quinta-feira, 30 de abril de 2015

N.011.Nova era - Bruno Kampel


Saberão os herdeiros do novo tempo
suar de angústia
chorar de ternura
tocar olhando
dizer calando?

Poderão os inquilinos do futuro
morrer de amor e renascer
pedir perdão por não saber
tender a mão sem exigir
gritar verdades sem temor?

Descobrirá o amanhã entrante
que herda carícias impotentes
promessas incumpridas
mentiras verdadeiras
e instantes decisivos?

Quererão os dias vindouros
escancarar a porta à esperança
ler o testamento do passado
e entender, e entender, e entender?...

Já veremos quanto saberá o futuro
já ouviremos o que dirão seus anos
e o que farão seus filhos
e suas máquinas e seus lideres
e suas bombas e seus hinos.

Já teremos tempo de saber
se o que sabe tem gosto a esperança
se o que diz ensina o caminho
se o que oferece vale o seu preço.

As respostas virão cravadas
no horizonte cibernético
no firmamento internáutico
na ignorância terapéutica
ocultando o essencial
do vital, do letal, do fatal.

Veremos o que queiram?...
Faremos o que digam?...
Seremos migalhas errantes
sobre a toalha do tempo?...

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