terça-feira, 19 de novembro de 2019

N.031.Nas Sombras - Dayse Maria Moraes


São nas sombras em meu quarto,
que te procuro,
onde tua presença,
ausente,
faz minha alma calar e meu corpo gemer...
Sombras que se formam como o sorriso,
que aguardo e guardo na mente...
Chamo teu nome,para quebrar a paz,
inferno de sensações...
Silêncio inocente, grito presente,
delírios de um sonho, eu sei...
Não tenho pudor e me visto do desejo,
e me entrego, sem vergonha,
como fêmea, mulher e amante,
vestida pelo teu amor...
E tudo é suor, é sorriso,
suspiro, gemido, grito,
quem sabe, dor...
É neste mundo de espera,
que preciso calar,
para silenciosamente,
poder te amar...

N.030.Navegando - Rosseana Fabro


Navegando cheguei

Aos infinitos mundos da poesia
Alguns nem sabia que existia

Navegando

Conheci muitos amigos

Amigos virtuais
E outros reais

Navegando

Descubro dia a dia
Um mundo diferente

Onde há paz, amor, alegria
E sensibilidade da gente

Navegando

Seguirei meu caminho

Talvez algum dia
Encontre meu destino

N.029.No mar - Silvane Sabóia


Ah, esses cabelos que teimam
contra o vento
Pudesse ele levar meus pensamentos...

Adoro este mar,
esse cheiro de vida,
e eu tão sofrida
a contemplar...

Aquela onda
que arrebentou
na rocha
respingou no ar
gotas douradas
como o pincel
de um artista
na tela já perfeita.

Que beleza o mar...
Tanta perfeição
e eu pequena
insatisfeita
ainda querendo sonhar!

N.028.Nó - Clelio Carreira


Sopra o vento,
a angústia dilacera o peito em transe
os olhos mareiam-se de água salgada
em tormenta
aperto,
a garganta cerrada,
Nó.
Os lábios trêmulos querem falar,
idéias revolutas,
Fases de um vulcão a explodir,
uma música toca
Uma mistura de sons e pensamentos
Idéias, frases mal construídas,
tristeza e vontade,
tristeza e saudade
imagens
fruta, barro e pó
Tudo se funde na mente confusa
Tudo se funde no corpo que pede,
De tudo isso nada se entende,
a necessidade da alma
o contraste da vida
a necessidade da carne,
os contrastes de uma vida
o tempo passa
a tristeza invade
a alma implora clemência
resta a dor
resta o vento
resta o amor
ainda

N.027.Naquele dia - Gláucia M. Cunha


Naquele dia,
dia quente
de verão ardente,
que provoca na gente,
a lascívia no corpo
a dormência na alma,
que trás o desejo
do seu beijo benfazejo,
senti-me tocada.
No corpo, a reação esperada...
estremece,palpita
Pede mais,se oferece.
A alma acorda, vibra.
Naquele dia...
fui beijada
tornei-me enamorada
do vento que balança
as flores com graça
que dança sussurrando
música suave
tocando meu corpo
com volúpia
de apaixonado.

N.026.Noite - Lisiê Silva


Gosto do fascínio da noite que cai silenciosa,
e muitas vezes, eu fico surpresa.
Admirando os seus mistérios e encantos.
Esse poder que só a noite tem...
de transformar o cenário da natureza.

Aqui no meu pequeno mundo, no meio da floresta...
ela inspira os meus pensamentos... até os mais tristonhos...
Desde a minha infância... sempre foi assim...
A noite ensaiando fantasias e embalando os meus sonhos...
A beleza das estrelas... e eu pequenina... nesse universo sem fim...

Noite que me convida a descobri-la, mostrando os seus mistérios.
Chega abrindo o seu manto e suavemente, vai fechando o meu dia...
Que toca a minha alma, e me faz ver além do que eu devia...
a espiritualidade do meu ser que vê e crê no que é invisível.
e incompreensível aos olhos de uma criatura mortal e sensível.

No meio da escuridão... há um mundo que reluz...
Ah! se todos pudessem ver o intenso movimento que há no céu...
no meio da madrugada... quantas estrelas que viajam...
luzes coloridas que se movimentam cumprindo uma missão.
são milhares de astros que caminham...
Todos na mesma direção...

A noite é tão somente mais um sinal da presença de Deus...
Quando pequenina, eu sentia medo... agora ela me conduz.
Mesmo sendo a noite uma imensa escuridão,
ela abriu meu coração para um universo de vida, amor e luz...

N.025.Notas de cada dia - Chico Xavier


Convence-te de que não existem males eternos.
Toda dor chega e passa.
O dia é sempre novo para quem trabalha.
Não conserves ressentimento.
A desilusão de agora será benção depois.
A dificuldade é uma escola.
Servir é um privilégio.
Auxilia para o bem.
Nada reclames.
Gritos não valem.
Queixas não pagam dívidas.
Tristeza inerte é sinônimo de tempo perdido.
A paciência operosa realiza prodígios.
Fala acendendo a luz da esperança.
Esquece as ofensas quaisquer que sejam.
Não menosprezes as críticas.
Valoriza os amigos.
Respeita os adversários.
Resguarda a consciência tranquila.
Não cobres tributo de gratidão.
Agradeçamos as bençãos que Deus
nos concede gratuitamente.
E, à frente de quaisquer obstáculos ou de
quaisquer desenganos, não te esqueças
de que o tempo de hoje continuará no
amanhã.

N.024.Noturno - Dorcila Garcia


Se uma noite destas sentires um leve frescor sobre teu corpo
e te cobrires, ainda adormecido
Não terá sido o vento que entrou pela tua janela sem pedir licença,
mas o cetim das minhas vestes lançadas sobre ti,
infiltrando na tua pele a fragrância do meu corpo...

Se quase despertares sentindo um leve roçar nos lábios,
não terá sido a brisa noturna, mas um beijo meu que,
viajando pela Via Láctea, chegou até teu leito, deixando na
tua boca um gosto úmido de sensualidade...

Ainda, se sentires um sobressalto, coração acelerado,
ao ouvires um forte bater de asas, não terá sido um pesadelo,
mas as minhas asas de fada, agitadas pela alegria de poder te contemplar.

E, pra não te acordar, me desvaneço, levando comigo tuas carícias, teu perfume, teu amor. Uma marca quase indelével deixarei, se conseguires perceber.
Suave penugem, em cujas texturas poderás ler: EU TE AMO.

N.023.Não tens Culpa - J.G.de Araújo Jorge


Não tens culpa se este amor nasceu
como uma planta humilde e ignorada,
que ninguém plantou, mas que vive e cresce,
e afinal em meu peito criou fundas raízes
e todo em flores azuis de sonho
se enfloresce...

Não tens culpa de nada...
Que culpa terás se meus olhos
nunca mais te esqueceram
assim tristes como estão,
e se encontrando desprevenido o pensamento,
entraste e chegaste ao meu coração?


Culpemos o destino ou ninguém
E para que falar em culpa
se de nada estamos certos,
se será sonho apenas,
sonho de olhos abertos.
fora do alcance da mão?...

N.022.Não somos livres - Vilma Galvão


Somos vida,
somos amor
ou talvez,
apenas sonhos,
desejos e esperanças...

Um lado de nós,
é medo,
receio,
não se entrega...

O outro lado é maturidade,
fica,
renasce,
atordoa-se na entrega.

Uma parte do nosso amor vive cada minuto,
faz-se presente,
agrada fica,
feliz em estar.

A outra parte,
se nega,
perde juízo,
se elimina,
tenta de qualquer maneira
não acreditar em tudo.

Nos revoltamos às vezes,
por não entender bem o que acontece,
trocamos carinhos
e logo depois nos entristecemos,
nos culpamos...
por não estarmos
completamente livres ainda.

Mas também,
sentimos a felicidade do encontro,
e com pressa, com entusiasmo,
queremos tudo,
fazemos tudo,

e tentamos não pensar em separação,
pensamos apenas na absoluta entrega
aos prazeres que nos chamam.

Há momento em que nos afastamos de tudo,
e nessa busca por outros caminhos,
nos perdemos...

Há momento em que estamos tão juntos,
e tão certos do que sentimos,
que acabamos jurando eternidade,
mesmo sabendo que ela não nos permitirá...

Não somos livres,
não podemos estar em nossos sonhos...

Você busca a sua estrada,
planejada e escrita sem minha presença.

Eu por outro lado,
crio uma paisagem de amor,
que sem maturidade
e sem querer aceitar outros meios,
o coloco como principal imagem
nesta paisagem...

Agora, aqui,
nos abraçamos,
lamentando o que a vida pode nos dar,
além de sonhos impossíveis,
e de um amor que não pode prosseguir...
Além dos momentos que sentimos felicidade
logo depois,
a culpa...

E questionamos o fato,
questionamos a vida,
questionamos a sina de cada um de nós...

Choramos,
abraçamos,
esquecemos de todo o resto,
mesmo que por alguns instantes...