terça-feira, 26 de fevereiro de 2019
C.041.Confiteor - Clevane Pesoa de Araújo Lopes
Eu morro de Amor
E ninguém conhece
O lento processo
por que passa,alado
meu espírito atado
ao corpo, sem cor,
a morrer sem prece...
Eu morro de amor
Em cada instante de vida,
Pois vivendo, vou cravando
Em todos pontos vitais
Adagas em pura brasa
Espinhos mortais...
Eu morro de amor,
Em cada prazer
em cada sorriso
Porque sempre preciso
Esconder que sofro
A me desfazer...
Sob o peso da angústia
Pareço balerina
Lentíssima, levíssima...
Dentro de mim,ao giro
dessa espiral, transfiro
O eixo da ironia fina...
Eu morro de amor!
Eu morro de amor
Porque esse amor-ausência
Aos poucos me extermina...
Em pianíssimo eu morro
Cisne a morrer fremindo...
Querem que eu dance mais,
Sem parecer que morro
Para o aplauso total
Até às notas finais
sem notarem que eu morro
de verdade, afinal...
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