quarta-feira, 27 de novembro de 2024

O.126.Olhos - Angélica T. Almstadter


Há olhos cravadosnas paredesna rua,no chão. 
Não há olhos de ler,de chorara cura, a alma pura. 
Olhos rodeiama imensidão sem nada ver. 
Nas órbitas tristesde um branco sem fim moram os olhosde uma vida. 
A vida inteirase percorrepelos olhos;e o olhos vida aforapercorrem a vida. 
Morre-se sem dos olhosentender a razão. 
Sem deles ter impresso a paixãoa tristeza dos dias,o sorrisoou a dor.

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