terça-feira, 18 de abril de 2017

A.107.A mulher que ama - Marcial Salaverry


A mulher quando ama de verdade,
Só encontra a felicidade.
Ao lado do seu amor...
A mulher sabe ser amante
Se o ama o bastante...
Entrega seu corpo e sua alma,
E só se acalma
Ao lado do seu amor...
Para o amor dela conquistar,
Há que se dedicar,
Saber beijar... Saber amar,
Sua presença respeitar...
Se conseguir o amor
De uma mulher apaixonada,
Não deixe esfriar o calor,
Saiba fazê-la amada...
Verá que a mulher quando ama,
Na cama se inflama,
E será sua fiel companheira,
Pela vida inteira...

A.106.A força do amor - Marcial Salaverry


Temos que saber
o amor reconhecer...
Saber identificar
o amor que veio para ficar...
Existem paixões,
causam emoções...
Mas são como chuvas de verão,
logo desaparecem do coração,
ficam apenas na recordação,
causando mágoas ou somente,
lembranças, simplesmente...
Não era o amor, afinal...
Aquele amor forte, real,
que nos aquece a alma,
que nossas dores acalma...
Que é a razão de nosso viver...
Temos que sabê-lo reconhecer...
Temos que realmente o merecer...
Temos que sabê-lo viver...
Senti-lo dentro do coração,
sentindo sempre sua emoção...
Mantê-lo em perpetuidade,
levando-o para a eternidade.

A.105.A Cachoeira do Amor - Marcial Salaverry


Tarde ensolarada... dois enamorados
Apaixonados...
Seus corpos nus enroscados...
totalmente encharcados...
A cachoeira... testemunha muda do amor...
refrescava dos corpos o calor...
nada arrefecia o calor interior...
nada diminuía aquele ardor...
As bocas se colavam
os corpos se tocavam...
os sexos se buscavam.
estavam felizes... se amavam...
Agora distantes...
fica a doce lembrança...
aquela cachoeira escondida,
testemunha daquele amor...
o murmúrio da água,
aumentando o prazer...
uma recordação unindo
dois corações...
que se amarão até morrer...

A.104.Arte de chorar - Lucele Maia


Chorar, abrir comportas,
Fazer água jorrar do interior,
Dádiva imputável que conforta,
A dor congregada ao amor.

Expelida cai rapidamente,
Gota a gota, igual uma nascente,
Sucessivas em oponibilidade
À dor, a emoção e a felicidade.

Reservatório de sentimento ímpar,
Indeclinável e imensurável,
Gota sublime nos olhos a tilintar,
Hora louvável, hora intocável.

Muitas vezes torna-se tormenta,
Ciclone se deslocando,
Tempestade interior, violenta
Torrente lágrima desaguando.

A.103.Amor - Lucelena Maia


Quando o amor chega sem jeito
E toma conta do peito
Lá se foi o aprendizado,
A lição fica de lado
E o coração entusiasmado
Quer apenas se entregar.

Neste instante a sorte está lançada
O tempo não existe
O ontem é passado
E só será lembrado
Se o novo amor decepcionar.

E, assim dizia o poeta...

Amor,
Lição difícil de aprender
Quando pensamos que o temos
O perdemos e sofremos
Na certeza que nunca tivemos
Um pedacinho de ninguém...

A.102.Agenda Lotada - Lucelena Maia


Sua agenda lotada
Minha vida vazia
Horas travadas
Entre espera e agonia.

Cancelar compromisso;
Antiprofissional.
Adiar reunião;
Arrumar confusão.
Conceder-me um horário;
A agenda diz não.

Dou-me por vencida,
Desisto,
Entrego-me a exaustão,
Saio das suas mãos,
Atendo ao concorrente
E esqueço
Que um dia eu estive sentada,
Aguardando calada
Na sua sala de espera
Sem ser anunciada...

A.101.Assim ou não - Clevane Pessoa de Araujo Lopes


Venho de uma geração de mulheres
que são santas ou são feras,de acordo
com as circunstâncias...garfos ou colheres
espinhos ou rosas- eu beijo ou mordo)...

Não pisem meu hálux nem o calcanhar,
nem sejam injustos, que me enfureço
pois minha natureza quer amar
e meu jeito de ser , sequer tem preço...

Em meu carinho, a zanga se dilui
construo sono fazendo cafuné
torno meus braços confortável rede...

Mas minha intuição por si só conclui
quem não vale a pena nem amigo é
para afastar e encostar na parede...

A.100.Armadilhas do Tempo - Clevane Pessoa de Araujo Lopes


Gestos condicionados por repetição
frutos do Amor cotidiano que em nós vivia
e que fôra por sua vez,filho da Paixão
antiga,incandescente que nos consumia...

-Antes, um era do outro, objeto de desejo-
saciado, no entanto, na volúpia e no estilo
queimou-se, como a Fênix, no seu próprio ensejo
renascendo de si,num jeito mais tranqüilo...

Não cuidamos porém de reinventar os gestos,
usar palavras novas, surpresas,carícias,
esquecendo-nos de plantar outras sementes

para usufruir de reflorações, não dos restos
das espécies há tempos semeadas, primícias
necessárias antes, mas hoje tão dormentes...

A.099Apenas um Toque - Celito Medeiros


Tocou-me a alma
Fustigou-me o pranto
E assim quase mudo
Acabou o tormento.
Saiu pelos ares
Arrebatou a fúria
Deleitou-me apreciar
Magistral ruptura.
Foi como um raio
Sem nenhum aviso
Rompeu o silêncio
Estardalhaço sem riso.
Como num disparo
De repente veio
Bem explícito
O julgamento.
Parei com tudo
Contudo
Já claro
À vista.
Fique comigo
Não fuja nunca
Temer é preciso
Saber é o começo!

A.098.Andando Só - Celito Medeiros

ANDANDO SÓ CELITO MEDEIROS

Já tentei tantos amores
Num jardim em vez de flores
Só plantei desilusão...
Procurei uma saída
Fui buscar minha guarida
Em meu próprio coração

Não me chame pra sair
Estou a fim de desistir
Do meu amor procurar
Continuo andando só
Pois assim será melhor
Não terei desilusão

Onde estará meu doce amor
Que procuro com ardor
Em que praia foi parar...
Entre por favor em sintonia
Não suporto mais esta agonia
De não poder te encontrar

Não quero amor passageiro
Quero ele todo inteiro
E construir nosso abrigo
Deve estar em algum lugar
Esperando para amar
Quando encontrar comigo!