde século, fomos aceitando tudo passivamente ? É como disse alguém: “ ... estamos descuidados de tudo e de todos.” A eminência de uma terceira guerra, me deixa claramente a sensação da inutilidade da História... Será que não aprendemos nada com o passado? Teremos perdido junto com tantas perdas, também a memória? O mesmo homem que se emociona com uma sinfonia, que se enternece com a lua e as estrelas, mata seu semelhante, sem pestanejar. Lutamos pela preservação do mico - leão - dourado, e assistimos, sem ao menos nos descompassar o coração, a morte de crianças com fome, párias em sua própria pátria, sem ter um lugar que seja seu pra ocupar neste vasto mundo, neste lindo mundo, neste feio mundo ! Estamos nos tornando não só descuidados, mas também insensíveis a tudo e a todos, e quando abrirmos nossos olhos, ...era uma vez... Você, certamente, me dirá: “... mas que posso eu fazer ? Não tenho poder pra mudar nada ! ” Eu lhe direi pra exercitar o dom do amor. Ame a Deus, ame a você próprio e ame seu próximo mais próximo. Mas exerça o amor com verdade, sem medo ou dissimulação! Comece mudando pela sua casa, à placidez de uma vida bem vivida, onde o ser tenha prioridade sobre o ter.. Quer um conselho ? Corra comprar uma cadeira de balanço e embale seus sonhos adormecidos, de paz , de justiça, de amor e esperança !! Deixe-se embalar pela cadeira de balanço, cadeira de balanço, cadeira de balanço... Todos merecemos esse embalo !! "

Crônica.C.003.Crescimento atraves das pedras - Judith Viorst


As perdas são partes da vida. As perdas são importantes porque para crescer temos de perder, abandonar, desistir. A estrada de desenvolvimento humano é pavimentada com renúncia. Durante toda a vida crescemos desistindo. Abrimos mão de alguns de nossos mais profundos vínculos com pessoas muito queridas. Abrimos mão de alguns dos nossos mais profundos sonhos, relacionamentos, desejos, expectativas. Temos de enfrentar o fato de que jamais seremos tudo o que gostaríamos de ser. Que jamais teremos tudo o que gostaríamos de ter. Abrimos mão de algumas ilusões mais profundas sobre nós mesmos. Por mais inteligentes que sejamos, temos de perder. Nós temos de concordar: perder é muito difícil e doloroso. Consideremos, entretanto, que só através das perdas nos tornamos seres humanos verdadeiros, plenamente desenvolvidos. Na verdade, para compreendermos a vida, as nossas vidas, precisamos analisar como enfrentamos nossas perdas. As pessoas que somos e a vida que vivemos são determinadas pela maneira de enfrentarmos nossas perdas. Mas olhar para as perdas é ver como estão definitivamente ligadas ao crescimento, ao auspicioso GANHAR PERDENDO, ao começo de uma vida com sabedoria.

Crônica.C.002.Como eu posso ir - Silvana Duboc


"Como eu posso ir? Como posso chegar até aí? Como posso me transportar até você? Por favor, pode me dizer? Seria na cauda de um cometa? Guiada por um planeta? Equilibrando numa nuvem? Conduzida por uma constelação? Voando junto de uma ave? Nadando numa tempestade? Viajando de carona numa nave? Envolta num furacão? Não? Como eu posso então alcançar seu coração? Ao menos me dê a direção comprarei bússolas mapas de orientação mas preciso ao menos de uma pista porque não sou Maria nem João não espalhei pelo caminho migalhas de pão quando me afastei do seu coração daí, perdi a direçãoNão sei mais se é no norte ou no sul que fica o meu céu azul nem onde mora a minha felicidade mas com boa vontade sei que posso reencontrar e se você me auxiliar mais fácil vai ser eu chegar Caso você não possa me ajudar algum jeito eu hei de dar pra do seu coração me reaproximar e quando aí eu aportar finco a minha bandeira tomo posse do terreno não deixo nenhuma sem-terra invadi-lo e juntos vamos reconstruí-lo Então chegou a hora mande logo a tal orientação de como pegar o caminho de volta para o seu coração porque o meu, essa distância, não suporta mais não!"

Crônica.C.001.Crônica de Amor - Roberto Freire



Ninguém ama outra pessoa pelas qualidades que ela tem, caso contrário os honestos, simpáticos e não-fumantes teriam uma fila de pretendentes batendo a porta. O amor não é chegado a fazer contas, não obedece a razão. O verdadeiro amor acontece por empatia, por magnetismo... Ninguém ama outra pessoa porque ela é educada, veste-se bem e é fã do Caetano. Isso são só referenciais. Ama-se pelo cheiro, pelo mistério, pela paz que o outro lhe dá, ou pelo tormento que provoca. Ama-se pelo tom de voz, pela maneira que os olhos piscam, pela fragilidade que se revela quando menos se espera. Você ama aquela petulante. Você escreveu dúzias de cartas que ela não respondeu, você deu flores que ela deixou a seco. Você gosta de rock e ela de chorinho, você gosta de praia e ela tem alergia a sol, você abomina o Natal e ela detesta o Ano Novo, nem no ódio vocês combinam. Então? Então que ela tem um jeito de sorrir que o deixa imobilizado, o beijo dela é mais viciante do que LSD, você adora brigar com ela e ela adora implicar com você. Isso tem nome. Você ama aquele cafajeste. Ele diz que vai e não liga, ele veste o primeiro trapo que encontra no armário. Ele não emplaca uma semana nos empregos, está sempre duro, e é meio galinha. Ele não tem a maior vocação para príncipe encantado, e ainda assim você não consegue despachá-lo. Quando a mão dele toca na sua nuca, você derrete feito manteiga. Ele toca gaita de boca, adora animais e escreve poemas. Por que você ama este cara? Não pergunte para mim. Você é inteligente. Lê livros, revistas, jornais. Gosta dos filmes os irmãos Coen e do Robert Altman, mas sabe que uma boa comédia romântica também tem o seu valor. É bonita. Seu cabelo nasceu para ser sacudido num comercial de xampu e seu corpo tem todas as curvas no lugar. Independente, emprego fixo, bom saldo no banco. Gosta de viajar, de música, tem loucura por computador e seu fettucine ao pesto é imbatível. Você tem bom humor, não pega no pé de ninguém.... Com um currículo desse, criatura, por que diabo está sem um amor? Ah, o amor, essa raposa. Quem dera o amor não fosse um sentimento, mas uma equação matemática: eu linda + você inteligente = dois apaixonados. Não funciona assim. Amar não requer conhecimento prévio nem consulta ao SPC. Ama-se justamente pelo que o Amor tem de indefinível. Honestos existem aos milhares, generosos tem às pencas, bons motoristas e bons pais de família, tá assim, ó! Mas ninguém consegue ser do jeito que o amor da sua vida!

terça-feira, 31 de outubro de 2017

Crônica.S.002.Sua Amizade - Renata Guimarães

Não me interessa como e por que chegaste à minha vida, quero apenas saber se podes sentar ao meu lado em frente ao fogo. Não me interessa de onde vieste, mas se por onde passaste viste coisas boas, aprendeste e cresceste o suficiente para ter algo de bom para me passar... Não me importa a cor dos teus olhos, importa-me se eles aprenderam a ver o bem que ainda há na vida e escondido no coração das pessoas. Importa se sabem tornar o feio em belo, o mal em bem... E se mesmo numa paisagem de dor e desolação Conseguem enxergar as boas raízes que estão para crescer...!!! Não me interessa no que crês, na fé que carregas, mas se és fiel ao Deus que te criou e que de ti cuida. Aos princípios que aprendeste, se vives o amor e se sabes que fé e lealdade andam juntas. Não me interessa se tens muitos ou poucos amigos, mas se aos que tens, sabes tratar com respeito e dignidade. Se cuidas daqueles que te amam, te admiram e estão ao teu lado, aceitando suas diferenças, até como forma de te complementar, e não tentas fazer deles um como ti mesmo. Se tu respeitas seus segredos, e se, nas vezes que dividiram a alma contigo, não espalhaste aos quatro ventos. Aquilo que eles te entregaram no secreto, Entre quatro paredes do teu coração... Se disseres sim ao amor, à liberdade... Se amas e buscas a bondade, a verdade e o bem que há em cada um, se sabes dividir o que tens sem exigir retornos, se respeitas as falhas do teu amigo, Se sabes ver o lado bom de tudo... Se aprendeste a sorrir entre as lágrimas (porque estas são sempre passageiras.) Então: Vem, e senta-te ao meu lado, vamos fazer festa, divida da minha ceia, toma do meu cálice... Vamos olhar para o céu da noite que nos envolve, vamos escolher uma estrela e vamos sonhar com o que fazer com ela. Quando estivermos distantes, mas olhando-a, sentiremo-nos aproximados, pelo mesmo sentimento e pensamento... Senta comigo e vamos sonhar o mundo bonito que cada um carrega em si, vamos acreditar que ele ainda tem jeito, que viver é bom, que sonhar é maravilhoso, e que sonhos se realizam porque corações se encontram, se abraçam, se unem batendo numa mesma sintonia, e um e um quando querem, fazem mais que dois. Então o sonho em comum, de ambos Se torna real, sendo dois para construir! Vem, meu amigo ou amiga, vem e senta comigo, vamos celebrar a vida, que nasce do encontro e revigora a alma. Vamos então agradecer à Deus o milagre da amizade sincera, que Ele compara ao tesouro! Obrigado por tua amizade... Obrigado por teu amor... Obrigado por tuas orações... Obrigado por seres real em minha vida... Obrigado por me aceitar e respeitar como sou... Obrigado por acalentar minha alma dolorida... Obrigado por ouvir minha dor... Obrigado por sustentar meu choro... Obrigado por enxugar minhas lágrimas... Obrigado por ter guardado só para ti... Obrigado pela lealdade... Obrigado pelo bem que vês em mim... Obrigado por dividir alegrias... Obrigado por tudo!

Crônica.S.001.SILENCIO - ALDO NOVAK

Pense em alguém que seja poderoso. Essa pessoa briga e grita como uma galinha, ou olha e silencia, como um lobo? Lobos não gritam. Eles têm uma aura de força e poder. Observam em silêncio. Somente os poderosos, sejam lobos, homens ou mulheres, respondem a um ataque verbal com o silêncio. Além disso, quem evita dizer tudo o que tem vontade, raramente se arrepende por magoar alguém com palavras ásperas e impensadas. Exatamente por isso, o primeiro e mais óbvio sinal de poder sobre si mesmo é o silêncio em momentos críticos. Se você está em silêncio, olhando para o problema, mostra que está pensando, sem tempo para debates fúteis. Se for uma discussão que já deixou o terreno da razão, quem silencia e continua a trabalhar mostra que já venceu, mesmo quando o outro lado insiste em gritar a sua derrota. Olhe. Sorria. Silencie. Vá em frente. Lembre-se de que há momentos de falar e há momentos de silenciar. Escolha qual desses momentos é o correto, mesmo que tenha que se esforçar para isso. Por alguma razão, provavelmente cultural, somos treinados para a (falsa) idéia de que somos obrigados a responder a todas as perguntas e reagir a todos os ataques. Não é verdade. Você responde somente ao que quer responder e reage somente ao que quer reagir. Você nem mesmo é obrigado a atender seu telefone pessoal. Falar é uma escolha, não uma exigência, por mais que assim o pareça. Você pode escolher o silêncio. Além disso, você não terá que se arrepender por coisas ditas em momentos impensados, como defendeu Xenocrates, mais de trezentos anos antes de Cristo, ao afirmar: "me arrependo de coisas que disse, mas jamais de meu silêncio". Durante os próximos sete dias, responda com o silêncio, quando for necessário. Use sorrisos, não sorrisos sarcásticos, mas reais. Use o olhar, use um abraço ou use qualquer outra coisa para não ter que responder em alguns momentos. Você verá que o silêncio pode ser a mais poderosa das respostas. E, no momento certo, a mais compreensiva e real delas.

Crônica.M.005.Mudar ou continuar? - Paulo Roberto Gaefke


Existem momentos em nossa vida
em que não conseguimos achar uma saída.
Parece que tudo se volta contra nós, dívidas, inimizades,
relacionamento que começa a naufragar, desemprego, doenças, etc.
Tudo começa a ficar estranhamente sem sentido,
então nós nos perguntamos: por quê tudo isso?

Olha, poderia te apresentar uma dezena de respostas,
desde as mais científicas e exatas que
poderiam apontar para um descaso de sua parte,
até as mais esotéricas que apontariam a inveja,
o olho gordo e outros sortilégios.

Mas, o que interessa para você nesse momento de dor:
saber o porquê ou resolver o problema?

A minha inteligência insiste em dizer que você vai optar pela solução do problema,
e a solução do problema passa pela disposição de fazer mudanças,
as vezes radicais, na sua maneira de agir e viver até agora.
Acredite, toda dor é causada em grande parte por nossos próprios atos,
seja pela invigilância, pelo descuido, pela boa fé,
e as vezes até para tirar partido de uma situação,
aquela em que você acredita piamente
que está levando vantagem e vai ser depenado.

Pare tudo.
Pare as queixas, as lamentações e veja onde você anda pisando.

Nos relacionamentos, por exemplo, você acredita em tudo que te dizem?
Acredita em amor virtual?
Acredita em alma gêmea e amor único?
Abre mão da sua vida para atender os caprichos dos outros?
Anda se preocupando mais com os outros que com a sua própria vida?
Faça a listinha do que você anda fazendo de errado e prometa uma mudança
e esforce-se para mudar esses pontos que só trazem desgosto.

No campo financeiro, será que você não anda gastando além dos limites?
Será que você não anda comprando pela empolgação?
Faça a lista de quantos aparelhos você comprou e nunca usou.

Quantos CD's que você mal ouviu?
Quantos sapatos que já saíram de moda e eram somente para uma estação?
Quantos arrependimentos você já contou esse mês?

No campo espiritual, e esse é o mais importante de todos, me conta:
quanto tempo você tem dedicado à Deus?
Quanto tempo você se envolve com a sua religiosidade?
Você tem freqüentado a sua Igreja com regularidade,
ou você nem sabe o que é uma igreja há muitos anos?
Sua conversa com Deus tem sido um eterno pedir, pedir e pedir?

Faça essa análise e você terá a resposta para
a maioria das dores que você vem enfrentando na sua vida.
Você tem coragem para tantas coisas,
você quer tantas coisas então não tenha
vergonha de admitir que tem errado
tantos fatos na sua vida e que você precisa de uma ajuda
"acima dos homens", "acima da vida".
Peça sinceramente, com o seu coração,
uma oportunidade para "renascer com Jesus",
para ter um "encontro verdadeiro com Ele".

Você vigia os seus erros, apóia-se em Jesus e nada, nada te faltará.
Faça as contas, verifique os erros e mude.
Mude tudo o que for necessário.
Não importa a dor que vai causar no seu orgulho,
importa sim a sua libertação para uma vida plena e cheia de abundância.

Crônica.M.004.Maneira de amar - Carlos Drumont de Andrade



O jardineiro conversava com as flores e elas se habituaram ao diálogo. Passava manhãs contando coisas a uma cravina ou escutando o que lhes confiava um gerânio. O girassol não ia muito com sua cara, ou porque não fosse homem bonito, ou porque os girassóis são orgulhosos de natureza. Em vão o jardineiro tentava captar-lhes as graças, pois o girassol chegava a voltar-se contra a luz para não ver o rosto que lhe sorria. Nunca, entretanto, o jardineiro deixou de regar o pé de girassol e de renovar-lhe a terra, na ocasião devida. O dono do jardim achou que seu jardineiro perdia muito tempo parado diante dos canteiros, aparentemente não fazendo coisa alguma. E mandou-o embora, depois de assinar a carteira de trabalho. Depois que o jardineiro saiu, as flores ficaram tristes e censuravam-se porque não tinham induzido o girassol a mudar de atitude. A mais triste de todas era o girassol, que não se conformava com a ausência do homem. - Você o tratava mal, agora está arrependido? - Não, - respondeu - estou triste porque agora não posso tratá-lo mal. É a minha maneira de amar, ele sabia disso.

Crônica.M.003.Meu amigo, meu grão de areia - Lyrio do Valle


Será você, jovem, tão poderoso e forte, que independa
da inocência das crianças, o inconformismo dos adolescentes,
da ousadias dos próprios jovens, da intolerância dos adultos
e sabedoria dos idosos?

Não.......
Vou lhe contar uma história, que por sua vez, me foi contada
por um triste grão de areia, que felizmente, encontrei em
uma das muitas praias de minha vida.

Disse-me o grão de areia, que morava tranqüilo em uma
linda montanha, a mais bela entre todas.
Cheia de vida. Muitas vidas. Muito verde.
Animais e plantas de todas as espécies, água em abundância.
Um paraíso.

Porém, um dia, esta montanha, cheia de orgulho e se
sentindo toda poderosa, falou para que todos a ouvissem:
- Eu sou a mais linda das montanhas, a rainha e nada
poderá me destruir, me remover.
- Sou mais poderosa que o vento, o sol, a chuva e o frio, juntos.

O vento, que por ali passava, ouvindo isso,
triste e ofendido, procurou o sol, a chuva e o frio,
para contar o que havia sucedido.
O sol, com todo o brilho e calor, falou humildemente:
- Sim, ela é mais poderosa do que todos nós, juntos.
- Juntos, lhe damos calor, alimentamos as suas fontes,
lhe damos o que beber, permitimos que se refresque
e alisamos suavemente a sua face, com carinho e amor.
- E ela, sabe muito bem disso.
- Vamos então, um a um, aparentemente fracos, enfrentá-la.

Todos se indignaram, porém resolveram aceitar a
sugestão do sol; e assim, o vento, a chuva e o frio,
se afastaram e deixaram ao sol, a primeira batalha.
Ele brilhou constante e fortemente por muito tempo.
Sozinho. E deste modo, as matas quase desapareceram,
os rios secaram e os animais buscaram outras áreas onde viver.
A seguir, o sol se recolheu e deixou ao frio, a segunda batalha.

" Pouca coisa resistiu ao frio intenso, a vegetação que pouco Restava, morreu; as poucas águas aos lagos se congelaram e a vida começou a morrer nesta montanha."
O frio, tendo cumprido a sua tarefa, deu lugar ao vento,
que despiu essa montanha de tudo quanto a protegia,
e a cada dia, se tornava mais fraca.
Vulnerável. Desnuda, e sem qualquer resistência,
esta montanha orgulhosa teve que enfrentar a chuva,
que veio intensa e corajosa, pronta a retirar,
grão a grão, a terra que a natureza, com suas leis
havia provido de tanta beleza, tanta vida, para reduzi-la
simplesmente em uma planície, e ter, cada uma de
suas partes, seus grãos de areias espalhados pelos rios,
mares e oceanos.
Um pouco dela, para contar à todos os homens,
o destino que orgulhosamente, escolheu para si.

Nós, que nos sentimos tão poderosos e absolutos,
nos esquecemos da dependência que temos de todos
que nos cercam e nos auxiliam, por menos importantes
que possam parecer.
Somente seremos forte, quando estivermos
firmemente unidos.
Fieis aos amigos que nos cercam.
Simples, como um grão de areia

Crônica.M.002.Maria da Paixão - Claudia Villela de Andrade


Se me perguntassem se assinaria esse meu falar, contando de meu sentir, diria que não. Apenas grafaria no papel a frase: "Um Nome. Uma Mulher". Sim, assim mesmo. Apenas uma mulher que conta a história de seu amor para o seu amor e que nela se descortina. Pode parecer um absurdo, mas é o que eu queria fazer, apenas um conto, um lindo conto de amor. Depois... enviá-la-ia anonimamente. Vê-lo-ia atravessar sete mares, vencendo ventos e torceria para que chegasse às suas mãos, pronto para ser devorado e... rasgado. Bom seria se você me adivinhasse. Mas tenho um nome, que é também um estado, um sentimento. Fácil será, para você, adivinhá-lo. Então, deixemos o nome e falemos apenas do sentimento: Estou no alto desse mirante, hipnotizada pela paisagem que se revela, exatamente feito uma janela, criada para que eu possa, enfim, constatar o meu amor. Minúsculos pontos verdes como um tapete, cortado por um longo e poluído rio e meu coração a dizer encantos. Pela primeira vez, pego-me pensando em você com mais intensidade. Mais profundidade. Não um simples lembrar. É um pensar diferente, dessa vez. Um pensar com necessidade, com um sorriso no canto dos lábios. Com tanto afeto, que chega a arrepiar o velho e bom estômago. Exercita-o com aquele frio que desce e sobe, sufocante e revelador de emoções que há muito não aconteciam. Um pensar que busca nos labirintos da vida a imagem bonita, por vezes amarga, cansada, mas que apalpo com gosto. É... Não me importa o cansaço, desde que você descanse, depois, em meus braços. Nesses braços que não sabiam da vontade de dar forte e afetuoso abraço. Gosto tanto, que não tinha dado conta, não sabia que estaria aqui, agora, com vergonha dos meus próprios pensamentos. Sentindo-me uma boba adolescente com fitas no cabelo. Como se não merecesse essa felicidade de sentir. Gosto tanto, que redescubro mais do que deveria, pois na minha idade, essas paixões são perigosas. Quase nunca se concretizam. Guardam apenas sonhos e embalam ilusões que não tomam forma. Isso não é característica da velhice, mas do momento em que a inquietação dá lugar à sobriedade e todos os nossos conflitos estão resolvidos ou calados para sempre. A verdade é que não estou, nem um pouco, me importando se, nesse momento, você está pensando em mim. Ando me bastando para certas felicidades. Depois de tanta solidão, acostumei-me comigo. Só não queria ter perdido o contato com a emoção. E estou feliz, sabendo que não. Não perdi ainda a capacidade de encontrar a flâmula pequenina do amor sinalizado com tanta euforia, a dizer-me que, a qualquer momento, a vitória pode acontecer.

Mas tenho que confessar: se você pensar em mim, pouco que seja, sentir-me-ei adolescida. Quem sabe nossas asas possam voar juntas, daqui de cima, fazendo pouso certeiro na paisagem, lá embaixo? Seria bom terminar o vôo com você ao meu lado. E começar outros! E mais outros...

Espero não ter deixado minha ansiedade transparecer nestas poucas linhas. Não quero criar intimidações e constrangimentos com a revelação. Não é minha intenção. Só escrevo por achar que não tenho mais tempo, nem necessidade de esconder amor no fundo do meu fruto. Seja, então, o que melhor puder ser. Rasgue este conto de minh'alma. Ignore o meu acalentado gesto de paixão. Ou sinalize-me com os olhos, farol que se tornou do meu mirante. Saberei lê-los com sensatez e apreciação. Quero deixar registrada aqui apenas a última verdade: Meu amor é grande, tenha certeza. Respeite-o. Isto, para mim, seria o suficiente...
Com afeto, Maria, (cheia) da Paixão. 1º lugar em conto do Concurso de Contos Especiais do Armazém Literário 2002

Crônica.M.001.Me apaixonei, e agora? - Douglas Lara


Como não consigo convencer minha paixão, pensei em algumas alternativas. Durante as primeiras abordagens ela apenas diz que não é o momento certo, que ela não pode por motivos familiares e por aí afora. Tentei de todas as formas possíveis e imagináveis conseguir a atenção, o afeto, enfim todo o amor dela. Descobri que estava apenas perdendo tempo. Apelei para amigos, na tentativa de conseguir alguns conselhos de como se faz para conquistar uma mulher. Tudo foi em vão. Foi então que resolvi apelar. Fui até uma banca de revistas aqui do bairro e comprei um livrinho de truques e simpatias. Comecei a ler e percebi que o tal guia de conquistas é feito para mulheres, o que não me incomoda em nada. Apenas um fato curioso chamou a minha atenção, que indica que o mesmo foi feito há muitos anos atrás. O guia recomenda: 'magos e feiticeiras', fiquem atentos! É necessário a máxima limpeza física aos que pretendem executar trabalhos de magia. Não será, informa o texto, necessário vestir-se luxuosa ou ricamente, mas é imprescindível a máxima limpeza do corpo e das roupas. O uso de perfume é recomendável, pois a aura do praticante de magia deve ser altamente atraente. O objetivo da simpatia ou da magia deve ser sempre positivo, e não deve jamais, prejudicar alguém. O amor conquistado com a ajuda das forças ocultas não durará para sempre, revela o livreto (não gostei desta parte). Geralmente, o período de duração varia entre 3 e 5 anos, ou no máximo 7 (Ah! Isso me parece bom, pois estou considerando meu último caso de verdadeiro e desinteressado amor). Jamais tente executar qualquer magia ou simpatia antes de transcorrer 24 horas de qualquer relação sexual. Abstenha-se de álcool e sexo por 7 dias após a execução de qualquer simpatia. Nenhuma magia deverá ser executada na fase da Lua Minguante, salvo raras exceções. Não permita a presença de crianças, mulheres grávidas ou em fase menstrual e, principalmente os descrentes. Se é mulher, não faça simpatias grávida ou em fase menstrual. Todo pretendente a mago, magista, bruxa, feiticeira ou simplesmente estudioso(a), deverá contar com um quarto só para si, mesmo que pequeno, onde guardará o material necessário aos trabalhos de magia. Deverá ... e blá blá blá blá blá blá blá.... Pensando melhor, irei voltar a banca para ver se devolvem o dinheiro pago ou trocam por outro livreto, mesmo que seja um de estórias em quadrinhos ...

Crônica.B.003.Belíssima história de amor - Sérgio Barros


Esta é uma história de amor....

Eu retornava pra casa, em um dia muito frio quando tropecei em uma carteira. Procurei por algum meio de identificar o dono, mas a carteira só continha três dólares e uma carta amassada, que parecia ter ficado ali por muitos anos.

No envelope, muito sujo, a única coisa legível era o endereço do remetente. Comecei a ler a carta tentando achar alguma dica. Então eu vi o cabeçalho. A carta tinha sido escrita há quase sessenta anos atrás.

Tinha sido escrita com uma bonita letra feminina em azul claro sobre um papel de carta com uma flor ao canto esquerdo. A carta dizia que sua mãe a havia proibido de se encontrar com Michael mas ela escrevia a carta para dizer que sempre o amaria.
Assinado Hannah.

Era uma carta bonita, mas não havia nenhum modo, com exceção do nome Michael, de identificar o dono.

Entrei em contato com a cia. telefônica, expliquei o problema ao operador e lhe pedi o número do telefone no endereço que havia no envelope.

O operador disse que havia um telefone mas não poderia me dar o número. Por sua própria sugestão, entrou em contato com o número, explicou a situação e fez uma conexão daquele telefone comigo.

Eu perguntei à senhora do outro lado, se ela conhecia alguém chamada Hannah.
Ela ofegou e respondeu:
- "Oh! Nós compramos esta casa de uma família que tinha uma filha chamada Hannah. Mas isto foi há 30 anos!"
- "E você saberia me dizer onde aquela família poderia ser localizada agora?" Eu perguntei.
- "Do que me lembro, aquela Hannah teve que colocar sua mãe em um asilo alguns anos atrás", disse a mulher. "Talvez se você entrar em contato eles possam informar".

Ela me deu o nome do asilo e eu liguei. Eles me contaram que a velha senhora tinha falecido alguns anos atrás mas eles tinham um número de telefone onde acreditavam que a filha poderia estar vivendo.


Eu lhes agradeci e telefonei. A mulher que respondeu explicou que aquela Hannah estava morando agora em um asilo.

A coisa toda começa a parecer estúpida, pensei comigo mesmo. Pra que estava fazendo aquele movimento todo só para achar o dono de uma carteira que tinha apenas três dólares e uma carta com quase 60 anos?

Apesar disto, liguei para o asilo no qual era suposto que Hannah estava vivendo e o homem que atendeu me falou,
- " Sim, a Hannah está morando conosco."

Embora já passasse das 10 da noite, eu perguntei se poderia ir para vê-la.
- "Bem", ele disse hesitante, "se você quiser se arriscar, ela poderá estar na sala assistindo a televisão".

Eu agradeci e corri para o asilo. A enfermeira noturna e um guarda me cumprimentaram à porta. Fomos até o terceiro andar. Na sala, a enfermeira me apresentou a Hannah. Era uma doçura, cabelo prateado com um sorriso
calmo e um brilho no olhar.

Lhe falei sobre a carteira e mostrei a carta. Assim que viu o papel de carta com aquela pequena flor à esquerda, ela respirou fundo e disse:
- "Esta carta foi o último contato que tive com Michael".

Ela pausou um momento em pensamento e então disse suavemente:
- "Eu o amei muito. Mas na ocasião eu tinha 16 anos e minha mãe achava que eu era muito jovem. Oh, ele era tão bonito. Ele se parecia com Sean Connery, o ator".

- "Sim," ela continuou. "Michael Goldstein era uma pessoa maravilhosa. Se você o achar, lhe fale que eu penso freqüentemente nele. É... ela hesitou por um momento, e quase mordendo o lábio, "lhe fale que eu ainda o amo.
Você sabe", ela disse com lágrimas que começaram a rolar em seus olhos, "eu nunca me casei. Eu jamais encontrei alguém que correspondesse ao Michael..."

Eu agradeci a Hannah e disse adeus. Quando passava pela porta da saída, o guarda perguntou:
- "A velha senhora pode lhe ajudar?"
- "Pelo menos agora eu tenho um sobrenome. Mas eu acho que vou deixar isto para depois. Eu passei quase o dia inteiro tentando achar o dono desta carteira".

Quando o guarda viu a carteira, ele disse:
- "Ei, espere um minuto! Isto é a carteira do Sr. Goldstein. Eu a reconheceria em qualquer lugar. Ele está sempre perdendo a carteira. Eu devo tê-la achado pelos corredores ao menos três vezes".

- "Quem é o Sr. Goldstein?" Eu perguntei com minha mão começando a tremer.
- "Ele é um dos idosos do 8º andar. Isso é a carteira de Mike Goldstein sem dúvida. Ele deve ter perdido em um de seus passeios".

Agradeci o guarda e corri ao escritório da enfermeira. Lhe falei sobre o que o guarda tinha dito. Nós voltamos para o elevador e subimos.

No oitavo andar, a enfermeira disse,
- "Acho que ele ainda está acordado. Ele gosta de ler à noite. Ele é um homem bem velho."

Fomos até o único quarto que ainda tinha luz e havia um homem lendo um livro. A enfermeira foi até ele e perguntou se ele tinha perdido a carteira.
Sr. Goldstein olhou com surpresa, pondo a mão no bolso de trás e disse,
- "Oh, sim!"
- "Este amável cavalheiro achou uma carteira e nós queremos saber se é sua?"

Entreguei a carteira ao Sr. Goldstein, ele sorriu com alívio e disse:
- "Sim, é minha! Devo ter derrubado hoje a tarde. Eu quero lhe dar uma recompensa".
- "Não, obrigado", eu disse. "Mas eu tenho que lhe contar algo. Eu li a carta na esperança de descobrir o dono da carteira".

O sorriso em seu rosto desapareceu de repente.
- "Você leu a carta?"
"Não só li, como eu acho que sei onde a Hannah está".

Ele ficou pálido de repente.
- "Hannah? Você sabe onde ela está? Como ela está? É ainda tão bonita quanto era? Por favor, por favor me fale", ele implorou.
- "Ela está bem... E bonita da mesma maneira como quando você a conheceu".
Eu disse suavemente.

O homem sorriu e perguntou,
- "Você pode me falar onde ela está? Ele agarrou minha mão e disse, "Eu estava tão apaixonado por aquela menina que quando aquela carta chegou, minha vida literalmente terminou. Eu nunca me casei. Eu sempre a amei."
- "Sr. Goldstein", eu disse, "Venha comigo".

Fomos de elevador até o terceiro andar. Atravessamos o corredor até a sala onde Hannah estava assistindo televisão. A enfermeira caminhou até ela:
- "Hannah, " ela disse suavemente, enquanto apontava para Michael que estava esperando comigo na entrada. "Você conhece este homem?"

Ela ajeitou os óculos, olhou um momento... e não disse uma palavra...


Michael disse suavemente, quase em um sussurro,
- "Hannah!!!
- "Michael! Eu não acredito nisto! Michael! É você! Meu Michael!"

Ele caminhou lentamente até ela e se abraçaram. A enfermeira e eu partimos com lágrimas rolando em nossas faces.

- "Veja", eu disse. Veja como o bom Deus trabalha!

Aproximadamente três semanas depois eu recebi uma chamada do asilo em meu escritório.
-"Você pode vir no domingo para assistir a um casamento? O Michael e Hannah vão se casar"!

Foi um casamento bonito, com todas as pessoas do asilo devidamente vestidos para a celebração. Hannah usou um vestido bege claro e bonito. Michael usou um terno azul escuro.

O hospital lhes deu o próprio quarto e se você sempre quis ver uma noiva com 76 anos e um noivo com 79 anos agindo como dois adolescentes, você tinha que ver este par.

Um final perfeito para um caso de amor que tinha durado quase 60 anos.

Crônica.B.002.Beleza - Paulo Fuentes


Mulher !!!

Abra o seu sorriso,
Faça com que seus olhos fiquem mais brilhantes.

Tudo isso mostrará a sua beleza.

A verdadeira beleza de uma mulher,
Não está nas roupas que ela usa,
Nem na imagem que ela carrega,
Ou na maneira que ela penteia os cabelos.

A verdadeira beleza de uma mulher,
Tem que ser vista a partir dos seus olhos,
Porque essa é a porta para o seu coração,
O único lugar onde o amor reside.

A beleza de uma mulher,
Não está nas marcas do seu rosto.
Mas a verdadeira beleza numa mulher,
Está refletida na sua alma,
Está no cuidado que ela amorosamente tem (pelos outros), e na paixão que ela demonstra.

E a beleza de uma mulher,
Com o passar dos anos, apenas cresce.

Você MULHER, já notou como está bonita hoje?

Crônica.B.001.Bom dia - Melliss


Eu abri as janelas da alma
e observei as cores do amanhecer ...
Havia tanto azul e tanta paz dentro de mim !
Os pássaros, despertando no arvoredo,
moviam-se como pequeninos brinquedos,
quebrando a quietude das primeiras horas
do dia ...
Lá fora, no varal das estações, as vestes
das minhas alegrias balouçavam ao vento,
celebrando a graça do existir...
Puxei cortinas delicadas, feitas de lembranças,
e vi que, através delas, as cores da manhã
se confundiam, trazendo estrelas que jamais
adormeceram, remanescentes dos sonhos
que enfeitaram o céu noturno deste meu
olhar ...
Voltei a deitar sobre um tapete de
velhas ternuras, ajeitei as almofadas feitas
de esperança, e sorri ..., porque o sorriso
é a bênção de agradecer silenciosamente
todas as graças que recebemos,
é o poder de retribuir a vida que há em mim.

Que todos vocês amanheçam felizes!

sábado, 30 de setembro de 2017

Crônica.U.003.Um amor especial - Jéssica Gardner


Quando Jéssica veio ao mundo, trazia a cabeça amassada e os traços deformados, devido ao parto difícil vivido por sua mãe. Todos a olhavam e faziam careta, dizendo que ela se parecia com um jogador de futebol americano espancado. Todos tinham a mesma reação, menos a sua avó. Quando a viu, a tomou nos braços, e seus olhos brilharam. Olhou para aquele bebê, sua primeira netinha e, emocionada, falou: "linda." No transcorrer do desenvolvimento daquela sua primeira netinha, ela estaria sempre presente. E um amor mútuo, profundo, passou a ser compartilhado. Quando a avó recebeu o diagnóstico, anos depois, de mal de Alzheimer, toda a família se tornou especialista no assunto. Parecia que, aos poucos, ela ia se despedindo. Ou eles a estavam perdendo. Começou a falar em fragmentos. Depois, o número de palavras foi ficando sempre menor, até não dizer mais nada. Uma semana antes de morrer, seu corpo perdeu todas as funções vitais e ela foi removida, a conselho médico, para uma clínica de doentes terminais. Jéssica insistiu para ir vê-la e seus pais a levaram. Ela entrou no quarto onde a avó nana estava e a viu sentada em uma enorme poltrona, ao lado da cama. O corpo estava encurvado, os olhos fechados e a boca aberta, mole. A morfina a mantinha adormecida. Lentamente, Jéssica se sentou à sua frente. Tomou a sua mão esquerda e a segurou. Afastou daquele rosto amado uma mecha de cabelos brancos e ficou ali, sentada, sem se mover, incapaz de dizer coisa alguma. Desejava falar, mas a tristeza que a dominava era tamanha, que não a conseguia controlar. Então, aconteceu... A mão da avó foi se fechando em torno da mão da neta, apertando mais e mais. O que parecia ser um pequeno gemido se transformou em um som, e de sua boca saiu uma palavra: "Jéssica." A garota tremeu. O seu nome. A avó tinha 4 filhos, 2 genros, uma nora e seis netos. Como ela sabia que era ela? Naquele momento, a impressão que Jéssica teve foi que um filme era exibido em sua cabeça. Viu e reviu sua avó nos 14 recitais de dança em que ela se apresentou. Viu-a sapateando na cozinha, com ela. Brincando com os netos, enquanto os demais adultos faziam a ceia na sala grande. Viu-a, sentada ao seu lado, no natal, admirando a árvore decorada com enfeites luminosos. Então Jéssica olhou para ela, ali, e vendo em que se transformara aquela mulher, chorou. Deu-se conta que ela não assistiria, no corpo, ao seu último recital de dança, nem voltaria a torcer com ela pelo seu time de futebol. Nunca mais poderia se sentar a seu lado, para admirar a árvore de natal. Não a veria toda arrumada para o baile de sua formatura, ao final daquele ano. Não estaria presente no seu casamento, nem quando seu primeiro filho nascesse. As lágrimas corriam abundantes pelas suas faces. Acima de tudo, chorava porque

finalmente compreendia como a avó havia se sentido no dia em que ela nascera. A avó olhara através da sua aparência, enxergara lá dentro e vira uma vida. Então, lentamente, Jéssica soltou a mão da avó e enxugou as lágrimas que molhavam o seu rosto. Ficou de pé, inclinou-se para a frente e a beijou. Num sussurro, disse para a avó: "você está linda."
Se desejas ensinar a teu filho o que é o amor, demonstra-o. Não lhe negues a carícia, a atenção, a palavra. O que faças ou digas é hoje a semeadura farta de bênçãos que o mundo colherá, no transcurso dos anos dos teus rebentos. E o mundo te agradecerá, por teres sido alguém que entregou ao mundo um ser que saiba amar, de forma incondicional e irrestrita. Equipe de Redação do Momento Espírita, com base no cap. Linda, de autoria de Jéssica Gardner, do livro Histórias para aquecer o coração dos adolescentes, de Jack Canfield, Mark

Crônica.U.002.Uma sólida amizade - William J.Bennett


No século IV A C., em Siracusa, na Sicília, havia dois amigos inseparáveis. Nada havia que um não fizesse pelo outro. Certo dia o rei de Siracusa, Dionísio, aborreceu-se ao tomar conhecimento de certos discursos que Pítias vinha fazendo. O jovem pensador andava dizendo ao público que nenhum homem devia ter poder ilimitado sobre outro. E que os tiranos absolutos eram reis injustos. Presos ambos os amigos, Pítias reafirmou perante a autoridade real as suas idéias. O que dizia ao povo era a verdade e portanto a sustentaria, custasse o que custasse. Acusado de traição, Pítias foi condenado à morte. Como seu último desejo, pediu ao rei que o deixasse dizer adeus à sua mulher e filhos e por os assuntos domésticos em ordem. Dionísio riu do desejo do condenado. "Vejo que além de injusto e tirano, você também me considera um tolo. Se sair de Siracusa, tenho certeza que nunca mais voltará", disse o rei. Foi nesse momento que Damon adiantou-se e ofereceu-se como garantia. Ficaria em Siracusa como prisioneiro, até o retorno do amigo. "Pode ter certeza de que Pítias voltará. Nossa amizade é bem conhecida. Eu ficarei aqui." Ainda um tanto desconfiado, Dionísio examinou os dois amigos. Alertando Damon que, se Pítias não voltasse, ele morreria em seu lugar, aceitou a oferta. Pítias partiu e Damon foi atirado na prisão. Muitos dias se passaram. Pítias não voltava e o rei foi verificar como estava o ânimo do prisioneiro. Estaria arrependido de ter feito o acordo? "Seu tempo está chegando ao fim", sentenciou o rei de Siracusa. "será inútil implorar misericórdia. Você foi um tolo em confiar em seu amigo. Achou mesmo que ele voltaria para morrer?" Com firmeza, Damon respondeu: "é um mero atraso. Talvez os ventos não lhe tenham permitido navegar. Talvez tenha tido um imprevisto na estrada. Guardo a certeza que, se for humanamente possível, ele chegará a tempo." Dionísio admirou-se da confiança do prisioneiro. Chegou o dia fatal. Damon foi retirado da prisão e levado à presença do carrasco. Lá estava o rei, sarcástico, gozando sua vitória. "Parece que seu amigo não apareceu. Que acha dele agora? " Perguntou. "É meu amigo. Confio nele", foi a resposta de Damon. Nem terminara de falar e as portas se abriram, deixando entrar Pítias cambaleante. Estava pálido, ferido e a exaustão lhe tirava o fôlego. Atirou-se nos braços do amigo. "Graças aos céus, você está vivo" - falou soluçando. "parece que tudo conspirava contra nós. Meu navio naufragou numa tempestade. Depois, bandidos me atacaram na estrada." Recusei-me, contudo, a perder a esperança e aqui estou. Estou pronto para cumprir a minha sentença de morte." Dionísio ouviu com espanto as palavras. Era-lhe impossível resistir ao poder de tal lealdade.
Emocionado, declarou: "a sentença está revogada. Jamais acreditei que pudessem existir tamanha fé e lealdade na amizade. Vocês mostraram como eu estava errado. É justo que ganhem a liberdade. Em troca, porém, peço um grande auxílio." "Que auxílio?" Perguntaram os amigos. "Ensinem-me a ter parte em tão sólida amizade."
Amizade é mais que afinidade. Envolve mais que afeição. As exigências da amizade - franqueza, sinceridade, lealdade incondicional e auxílio a ponto do sacrifício - são estímulos poderosos para o amadurecimento moral e o enobrecimento. A amizade genuína requer tempo, esforço e trabalho para ser mantida. A amizade é algo profundo. De fato, é uma forma de amor.

Crônica.U.001.Um Amigo - Danusa Leão


Eu quero ter um amigo que não saiba de nenhuma dessas coisas que todo mundo acha que tem de saber. Que aprecie um bom prato, mas que não tenha conhecimentos sobre a alta gastronomia e que nunca tenha ouvido falar no restaurante El Bulli. Esse homem deve ser tão mal informado que nem sabe que existem pessoas que pagam a outras pessoas para escolher móveis, quadros, tapetes, objetos e lençóis da casa onde vão morar.

Na sala desse homem devem existir apenas uma estante, um sofá e uma poltrona forrados do mesmo tecido, talvez um abajur de pé e um piano com uma flanela sobre as teclas. Não que ele saiba tocar, é apenas o piano da família que foi ficando porque ninguém mais quis (e quando alguém passa levanta a tampa e pressiona uma ou duas teclas assim, para nada, no máximo toca o bife). Faz bem
ter um piano numa casa.

Crônica.R.003.REENCONTRO - EDNA FEITOSA

Estamos distantes demais Embora nos esbarrando a todo instante... Por favor, vamos conversar um pouquinho? Se nos for dada a responsabilidade De nos ouvirmos mais Será muito melhor pra nós ... Isso! Fiques aqui, sem pressa... Tu colocas uma flor em meu cabelo Eu coloco uma em teu bolso Assim... numa responsável inocência... E conversaremos horas a fio Sem vermos o tempo passar... Te falarei espontaneamente Dos meus castelos de areia Ou dos planos que tenho Para daqui a mil anos. Comentarei sobre as utopias que imaginei E que me trazem alegria sincera de vida. Depois nos sentaremos numa nuvem E eu te falarei da saudade... Ah, saudade!... Nobre sentimento Que retrata o amor, a dor e o desejo de reencontro. Voltaremos no tempo e no espaço... Viveremos vidas e lutas do passado E seremos um, presentes em plena sintonia. Entenderei de tua vida Coisas que somente tu sabes E te farei presente de todo o valor Que a vida me deu: As flores sempre-vivas E os sulcos profundos, marcados Por falhas bastante úteis... Compreenderemos juntos que em todo amor Deixamos um pedaço fundamental de nós... Numa entrega total Ainda que etérea, tantas vezes... Reservaremos num lugar do coração Um escrínio de luz Com os pedaços de todos Os que se fizeram nossos... E muitos dos nossos próprios pedaços... Finalmente nos sentaremos mais perto... E não diremos nada! Permaneceremos num silencioso abraço Certos de que, se semeamos ou entregamos Algum pedaço pernicioso de nós Foi por completo descuido Mas nunca por ausência de diálogo, Nunca por omissão ou intenção... ...E assim, nessa entrega sem reservas Nessa sintonia onde o silêncio diz mais que as palavras, Nesse abraço quieto, forte e sereno Nesse entendimento mudo, consumado Sentiremos que fomos capazes de concretizar A alegria desse tão sonhado e necessário reencontro!

Crônica.R.002.RIFA-SE UM CORAÇÃO - CLARICE LISPECTOR

Rifa-se um coração quase novo. Um coração idealista. Um coração como poucos. Um coração à moda antiga. Um coração moleque que insiste em pregar peças no seu usuário. Rifa-se um coração que na realidade está um pouco usado, meio calejado, muito machucado e que teima em alimentar sonhos e, cultivar ilusões. Um pouco inconseqüente que nunca desiste de acreditar nas pessoas. Um leviano e precipitado coração que acha que Tim Maia estava certo quando escreveu... "...não quero dinheiro, eu quero amor sincero, é isso que eu espero...". Um idealista...Um verdadeiro sonhador... Rifa-se um coração que nunca aprende. Que não endurece, e mantém sempre viva a esperança de ser feliz, sendo simples e natural. Um coração insensato que comanda o racional sendo louco o suficiente para se apaixonar. Um furioso suicida que vive procurando relações e emoções verdadeiras. Rifa-se um coração que insiste em cometer sempre os mesmos erros. Esse coração que erra, briga, se expõe. Perde o juízo por completo em nome de causas e paixões. Sai do sério e, às vezes revê suas posições arrependido de palavras e gestos. Este coração tantas vezes incompreendido. Tantas vezes provocado. Tantas vezes impulsivo. Rifa-se este desequilibrado emocional que abre sorrisos tão largos que quase dá pra engolir as orelhas, mas que também arranca lágrimas e faz murchar o rosto. Um coração para ser alugado, ou mesmo utilizado por quem gosta de emoções fortes. Um órgão abestado indicado apenas para quem quer viver intensamente contra indicado para os que apenas pretendem passar pela vida matando o tempo, defendendo-se das emoções. Rifa-se um coração tão inocente que se mostra sem armaduras e deixa louco o seu usuário. Um coração que quando parar de bater ouvirá o seu usuário dizer para São Pedro na hora da prestação de contas: "O Senhor pode conferir. Eu fiz tudo certo, só errei quando coloquei sentimento. Só fiz bobagens e me dei mal quando ouvi este louco coração de criança que insiste em não endurecer e, se recusa a envelhecer" Rifa-se um coração, ou mesmo troca-se por outro que tenha um pouco mais de juízo. Um órgão mais fiel ao seu usuário. Um amigo do peito que não maltrate tanto o ser que o abriga. Um coração que não seja tão inconseqüente. Rifa-se um coração cego, surdo e mudo, mas que incomoda um bocado. Um verdadeiro caçador de aventuras que ainda não foi adotado, provavelmente, por se recusar a cultivar ares selvagens ou racionais, por não querer perder o estilo. Oferece-se um coração vadio, sem raça, sem pedigree. Um simples coração humano. Um impulsivo membro de comportamento até meio ultrapassado. Um modelo cheio de defeitos que, mesmo estando fora do mercado, faz questão de não se modernizar, mas vez por outra, constrange o corpo que o domina. Um velho coração que convence seu usuário a publicar seus segredos e a ter a petulância de se aventurar como poeta.

Crônica.R.001.REGRAS BÁSICAS - LISIÊ SILVA

Regras básicas para ser Feliz com alguém que é indispensável para você... Aceitar a pessoa como ela é... e não querer mudá-la... Lembre-se: ninguém é perfeito para ninguém. Evitar os ciúmes. Não pensar nele com outra, se ele está com você, É porque você é importante para ele. E quando você sentir ciúmes, lembre-se o quanto ele é indispensável para você. O quanto você é feliz quando está com ele e o quanto sofre quando não está com ele. Elogiá-lo, destacar seus pontos positivos, ninguém gosta que lhe apontem os erros, os defeitos, o que ele tem feito de ruim. o que te magoou. Leve a situação com calma, tranqüilidade... sem cobranças, sem ansiedades, sem acusações... esteja sempre calma, tranqüila e alegre. Se ele consegue ser assim, Porque você não? Dê sempre uma boa impressão a ele, pois ele sempre faz assim com você...certo? Faça com que sua vida transcorra normalmente, não deixe de fazer nada no seu dia-a-dia, para ficar disponível caso ele te ligue, Lembre-se, pode ser uma espera inútil, se ele não te ligar. Evite fazer convites, espere que ele os faça. Mantenha-se sob controle, controle sua saudade, seus impulsos, e controle principalmente seus pensamentos. Controle seu ciúme. Não fique imaginando coisas. Não fique deprimida...controle a tristeza... Telefone de surpresa de vez em quando, ele vai gostar. Mas seja sutil. Mande mensagens. Demonstre seu amor de forma carinhosa, sempre que estiver com ele. Mas sem sufocá-lo. E para você conseguir fazer tudo isso, lembre-se de quando vocês terminaram, dos dias que você não teve nenhum contato com ele... as lembranças, a saudade, o sofrimento... quase que você não sobreviveu.*rs Lembre-se que ele também sofreu muito, esperou por você... Ele quer se sentir amado, ele quer que você o procure, ele quer que você se declare para ele. Demonstre seu amor sempre, em tudo...não economize amor. Amar de verdade é dar Amor a alguém, não queira só receber Amor. Porque Amar é fazer o outro feliz... sendo assim invariavelmente você será feliz também. Aprenda isso enquanto é cedo... Se você acha que ele é realmente o Homem que você sempre procurou, que você esperou a vida inteira... Então não deixe que os problemas atrapalhem seu relacionamento. Siga essas regras para não se arrepender depois... Não deixe para descobrir isso quando já for tarde demais. Porque se você o perder, não terá como reconquistar o que foi perdido... Se você tem hoje uma pessoa que você ama, saiba conduzir este relacionamento da melhor forma possível... Não tenha medo de ser feliz...

M.024.Meu amigo internauta - Mariza Almeida


Uma palavra carinhosa, um consolo...
A sensação de um carinho sincero,
A ilusão da presença,
A explosão da alegria...

Uma cumplicidade infinita,
nos sonhos do dia a dia...
Que importa a distância??
És a presença constante
Nas emoções da minha vida...

Um dia, quem sabe, o destino caprichoso,
que na geografia nos separou,
possa nos colocar frente a frente...
Pra num momento sublime,
selar a amizade que ele mesmo criou...

M.023.Murmúrio - Cecília Meireles


Traze-me um pouco das sombras serenas
que as nuvens transportam por cima do dia!
Um pouco de sombra, apenas,
vê que nem te peço alegria.
Traze-me um pouco da alvura dos luares
que a noite sustenta no teu coração!
A alvura, apenas, dos ares:
vê que nem te peço ilusão.
Traze-me um pouco da tua lembrança,
aroma perdido, saudade da flor!
- Vê que nem te digo - esperança!
- Vê que nem sequer sonho - amor!

M.022.Mulher - Bruno Kampel


Não quero uma mulher
que seja gorda ou magra
ou alta ou baixa
ou isto e aquilo.

Não quero uma mulher
mas sim um porto, uma esquina
onde virar a vida e olhá-la
de dentro para fora.

Não espero uma mulher
mas um barco que me navegue
uma tempestade que me aflija
uma sensualidade que me altere
uma serenidade que me nine.

Não sonho uma mulher
mas um grito de prazer
saindo da boca pendurada
no rosto emoldurado
no corpo que se apoie
nas pernas que me abracem.

Não sonho nem espero
nem quero uma mulher
mas exijo aos meus devaneios
que encontrem a única
que quero sonho e espero
não uma, mas ela.

E sei onde se esconde
e conheço-lhe as senhas
que a definem. O sexo
ardente, a volúpia estridente
a carência do espasmo
o Amor com o dedo no gatilho.
Só quero essa mulher
com todos seus desertos
onde descansar a minha pele
exausta e a minha boca sedenta
e a minha vontade faminta
e a minha urgência aflita
e a minha lágrima austera
e a minha ternura eloqüente.

Sim, essa mulher que me excite
os vinte e nove sentidos
a única a saber
o que dizer
como fazer
quando parar
onde Esperar.

Essa a mulher que espero
e não espero
que quero e não quero
essa a mulherportoesquina
que desejo e não desejo
que outro a tenha.

Que seja alta ou baixa
isto ou aquilo
mas que seja ela
aquela que seja minha
e eu seja dela
que seja eu e ela
euela eu lá nela
que sejamos ela.

E eu então terei encontrado
a mulher que não procuro
o barco, a esquina, Você.
Sim, você, que espreita
do outro lado da esquina, no cais,
a chegada do marinheiro
como quem apenas me espera.

Então nos amarraremos sem vergonha
à luz dos holofotes dos teus olhos,
e procriaremos gritos e gemidos
que iluminarão todas as esquinas.

Será o momento de dizer
achei/achamos amei/amamos
e por primeira vez vocalizar o
somos, pluralizando-nos
na emoção do encontro.

M.021.Motivo - Cecília Meireles


Eu canto porque o instante existe
e a minha vida está completa.
Não sou alegre nem sou triste:
Sou poeta.
Irmão das coisas fugidias
Não sinto gozo nem tormento.
Atravesso noites e dias
no vento.
Se desmorono ou se edifico,
se permaneço ou me desfaço,
- não sei, não sei. Não sei se fico ou passo.
Sei que canto. E a canção é tudo.
Tem sangue eterno e asa ritmada.
E um dia sei que estarei mudo:
nada mais!

quarta-feira, 30 de agosto de 2017

V.042.Valda da Saudade - Odete Ronchi Baltazar


Meu coração tum...tum... apertadinho,
tem uma saudade grande a bater,
queria estar pertinho,
coladinha em você,
ter um baile,
seresta,
vanerão,
e dançar nos seus braços,
coração com coração.
Rodopiar leve,
brincar juntos no salão,
flutuar feito neve,
caber inteirinha,
pequenina,
em sua mão...

V.041.Vadiagem - Odete Ronchi Baltazar


Hoje nada termino
como se a vida nunca fosse acabar.
Deixo tudo inacabado
pra amanhã (re) começar.

Queria um tempo só meu,
tempo de ir e vir.
Queria ficar à toa,
ter um dia para viver
e a vida toda
prá me iludir.

V.040.Volte o beijo da vida - Maria Thereza Neves


devolva a inspiração
volte o beijo da vida

guardo a serenata no corpo
o gosto na boca da tua boca
o teu sorriso
a lágrima sentida

volte o beijo
devolva a vida

confusa imaginação
sangue vibrante espalha emoção
s u a v e
doces lembranças

sossega coração!

toque nova canção
como se fosse serenata
a mesma serenata
a serenata de Schubert

volte beijo da vida

devolva a inspiração!

V.039.Vida - Maria Thereza Neves


ao acaso
ou por acaso!

VIDA!
depois da vida
Ainda ha vida!

alcance da consciência
num mundo de luz
flores
estrelas
universo -imensurável-vastidão
projeta para o infinito

corre ao sopro do vento

ainda ha tempo
Ainda ha vida!

gloriosa liberdade
em um mundo de Luz
além das estrelas
nossa finita e mundana imaginação
A Consciência Além da Vida

ao acaso

ou por acaso

VIDA!
depois da vida
Ainda ha vida!

V.038.Vida - Maria Thereza Neves


a vida não basta
é fome
é busca
sede e procura
a vida não basta
é sol, libertação
sentido do ser
a vida não basta
é eternidade todo minuto
não é dimensão noutro espaço
mas a intensidade no viver
é buscar o que foge
a vida não basta
mesmo o presente fugindo
escapando
marcando momentos que eternizam
a vida
é buscar o que foge
alem da ciência
eternizando almas
sintonizando o universo

V.037.Ventos, vidas e brisas - Maria Thereza Neves


chega o vento
assobiando
fazendo riscos imaginários
como ondas no céu
soprando sobre folhas,flores, vidas
chega a brisa manhã
canta suaves carinhos
envolve numa doce, fresca brincadeira
lembranças
num rastro manso luz
vento , brisa, vida
tocam rios
janelas
todas as casas
calçadas
soprando sorrisos
lembrando todos os caminhos
colorindo como se fosse carrossel
verdadeiros rodamoinhos
deixando correr a vida
como fosse melodia

V.036.Vem comigo - Marical Salaverry


Vem comigo, minha doce amada...
Estou te esperando,
por tua presença ansiando,
teus beijos desejando,
quero só ficar te amando...
Não me faças muito tempo esperar,
senão vou desesperar...
quero em teus braços ficar,
sentir-te me acariciar.
Teu corpo quero beijar,
tuas lágrimas secar...
Quero apenas te amar...
Vem... não me faça sofrer,
mais tempo sem te ter,
aumentando meu padecer...
Vem comigo, minha doce amada...
Venha... para trazer do amor a emoção,
empolgando meu coração...
Este nosso amor de toda uma vida,
que a torna gostosa de ser vivida...
Venha... não tardes mais...
Como sempre... continuo te amando...
Continuo te desejando...

V.035.Velho amante - Clevane Pessoa de Araújo Lopes


O frisson das primeiras descobertas
não se repete, pelo conhecido gosto
da pele, pelo cheiro, pela textura
do contato, é certo, todavia
há sempre uma doce expectativa da calidez
que nos envolve os corpos -hoje mansos
como ovelhas pastando em conhecida
grama...
Mas a perfeita conexão dos encaixes,
a completa falta da ansiedade
que moldaria algo desconhecido,
apazigua nossos corações
e suaviza todos os gestos...
Isso acontece, velho amante,
quando a história comum
se alonga no tempo
qual tecido forte
que não mais se esgarça,
já mais resistente
pelos muitos remendos e cerzidos,
pois o bordado
não se desmanchará
o que acontece quando a brasa antiga
é mantida para gerar a chama
inevitável e necessária-
O que dança conosco a contradança
é antes de amante e de amado
uma pessoa amiga...