sexta-feira, 31 de janeiro de 2025

A.200.Apelo - Lizete Abrahão


Quando o mar se atira contra o rochedo,
Entre espumas descarta-se em marés;
Plúmbeas nuvens o céu cobrem de medo
Que em águas se desfaz sob os meus pés.

Quando a boca do monte cospe lava,
O chão lambendo com línguas vermelhas;
Arando a terra, rosna o vento em brasa,
Dos casarios mastiga as frágeis telhas.

Quando, no paraíso, a tal maçã,
De sabor a pecado e sem perdão,
Na boca teve gosto de manhã,
No corpo pulsou dor e novação.

Amor é chama, é fogo visceral;
É o apelo da vida: pão e sal!

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